Depois que te conheci

CAPÍTULO II - "O amor começa quando aprendemos a despir, primeiro, a alma"

 "O amor começa quando aprendemos a despir, primeiro, a alma.

E não quero dar spoiler, mas alguém acabará com o coração em pedaços."

"she so high"

Eu acordei e ela não estava mais lá, só havia deixado o perfume dos seus cabelos no travesseiro, que por sinal, ainda estava quente... Ela ainda deve estar perto, não posso deixa-la simplesmente ir, pois quero mais. –- Desci as escadas com pressa, quando cheguei, ela estava curvando a esquina do outro lado da rua.

A Ana foi a mulher mais incrível que vi desde que cheguei a Paris e a encontrar em um bar qualquer pela segunda vez, foi sensacional, não esperava, ela não combinava com aquele lugar, sujo e barulhento. Seu rosto esbanjava delicadeza, beleza e mistério; cabelos pretos nos ombros com franja na testa, a pele branca, via as suas veias desenhando o rosto e um sorriso tentador, ela conseguia melhorar o dia de alguém com ele, como queria desenhar as curvas daquele sorriso todos os dias, juro que eu cantaria "she so high" sem dúvida alguma...

Subi, fui preparar o meu café, quando e me deparei com o bilhete deixado por ela:

"Petit,

Não sei como anda teu coração, mas o meu está transbordou e com desejo de lhe ver mais vezes, porque não me arrependi de esperar um ano para isso tudo. Você fez algo comigo... Se olhar para dentro de mim hoje, verá pisca-piscas...

Só pra você saber, todas as manhãs, às 08:30, estou sentada naquela mesinha daquele café de esquina que te falei, quem sabe a gente se esbarre por lá. Desculpe não ficar mais, até queria...

Com carinho, Ana."

Sorri. No relógio: 08:15. Aprontei-me rápido para encontrar aquela mulher que me fez, pela primeira vez, sentir-me com um universo inteiro dentro de mim, como ela mesma sempre diz.

Eu me apaixonei de volta por aqueles olhos melancólicos, por sua beleza física, eu nunca vi tão bonita e sua alma que pude ver de longe o quão bonita é. Eu amei cada detalhe dela. O teu peito era sedento por amor, talvez eu deva aprender a lidar. Ela me absorveu e vai me devorar aos poucos por dentro, eu sei. Tão doce e amargo ao mesmo tempo. Ela me prendia a querer mais. O seu amor faz-me arder. Talvez tenha mesmo me apaixonado. Eu não consegui tirá-la da cabeça. Foi tudo diferente com ela, pude realmente ser quem quero ser. Pois bem, preciso chegar ao café...

- Sra. Ana... – a toquei de leve no ombro nu. Ela como sempre tão calma, colocou sua mão quente por cima da minha.

- Mas que mãozinha gelada -– colocando minha mão em seu rosto. Sorriu da forma que me faz querer sempre sorrir de volta. Ela se levantou, me abraçou.

- Já estava sentindo falta desse cheiro de morango que tem seu cabelo – Sentei-me, ela continuou segurando minha mão, segurei de volta e beijei a dela – Eu seria bem mais feliz se a tivesse sempre ao meu lado e não precisaria ter medo de nunca mais a ver.

- Não são tão fáceis as coisas, Dan.

- Eu queria mesmo é que viesse morar comigo e em mim... Eu entendo que esteja sendo apressado. Mas me apaixonei, nunca me aconteceu. É, estou apaixonado por você, Ana. E não consigo disfarçar - abaixei a cabeça e dei os ombros.