Com amor, Destino

Prólogo

E quem sou eu? Essa pergunta não poderá ser respondida. Apenas uma pessoa em todo o mundo sabe a resposta e ela jurou guardar segredo.
As pessoas pensam que eu sou negra, loira, ruiva, pardo, albina. Dizem que sou alta, baixa, gorda, magra. Meus olhos são azuis, verdes, pretos, castanhos, mel. Cabelo cacheado, enrolado, liso.
Eu sou tudo isso e não sou nada.
Sou o destino enquanto não acredito nele.
Eu sou o que você quer que eu seja.

"Querida May,
meu nome é Estefânia, na escola me chamam de Fany. Há alguns dias descobri que meu namorado meu traiu! Depois de dois anos juntos! Estou arrasada! Ninguém consegue me ajudar! Ele pediu uma nova chance, mas eu não sei se devo dar. Estou confusa! Ainda o amo! O que devo fazer?!
PELO AMOR DE DEUS!
EU PRECISO DA SUA AJUDA!
Não sei mais o que fazer!
Obrigada desde já!
Fany."

"Querida Fany,
na vida existem escolhas, e elas são feitas vinte e quatro horas por dia.
Você tem duas opções de escolhas:
-Perdoar seu namorado.
-Não perdoar seu namorado.
Mas já as consequências, são mais:
-Perdoar o seu namorado e ser traída de novo;
-Não perdoar o seu namorado e perder o amor da sua vida;
-Perdoar seu namorado e ter um relacionamento ainda melhor;
-Perdoar seu namorado e ter um relacionamento cheio de desconfiança;
-Não perdoar seu namorado e ter feito a melhor escolha da sua vida.
Independente da sua escolha, o que é a traição para você? O que significa ser traída ao seu ver? Você conseguirá confiar nele outra vez? Não?
Pense nisso, Fany, e se lembre apenas de que a confiança é a base do relacionamento.
Com amor, May"

(...)

Tá bom, tá bom! Eu conto, não precisa implorar! Mas esse vai ser o nosso segredinho e você terá que jurar não contar para ninguém. Nem para o seu melhor amigo. Não! Não conte para a sua mãe. PARA! Seu namorado faz parte do time de basquete?! Não confie nele. Ele vai revelar minha identidade para todos!
Ok. Ok. Estou dramatizando. Todo cuidado é pouco.
Lá vai.
Meu nome é Samantha Banks, tenho 17 anos e estou terminando o último ano do colegial. O próximo passo é cursar jornalismo e ser uma paparazzi de famosos como a Kim Kardashian.
(Mas isso é só um sonho, não?)
Escrever sobre relacionamentos e problemas familiares é o que eu faço todos os dias. Uns vão dizer que sou louca e outros que eu sou um exemplo. Eu diria que não tinha nada para fazer quando comecei com essa ideia de ajudar os outros, que foi uma ótima ideia. Não sabia que daria certo.
Meu nome artístico é May e só quero ajudar aos outros, mas esse negócio de ajudar os outros por carta, me deu um super poder. Assim como Voldemort, Malévola, Coringa, Alerquina, Scar, eu sou uma vilã.
Ao mesmo tempo que ajudo os outros, eu sei de tudo. Tudo mesmo. E se você está me escrevendo agora, eu saberei de mais coisas ainda. Mas não se preocupe, eu nunca usaria isso contra você. Bem... A menos que seja preciso. O que posso dizer é que um dia o meu plano de ajudar as pessoas virou o meu maior risco.
Tudo aconteceu no dia vinte e cinco de setembro de 2014, eram oito horas da manhã e a professora acabará de entrar na sala. Ela disse bom dia a todos e se sentou arrumando seus materiais. Tudo estava normal, pessoas riam e conversaram como sempre, exceto por um detalhe.

"-Bom dia a todos! É com muita tristeza que anunciamos o cancelamento das aulas de hoje e de amanhã pelo falecimento do nosso aluno Jesse Parsons."

A voz da diretora saiu pelos alto-falantes e ecoou por toda a escola.
Meu corpo gelou. Olhei envolta desolada. E sai correndo da sala. Corri muito e me arrisquei. Abri o armário em que os alunos deixavam suas cartas e peguei todas, mais uma vez estava correndo, desta vez para o banheiro. Me tranquei em uma cabine e li todos os remetentes até achar Jesse. Na frente estava escrito "A última carta".
Mais uma vez eu descobri algo, algo que mudou tudo.

(...)