Capítulo 2

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Kevin

Eu não podia acreditar que meu pai foi capaz de trair minha mãe, e ainda por cima ter um filho com outra mulher.

Estou olhando para minha mãe, chocado, com o que ela está me contando. E ainda por cima, quer que eu vá atrás daquela bastardinha.

– Escuta meu filho, eu perdoei o seu pai. – ela me diz cansada. – E desde que ele se foi, eu tenho procurado por ela e a mãe. Foi um pedido do seu pai. Eu gostaria que você respeitasse isso.

– Tudo bem. – suspiro cansado. – me conte tudo o que sabe sobre ela.

Sara, minha mãe, me conta tudo o que sabe a respeito dessa mulher, que engravidara do meu pai.

Eu fico pensando, se meu pai não tem outros filhos espalhados pelo Brasil. Mas não digo isso a ela.

Quando minha mãe termina de falar, me despeço dela e vou para a empresa.

Sou o CEO de uma empresa de marketing muito conceituada nos Estados Unidos e que tem filial aqui no Brasil.

Meu pai fundou a empresa, e sempre deu duro para que prosperasse. Quando conheceu o Brasil, quis ficar por aqui e conheceu minha mãe e se casaram. Na época meu pai já tinha um filho, Tyler, fruto de um relacionamento na adolescência. Tyler estava fazendo faculdade, e meu pai o treinou para que pudesse ficar de vez no Brasil.

A primeira coisa que faço assim chego ao escritório,  é ligar para meu irmão Tyler.

– E ai, Kevin como vão as coisas? – ele atende já sabendo que sou eu.

– Na mesma cara. – respondo, e resolvo contar tudo que minha mãe me disse. Quando termino de falar, pergunto o que ele acha.

– Cara, que barra – ele suspira – não acredito que só agora ele teve crise de consciência.

– Eu sei

– Eu acho que você deve fazer o que sua mãe disse. – Tyler diz serio – Se você quiser, eu ajeito as coisas por aqui, e vou te ajudar com esse assunto. Também quero conhece-la.

– Com toda certeza se você vier, ficarei grato.

Conversamos mais um pouco, conto a ele sobre a situação do nosso pai. Combinamos a sua vinda ao Brasil e nos despedimos.

Tyler é um cara bacana, um solteirão convicto como dizem. Quando fui para a universidade, fiquei hospedado na casa dele.

O dia passa rápido, várias reuniões, e vários contratos para analisar.

Chego, em casa e vou tomar um banho, depois vou ver Vitinho, meu filho de 8 anos, que faz seu dever de casa com uma concentração impressionante.

– Hey filhão! – comprimento, fazendo cafuné.

– Oi pai! – ele saúda

– tudo bem?

– Tudo sim! – responde e depois faz uma careta – Eu estava estudando. É semana de prova.

­– Hum, vou deixar você estudar então. Depois você vê se dorme.

Ele apenas assente. Dou um beijo em sua testa e desço pra jatar.

***

Vitinho já está dormindo a horas, mas eu não consigo.
Estou no meu quarto, com a cabeça a mil.  Saber que meu pai teve uma filha, fruto de uma traição,  me deixou com muita raiva dele. Minha mãe não merecia passar por isso.

Como se não bastasse saber dessa bastarda, eu tenho que encontra-la. Pelo que minha mãe me disse, meu pai fez o favor de me amarrar nesta história. Tenho que garantir que essa menina estude e garantir uma posição  na empresa.

Além de tudo isso, eu me preocupo com meu filho sem uma figura materna. Eu sei que ele precisa de uma mãe, e quero encontrar uma mulher decente, de princípios, e que o veja como filho, para me casar. Mas ainda não encontrei.

Construindo nosso amorWhere stories live. Discover now