A vontade de uma alma que quero pronta naquilo que o teu, meu ser, faz com que nós sejamos impuros no estar, sem saber que em tudo que eu sou em nada o sou, nós somos a mentira que consome a fortuna do infortúnio daquilo que sem saber um dia faz com que tudo ou nada num momento pareça algo diferente, mesmo assim não sei quando serei o eu que não tem a metade da força que procura no ser intenso que o consome.
Fujo do pensamento escaldante que me sobe pelas entranhas deixando o meu estar sem igual, mesmo que no escape de uma fugaz memória do ti sem estar nu, deixa a cru o que te mata, mas que também traz a força daquilo que tu és, mesmo quase sempre sem o saber.
Seja eu um dia a vontade de amar o próximo sem que seja julgado, por ser aquilo que somos na mistura de um ser que a querer nem sempre o é, na perfeição de um estar que mesmo sem o sentir o vai ser sempre igual ao seu sentimento próprio, numa forma de absorver em sintonia com o que nos rodeia no âmago de mim, mas que afim apraz o teu outro mordaz apetite de querer o que noutro não faz sentido.
Forças que se esvaem em figuras de uma areia que me escapa entre os dedos da minha própria compreensão do resíduo vago que em todos nós perpétua, num grito abafado de uma paixão contínua, mas que de sempre fugaz nos torna menos humanos todos os dias.
