-Rose, entre. Está começando a fazer frio – Minha mãe coloca a mão nas minhas costas e faz um leve carinho.
-Eu vou esperar só mais um pouco, se ele não aparecer vou ir á festa. – De qualquer modo fui convidada, poderia ir.
-Não fique muito tempo no frio. – Beijou o alto da minha cabeça, já que estava de costas a ela.
Olhei em volta e nem sinal dele. Deve ter achado uma vagabunda no caminho e ficado com ela mesmo. Levanto e vou caminhando. O caminho é um pouco longe, então apresso o passo. Estava escuro e gélido, minha roupa não ajudava a me cobrir, já que tinha escolhido um modelo para chamar sua atenção de uma vez por todas.
Um som alto chegava até meus ouvidos, já estava perto da casa. Andei mais alguns metros e finalmente cheguei no lugar que saiam adolescentes até do bueiro. Analisei o local, não era ai que eu iria morrer. Respirei fundo, me espremi entre as pessoas que bloqueavam a entrada e logo me direcionei ao bar. Precisava beber, e muito. A moça do bar me olhou com cara de fome, mas me deu a bebida que pedi. Uma vodca pura, iria subir rápido. O único jeito que eu quero terminar é jogada em algum lugar que eu não vá lembrar o porquê de eu estar lá.
Fique encostada no balcão e tomei mais três copos. Logo comecei a me sentir tonta. Hora de dar um tempo, fui cambaleando para pista de dança, mas fui interrompida no meio do caminho pelo meu celular vibrando na minha mão.
-Alô – Nada respondeu do outro lado por algum tempo.
-Não volta para casa agora. – Era a voz da minha mãe, tinha soado muito baixo. Ela estava em perigo.
Comecei a correr. Corri tanto que meus pulmões pareciam pegar fogo, uma sensação horrível passava pelo meu corpo.
Avistei minha casa de longe e então corri mais do alguém corre em uma maratona. Olhei para porta escancarada e rapidamente.
-MÃE! – Gritei a primeira vez – MÃE!! – Gritei a segunda mais desesperada ainda, estava tudo escuro. – MÃEE!!!- Gritei a terceira e tropecei em algo.
Andei apressadamente para acender a luz, que foi em vão, pois haviam cortado os cabos de energia. Liguei a lanterna do celular e fui caminhado até o local que havia deixado para trás, olhei para aquilo e piquei três vezes. Um grito ecoou pelo local, vi um corpo, o corpo da minha mãe.
-Espero que esteja pronta para ter o mesmo destino que ela. – ouço uma voz vindo por trás de mim, e antes que eu possa me virar, sinto algo no meu nariz.
A ultima coisa que vejo é o corpo da minha mãe estendido no chão.
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Damned Souls
RandomTalvez me perder tenha sido a melhor coisa. Me perder em você, foi a pior.