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O vento se moldava nos fios dourados de Taehyung e rodopiava em volta de seu rosto, deixando o momento mais celestial ainda. O escuro, deitado em cima do menino absorvia seu desejo mais secreto, qual tinha um nome, uma forma, lábios quais viviam formando bico e se chamava Min Yoongi.

Kim respirava fundo, tentando refrescar seu interior que, de jeito nenhum, deixava de queimar pelo garoto mais velho. Yoongi havia incendiado Taehyung há um tempo, e de certa forma, o mais novo amava isso. 

Sentindo a grama fresca fazer cócegas em seu pescoço e a noite acolher-lhe, Taehyung deixou lágrimas escorrerem por seu rosto delicado. Não havia ninguém ali, apenas sua alma desgastada, as estrelas, a Lua e o universo. Somente os quatro. E todos eles melancólicos e negrumes. 

Olhando para sua companhia, Kim se identificava com a Lua. Seu brilho é o reflexo do astro que dá nascença às flores, as doadoras de paletas de cores para a tela branca que seria a Terra sem elas.

E talvez Min Yoongi fosse o Sol do mais alto. Afinal, todas as cores dentro de Taehyung existiam porque o garoto de cabelos pretos cruzou sua vida. Sem ele, o que seria de Kim? O jovem seria apenas uma pomba branca lutando pela paz sem mesmo saber seu real significado, pois foi tocando a pele macia e branca de Yoongi que Taehyung entendeu o sentido da pureza e da genuinidade.

Yoongi o pintou de vermelho. O pobre coração de Taehyung, desde então, batia mais vivo e seu ritmo criava serenas canções românticas. Yoongi o pintou de laranja. Portanto nasceram lindos canários da mesma coloração, pipilando simpaticamente nos ouvidos do mais novo. Yoongi o pintou de amarelo, o que resultou em lindos girassóis no estômago de Taehyung, chamando atenção de várias borboletas que sempre davam o ar da graça quando o mais alto ouvia a voz calma e adocicada do mais baixo. Yoongi o pintou de verde, cor que na Índia significa felicidade e o lotou da tonalidade qual no hinduísmo é a cor do chakra do coração e no Islã, é sagrada. 

Ele plantou os sentimentos mais lindos em Taehyung. Mas Yoongi também o pintou de azul.

Tranquilidade, serenidade e harmonia, mas também frieza, monotonia e depressão; é o que dizem da cor. 

E neste exato momento, Taehyung deitado ao léu, solto, despeço e abandonado, sentia a predominância do azul. Suas artérias perdiam a hemoglobina, desapoderava de sua coloração vermelha viva. O oxigênio lutava para salvar seu corpo, mesmo com nervos, banhados com a tristeza emocional, à beira de desistirem.

Ele olhou mais uma vez para o céu e viu Min Yoongi nele. O seu cabelo preto estava ali, o sufocando e Taehyung gostou de fingir que era a cabeça do garoto esquentando-se em seu peito. 

Os olhos de Min guardavam as mais belas e cintilantes estrelas e sua mente era um universo completo, cheio de átomos, planetas e satélites que Taehyung sempre quis conhecer. Yoongi movimentava-se graciosamente e gostava de ser observado, então era isso o que o mais novo fazia. O garoto baixinho parecia uma brisa de verão, acolhedora e deleitosa. E quando ele mexia suas delicadas mãos, controlava Saturno, Netuno e Júpiter, quais ficariam de joelhos, encantados com o anjo que escrevia músicas e conquistava cada pedacinho de Kim Taehyung todos os dias, se o conhecesse. 

Min Yoongi era tudo para Kim Taehyung. Era seu Sol, seu sistema solar inteiro, seu amor e sua existência.

E então o garoto triste sentiu. Ele sentiu algo macio e suave, de espectro branco, o segurar. Olhando para seu lado direito, sentiu toda a hemoglobina voltar à suas artérias, ouviu os canários laranjas citarem um belo poema de amor e sorriu com as borboletas voando mais agitadas que nunca, em volta de seus girassóis, quais avivaram ao ver o Sol logo ali. O universo resolveu recostar-se rente à Taehyung.

"Eu te amo", Kim disse o mais alto que pode - o que era relativamente baixo -, e Min, que havia acabado de chegar, sorriu fraco, apertando fragilmente a mão do namorado.

Taehyung sabia que Yoongi havia retornado. 

Quando seu amado atingiu as nuvens, Taehyung soube que Yoongi havia retornado para suas origens. Agora, seu anjo estava no lugar certo, longe de toda crueldade de quem habitava a Terra.

E Taehyung ausentou-se de nosso planeta, feliz. Ausentou-se com as mãos esquentadas por seu anjo pálido. 

O azul, então, de sua alma, finalmente espalhou-se por seu corpo, há pouco frio e sem vida. 

Portanto, desde este acontecimento, os antigos amigos de Taehyung e Yoongi quando encontram duas estrelas reluzentes no céu, imaginam ser os dois jovens radiantes de mãos dadas, repletos do amor qual deveria ter sido enterrado com seus corpos sem vida, mas que permaneceu intenso para todo o sempre em suas essências. 



oi, acho que nem ia postar esta oneshot, mas é o que é não é?

se você estiver lendo e tiver algum erro, me avisa!!!! e se hidrata direitinho.

ah, e se precisar de alguém, tô aqui.



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⏰ Last updated: Jul 05, 2017 ⏰

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