Wolves

Once in a lifetime

Louis precisava ser ágil. Ele talvez não estivesse acostumado com toda aquela emoção que o mesmo estava tendo, ele estava tão surpreso com o rumo que as coisas tinham tomado que o menor nem sequer percebeu que já estava adicionando o número do cacheado a sua lista de contatos... Mesmo que talvez ele nunca fosse chamar o mesmo. Louis tinha medo de nunca ser o suficiente para alguém, tinha medo das pessoas não conseguirem ver as qualidades que ele tinha, ele tinha medo de morrer sozinho, sem ninguém ao seu lado, e mesmo o garoto querendo apenas um beijo de Harry para poder "cumprir sua meta de vida", lá no fundo, bem em seu coração, ele queria um pouco mais da vida. Enquanto a mente de Louis gritava por morte, o coração do mesmo ainda estava disposto a tentar mais uma vez.

Louis estava confuso.

Sem pensar duas vezes, o garoto correu até uma parede e apoiou seu bloco de notas contra a mesma, logo escrevendo seu número de telefone ali, o garoto olhou para os dois lados do corredor antes de começar a correr rumo à sala de Harry. Por sorte, os alunos ainda não haviam entrado, e na sala estavam apenas duas garotas que se pegavam no canto da mesma. Louis reconheceu o material de Harry em uma das mesas que tinham ali e deixou seu número naquele pedaço de folha na qual ele tinha escrito. O papel ficou preso entre o caderno de Harry e a única coisa que Louis fez foi correr. Correr o mais rápido possível, pois o menor sabia que era uma pequena questão de tempo até Harry entrar na sala.

"44-07-23111-2828" – Louis ;)

O horário de ir embora já estava chegando, o pequeno Tommo sorriu ao olhar o número ali, em seu celular, e apenas correu para fora daquele banheiro, ele precisava sentir mais emoções como aquela. Louis precisava viver mais. O garoto correu até a sala onde sua mãe trabalhava distraidamente e sorriu para ela, Jay se assustou um pouco porque nunca viu o filho daquela forma depois de anos. Louis tinha um brilho diferente em seu olhar.

A mulher desligou seu computador e se levantou. O barulho de seus saltos sendo jogados contra o chão fez o pequeno Louis sorrir. Jay nunca julgou a forma rápida na qual Louis mudava de humor, ela sabia que isso era normal quando o assunto era seu filho. Talvez Jay escondesse alguma coisa, talvez um segredo, talvez algo que pudesse deixar a cabeça de Louis confusa. Por mais que Louis fosse bastante inteligente, Louis tinha uma "doença" um pouco diferente, nada muito grave, e nada muito devastador.

A mulher beijou a testa de seu filho e se questionou mentalmente se deveria perguntar o motivo daquela felicidade toda, afinal, Louis já havia passado por muitas coisas ruins, e vê-lo sorrir daquela forma a deixava feliz. Jay conhecia bem seus filhos. Louis era o mais velho, sempre bem maduro, porém nunca foi seguro de si. Daisy sempre era aquela garota que procurava a encrenca entre os irmãos, por ser a irmã mais nova, ela sempre gostou de ser o centro das atenções e infelizmente gostava de esnobar as únicas pessoas que estavam ao lado dela. Lottie era simplesmente a melhor irmã do mundo, ela era a irmã do meio e sempre tentava entender Louis. Às vezes, os dois sempre ficavam no telhado da casa, conversando sobre seus maiores sonhos. Lottie queria um dia ser modelo, conhecer o mundo e poder aparecer no site do seu irmão. Lottie amava apoiar as causas LGBTQ. Lottie era o orgulho do Louis, e aquele sentimento era recíproco.

A mãe do pequeno Louis apenas pegou sua bolsa e segurou na mão do filho, o trabalho dos dois ali estavam feitos. Jay olhou para o rosto do filho por alguns segundos e notou uma coloração vermelha, o que despertou um pouco de sua preocupação.

― Por que sua pele está tão vermelha? ― murmurou Jay olhando um pouco mais de perto, a mulher tocou o rosto do seu belo filho, e em resposta Louis apenas arfou. ― O que aconteceu, Louis? Você não estava assim quando nós chegamos, eu teria notado!

Louis suspirou fundo e fechou os olhos pensando em uma boa desculpa para dar a sua mãe. Ele odiava mentir, principalmente pra a mulher que ele mais amava no mundo, mas era preciso.