Confiar

Capítulo - 2

Estávamos a quase duas horas na estrada já havíamos passado por pelo menos uns três postos de gasolina e o meu irmão não queria parar, iríamos chegar atrasados e a culpa era dele porque havia pegado a estrada errada.

— Já chega! Se você não parar no próximo posto o bicho vai pegar meu camarada! — falei quase explodindo. Eu estava com vontade de fazer xixi a um bom tempo e a beleza não queria parar.

— Tá legal, eu vou parar. Eu tenho que abastecer o carro mesmo.

Alguns minutos depois paramos em um posto de gasolina caindo aos pedaços mas eu não poderia reclamar, era isso ou fazer xixi no banco do carro e eu sei que Josh não iria gostar nada disso.

— Eu vou na lanchonete, alguém vai querer alguma coisa? — perguntou Scott saindo do carro.

— Eu quero uma Coca — disse Lucy indo em direção ao banheiro comigo.

— Eu vou querer um salgadinho tô morrendo de fome.

— Tá, Ruby salgadinho e Lucy refrigerante, você vai querer alguma coisa Josh?

— Traz qualquer coisa doce que está ótimo.

Chegando no banheiro eu quase perdi a vontade de fazer meu precioso xixizinho eu sabia que as coisas na quele posto eram precárias mas não ao ponto do banheiro estar quase desabando sobre nossas cabeças.
Logo que sai da cabine achei um espelho que dava mais pra ver a poeira do que o próprio reflexo, no momento em que eu fiquei de frente para aquele espelho tive a sensação de estar sendo vigiada como se tivesse alguém atrás dele ou qualquer coisa do tipo.

— Ei!!!!!

— O que? — me sobresaltei, Lucy tirou-me dos meus pensamentos.

— Estou te chamando já faz quase um minuto e você não responde — disse Lucy olhando para o espelho.

— Foi mal, ando meio distraída.

— Sei... — disse me avaliando.

— Bom vamos, quero ver o que tem na quela lanchonete — falei indo em direção a porta do banheiro.

— Se ela não estiver igual ao banheiro...tudo bem.— Assim que entramos na lanchonete vimos Scott parado em frente aos salgadinhos tentando descobrir qual levar.

— Hey, então já escolheu? — perguntei parando ao seu lado.

— Não, não sei qual é o seu preferido — respondeu mantendo o olhar na prateleira onde os salgadinhos ficavam.

— É aquele ali — apontei com a cabeça para um salgadinho de sabor churrasco que estava a esquerda dele.

— Agora sim — deu um sorriso enquanto pegava o pacote — Vai querer mais alguma coisa? — olhou para mim mantendo seu olhos castanhos fixos nos meus esverdeados.

— Não, valeu — balbuciei desviando meus olhos do olhar dele.

— E então vamos para o caixa ou vocês vão querer escolher se vão ou não se beijar? — disse Lucy chamando minha atenção ela estava com um sorriso debochado para a gente, voltei a olhar para ele.

Eu fiquei completamente ruborizada e Scott ficou me olhando com uma cara de quem pensava no assunto, eu desviei do seu olhar novamente e segui para o caixa, eles vieram atrás. Assim que eu encostei a minha mão no caixa me arrependi o balcão estava todo sujo e tinha alguns insetos mortos nos cantos. Merda. Tirei minhas mãos e passei no meu short jeans. Atrás do caixa havia um homem com à aparencia bem estranha ele usava óculos que deixavam seus olhos maiores que o normal, era baixinho e esguio, o uniforme da lanchonete estava encardido e parecia que não era lavada a muito tempo e ele também usava um boné que estava pior que o uniforme.

— Quanto deu tudo? — perguntou Scott. O cara não parava de me encarar olhei para Scott que se aproximou um pouco de mim para que o mesmo parasse.

— São vinte — disse ele, olhei com o canto dos olhos e vi ele parando de me encarar assim que Scott se aproximou. Nesse momento Josh entrou pela porta da loja com uma cara, não, muito boa. Pronto só me falta o pneu ter estourado ou sei lá alguma coisa do carro ter pifado, não quero mais passar nem um minuto do meu tempo aqui nesse posto com esse cara estranho.

— Nós temos um problema pessoal —  disse meu irmão mordendo o lábio inferior. Eu sabia que tínhamos um problema, tava demorando.

— Qual? — perguntou Lucy

— O GPS do carro parou de funcionar e não da pra gente continuar sem ele.

— Mas você já foi lá com o Peter, não? — foi a minha vez de perguntar, que coisa estranha se ele já foi lá é óbvio que ele sabe onde fica.

— Eu fui lá uma vez e o Peter estava dirigindo então não prestei muita atenção no caminho, achei que quando fossemos vir iríamos vir todos juntos, Peter já está lá então não lembro o resto do caminho.

— Ai meu Deus, eu vou é dar um soco nessa sua cara! — disse perdendo a pouca paciência que tinha. —  Josh você nunca tá preparado pra nada? É óbvio que você deveria ter prestado atenção na porra do caminho.

— Ei, fiquem calmos. Ai cara, você por acaso não sabe aonde fica o Acampamento Oceans? — perguntou Scott ao homem que estava atrás do balcão nos atendendo, ele estava escutando nossa conversa e tinha voltado a me encarar. Revirei os olhos. Porra.

— Dirija mais dois quilómetros e entre a direita, siga mais três e entre a esquerda e então vão chegar ao acampamento — disse apenas.

— Valeu...— disse Scott.

Depois do que me pereceu horas na estrada finalmente haviamos chegado ao acampamento. O cara da lanchonete havia dado as direções certas para seguirmos e quando eu finalmente coloquei meu pé para fora daquele carro a minha vontade foi de entrar dentro dele de novo e fazer todo o caminho de volta, por que? Porque ela estava lá, de todos os lugares no mundo em que eu poderia passar meu fim de semana - eu, Ruby Duhamel - tinha logo que passar meu final de semana com Amanda Jones.

Continua...