Ela era um furacão. E ele sabia disso.
Se conheceram nos vagões do Expresso de Hogwarts quando tinham onze anos. Lembrava-se bem de ver aquela garotinha pequena lhe responder de forma atrevida, revirando os olhos a cada palavra que ele dizia.
— Um Black? Grande coisa, se quer saber. Não é como se eu ligasse.
Naquele dia prometeu a si mesmo que tornaria a vida de Marlene McKinnon um inferno.
E ele tentou, pena que nunca foi bom com promessas.
[...]
No ano seguinte, aos doze, Sirius percebeu que o melhor a fazer era ignora-la. O que não deu muito certo, já que ambos foram selecionados para o time de quadribol da Grifinória.
— Deveria me agradecer por não chutar seu traseiro, Black. Sorte a sua que somos do mesmo time.
Naquele mesmo ano perderam todos os jogos.
Segundo Marlene, era tudo culpa do maldito moreno de cabelos longos.
[...]
Aos treze perceberam que ficar brigando feito cães furiosos pelos corredores não adiantaria muito e passaram a ter conversas civilizadas.
Ou quase.
Afinal, velhos hábitos nunca morrem.
— Sabe Black, irritar você é um dos meus passatempos favoritos.
[...]
Com quatorze ele percebeu que se sentia estranho quando ela estava por perto e resolveu falar com Remus sobre isso. A resposta do amigo o deixou sem palavras, mas Lupin sempre tinha razão no fim das contas.
Era noite e já havia passado o horário de recolher, mas Sirius estava lá. No mesmo lugar de sempre, observando as estrelas de forma calma enquanto pensava na sua família e no quão fodida era a sua vida. Maldita vida.
Estava tão distraído com seus pensamentos que mal conseguiu ouvir um leve farfalhar a seu lado.
Marlene estava lá também.
Sentou-se ao lado dele, os olhos nunca deixando de encarar o céu escuro. Naquela noite, conversaram sobre tudo e o laço dos dois, que antes já existia, ficou ainda mais forte.
E aquele virou o lugar deles.
[...]
Era reunião de sua antiga turma em Hogwarts, alguns anos haviam se passado e ao que parecia muitas coisas tinham mudado. Seus amigos, agora casados, dividiam no salão principal as alegrias da vida enquanto discretamente Sirius se pôs a caminhar. A torre de astronomia ainda era a mesma de sempre, lhe dando as boas vindas depois de tanto tempo. Era dia, mas nem por isso o céu deixava de ser lindo visto daquele lugar. E ele sorriu quando ouviu passos ritmados nas escadarias, sabia quem era.
Marlene McKinnon.
Continuava dona da alma mais jovial que teve o prazer de conhecer, os cabelos loiros caindo em cascata sobre os ombros e no rosto aquele sorriso de lado que ele conhecia tão bem. Estavam juntos como sempre estiveram, o pequeno apartamento que dividiam no centro de Londres o deixava feliz assim como partilhar suas alegrias com aquela mulher.
Ela fazia dele o homem mais completo do mundo. E ela sentia-se mais amada que nunca por tê-lo a seu lado.
— Nunca imaginei que estaríamos aqui novamente, sabe? Ver nossos amigos tão radiantes assim... isso é algo que vale a pena presenciar. - sorria, de forma doce enquanto os dedos se entrelaçavam aos de Black. — Amo você e sempre vou amar, Six.
E ele sorria como se sua vida dependesse daquilo. E talvez isso fosse verdade. Aquela mulher o fazia sentir coisas que nunca imaginou sentir, se apaixonar por ela foi tão natural quando vencer um jogo de quadribol contra a Sonserina e ele sabia que era a mulher da sua vida. Sempre foi.
— E eu amo você, Marls. - riu baixinho quando ouviu um suspiro baixo a seu lado. Ela era romântica mesmo não admitindo muitas vezes. — E eu sempre vou amar.
Ela era um furacão e ele sabia disso, mas também tinha o dom de colocar todos os pequenos pedaços de Sirius no lugar. E com ela, ele se sentia infinito.
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We Are Infinite
FanfictionSirius nunca havia pensando na possibilidade de se apaixonar daquela forma, mas quando Marlene aparecia tudo ficava diferente. Com ela, ele se sentia infinito. • Oneshot • Marlene McKinnon e Sirius Black • Pós guerra | Universo Alternativo • Os per...