O início

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Vou contar uma história,a história de como tudo começou.
Não era um lugar glorioso como muitos imaginam.Nossos pais estavam passeando,pela costa de uma ilha que eles costumavam ir quando eram mais jovens,antes de ter que governar os mares.Era pra nascermos apenas duas semanas depois mas naquele pequeno lugar nossa mãe começou a sentir dores e não conseguia voltar pra casa,nosso pai chamou médicos que chegaram rapidamente pra ajudar no nosso parto.Não queira saber como as sereias nascem.Digamos que é um pouco estranho.Então naquela costa em meio a um eclipse lunar nasceram Naila e Opala as herdeiras do trono do mar.

6 anos depois:

-Naila,Naila acorda-digo balançando minha irmã-Eles já foram pra cama.

-Opala,sai de cima de mim-Fala me derrubando da cama-Espera,eles foram pro quarto?A essa hora?

-Sim,vamos logo,não temos muito tempo.

E então fomos nadando o mais rápido que conseguimos em direção a praia mais próxima.

-Naila para.Não vamos muito perto do raso

-Opala larga de ser medrosa,está tarde,não tem ninguém na praia.
-Não é esse o problema.Podemos ficar presas
-Vamos só mais um pouco.Por favor.Pelo nosso aniversário.
-Nosso aniversário é só amanhã
-Já passou da meia noite então nosso aniversário é hoje.

Suspirei fundo antes de responder.Naila é esperta,e o pior,ela tinha razão.

-Feliz aniversário Naila
-Feliz aniversário Opala

Nos abraçamos e ficamos um tempo assim até sentirmos nossos braços sendo puxados.Quando olhamos era nosso pai.Estavamos ferradas.Chegamos no palácio e nos deparamos com nossa mãe com expressão preocupada nos esperando no portão.Nossos pais nos guiaram até uma sala onde eu nunca tinha ido.

-Onde estavam com a cabeça?-Papai esbravejou-Sair a essa hora da noite e para ir para a praia?Oque já lhe dissemos sobre isso?
-Mas papai só queríamos ver como é lá.-Naila disse quase como um sussurro.
-Mas já dissemos que...

Nossa mãe o interrompeu

-Avery,podemos falar disso depois?-Pediu calmamente
-Mas Alana,elas quebraram as regras e...
-Elas só tem seis anos.

Papai respira fundo

-Tudo bem.Crianças voltem para seu quarto e não ousem sair de casa de novo sem nossa permissão.
-Sim papai-Dissemos juntas.
-Esperem-Ele disse nos fazendo congelar-Quando vocês fizerem 16 anos,vocês podem passar um dia com eles.Os humanos.
-Obrigada papai-Dissemos o abraçando

10 anos depois:

-Naila oque você acha dessa roupa?-Falei mostrando uma camiseta Branca
-Opala,só temos um dia para passar como humanas,nem sabemos se vamos conseguir andar com aquelas...pernas.E também não sabemos que tamanho elas serão então vamos usar vestidos.
-Nem pensar.Só vamos ter pernas por um dia e eu quero usar roupas que só dá pra usar com pernas.
-Você tem razão.-Paramos em frente ao espelho e começamos a nos observar,dando adeus às nossa caudas.Somos tão diferentes.
Enquanto Naila tem cabelos loiros eu sou morena,sua cauda é azul e a minha é rosa.Acho que a única coisa que temos em comum são nossos olhos verdes.Tá bom.Confesso que tirando as cores somos bem parecidas.Papai falou que não devemos usar nemnhuma de nossas coroas na terra.Isso me deixou muito triste.Outra coisa que vai ser estranho e não poder pintar o cabelo até voltar a ser sereia.Eu e Naila sempre pintamos nossos cabelos mas a água traz ele de volta a cor normal em algumas horas.Se pintarmos sendo humanas a água não vai tirar.Temos algumas regras para cumprir.
Nossos pais disseram pra não obedecer ninguém somente os policiais,que são tipo nossos guardas só que na terra.Nao sabemos quase nada sobre a cultura deles então não devemos discutir com ninguém sobre nada.
Bom estávamos prontas.O sol iria nascer em duas horas.E precisávamos ir antes de amanhecer.Papai disse que quer que voltemos a meia noite mas mamãe disse que podemos ficar até uma hora da manhã.Fomos então para uma parte da praia que era particular.E era nossa.Saimos da água e nossos pais à beira da água nos transformaram em humanas.Nossas caudas começaram a brilhar tão forte que não conseguíamos olhar.Então as cobrimos com toalhas.Quando olhamos tínhamos pernas e...Oque era aquilo entre elas?Papai nós explicou que era uma região íntima e que não deveríamos deixar ninguém tocar ali.Não questionamos.Apenas prometemos obedecer.Entramos na casa que tinha ali carregadas por dois homens que nos colocaram em um sofá e vimos eles se arremessarem ao mar.Me senti meio mal por eles.Dei uma olhada na casa.Não era como o palácio mas era bem grande e muito linda.Nosso dia estava prestes a começar.

Descendentes da água Onde histórias criam vida. Descubra agora