Além da Vida (Romance gay)

Capítulo 21

Com os olhos fechados Alexandre foi envolvendo seus braços em volta da cintura de Daniel, enquanto ele fazia o mesmo com as costas do médico.

Seus corpos estavam colados, um sentindo o calor do corpo do outro, enquanto suas línguas se entrelaçavam. Alexandre sentia o hálito mentolado de Daniel, segurando carinhosamente seu corpo.

Daniel sentia uma sensação indescritível, que a anos não sentia, uma mistura de adrenalina, segurança, enquanto um frio descia por toda sua costa.

Enquanto se beijavam, sentia a barba de Alexandre arranhando seu queixo, lábios, mas nem se importava, era como se tivesse hipnotizado. Os dois se entregaram a um beijo de muita paixão, esquecendo o mundo a suas voltas, mas a realidade tinha que ser retomada. Ao ouvir o barulho de um carro se aproximando, Daniel foi acordando daquele momento maravilhoso, cessando os beijos de Alexandre que também finalizou mordendo os lábios do seu amor, dando um ultimo selinho.

Os dois voltaram a se olhar e Alexandre abriu seu lindo sorriso para Daniel, que estava um pouco confuso.

Daniel – Nossa, o que fizemos?

Alexandre – Nos beijamos.

Daniel – Porque você fez isso?

Alexandre – Não me leve a mal Daniel, mas não consigo mais controlar meus sentimentos.

Daniel abaixou a cabeça, embora também tenha se entregado a aquele beijo, sentiu uma culpa enorme. Desde que Thiago morreu, ele chegou a se envolver com outros caras, ficou, transou, mas agora era diferente, a culpa era por perceber que com Alexandre não era só mais uma ficada, ele estava perdidamente apaixonado pelo médico, mas sentia-se como se tivesse traindo Thiago.

Alexandre segurou o rosto de Daniel com as duas mãos, fazendo que ele olhasse em seus olhos e novamente declarou seu amor.

Alexandre – Daniel, nunca pensei que um dia teria coragem de me declarar assim pra alguém, mas eu te amo.

Alexandre – Eu te amo, te amo como nunca amei alguém, amo tanto que chega a doer.

Alexandre – Amo tanto, que me desespero só em pensar que um dia você nunca olhara pra mim.

Daniel – Alexandre...

Alexandre – Eu sei que fui ousado, mas não agüentava mais, corri o risco de ter fantasiado uma coisa, mas o que eu senti agora não é fantasia.

Alexandre – Parece que lhe conheço há anos e eu vi nesse beijo que você sente o mesmo por mim.

Daniel – Não Alexandre, eu não posso.

Alexandre agora segurava as mãos de Daniel, voltando a insistir.

Alexandre – Eu sei a sua história, sei que amou muito.

Alexandre – Mas deixe eu lhe amar?

Alexandre – Deixe eu te provar que posso lhe fazer feliz.

Daniel – Você é meu amigo.

Alexandre – Eu te amo Daniel, se abra um pouco.

Alexandre – Eu tenho tanto amor em meu coração, por favor, não recuse isso.

Daniel estava amargurado demais, ele estava ouvindo de Alexandre tudo que sempre sonhou, mas seu apego ao passado o impedia de curtir esse momento em sua magnitude, de se entregar de vez e ser feliz novamente.

Daniel – Eu estou muito confuso.

Alexandre não tinha dado trégua a Daniel, começou a disparar seu amor, mas voltou a cair em si, ao ver o rosto de Daniel, que parecia um pouco perdido, confuso, com medo mesmo.