Capítulo 35

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Meus olhos estão abertos e a dor em meu corpo é forte... A dor em todo o meu corpo é forte menos em minhas pernas, eu não consigo senti-las e isso realmente me preocupa, forço os meus olhos para conseguir enxergar melhor e assim eu percorro todo o quarto a procura de algo mas tudo que eu encontro é alguém sentado ao meu lado

Não consigo reconhecer quem é por que a minha visão está completamente embaçada e eu começo a achar que não estou acordada. Lembro-me exatamente de tudo que aconteceu e eu sei que levei mais ou menos dois tiros e logo depois meus olhos se fecharam

-Filha, você consegue acordar

É a voz da minha mãe e agora eu posso ver várias pessoas encima de mim, me rodeando e mesmo com a visão embaça eu consigo ver as máscaras em seus rostos indicando que todos são médicos

-Mamãe?

Eu estou me vendo agora e assim estou vendo que os sinais do meu coração estão parados, estou vendo os médicos lutando para me trazer de volta e agora eu realmente não sei se quero voltar para a vida real. A muito sangue no chão e nas mãos de todos eles mas mesmo assim eu não consigo desviar os meus olhos da minha família

Eles estão so a alguns centímetros de mim e eu quero viver ao lado deles para sempre. Quero abraça-los, quero dizer o quanto amo cada um deles e também quero me desculpar por ter matado todos eles... Foi eu que levei o Isaac para a minha casa e por isso foi eu que matei toda a minha família

Eu não posso andar mas eles conseguem e assim os três chegam até mim. Papai segura o meu rosto acariciando delicadamente a minha bochecha, mamãe segura a minha mão e o meu irmãozinho segura a outra

É muito bom vê-los e senti-los mais uma vez

-Você conseguiu

Mamãe fala baixinho e eu me pergunto sobre oque ela está falando mas não me dou ao trabalho de abrir a minha boca porque eu só quero continuar olhando pra cada um deles e agora ninguém vai tira-los de mim

-E você precisa abrir os seus olhos

Os três me abraçam e assim eles somem dando lugar ao Cárter

Eu não queria ter voltado

Cárter era a pessoa que estava sentada ao meu lado e agora eu posso ver um vestígio de um sorriso em seus lábios. Ele levanta e eu consigo sentir sua mão rodeando a minha

-Você está bem?

Ele diz baixo e eu ainda quero que essa parte seja um sonho. Estava bom com a minha família, estava bom me sentir ao lado deles e agora eu rezo para que eu os encontre outra vez

-Não sinto minhas pernas

Murmuro porque eu nem se quer consigo mexe-las e isso volta a me preocupar. A dor em meu corpo me faz perceber que esse é o mundo real, porque estou sentindo dor e se está doendo é porque eu ainda estou viva

Isso me deixa triste mas eu também estou feliz por ter visto a minha família uma última vez e senti-los tão próximos foi a melhor coisa que aconteceu em anos. Mamãe não me quer morta, nenhum deles quer então eu vou me forçar a fazer a sua vontade

O olhar do Cárter está um pouco triste agora e o seu sorriso não está mas presente, isso me faz imaginar que o conseguiu conseguiu acabar comigo mais uma vez porque talvez ele tenha me colocado para viver em uma cadeira de rodas por todo o resto da minha vida

-Oque aconteceu?

Pergunto, e ele demora para me responder. Talvez Cárter esteja procurando uma forma agradável de dizer que eu estou paraplégica mas eu sei que nada vai tornar isso melhor

In The Name Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora