❝Suspiria❞• Xiumin

01. Savior

Apesar dos estudos terem se tornado minha prioridade nos últimos anos, um sentimento de medo e preocupação se fez presente dentro de mim. A preocupação de falhar, talvez.
E foi quando um som estridente soou por todo o local—anunciando o início das aulas—que esse sentimento se aflorou.

Em uma tentativa falha, tentando abandonar meus sentimentos pessimistas do lado de fora, meus passos adentraram as enormes portas da Faculdade de Direito de Seul, encarei a profundidade do edifício, e o mar de alunos, todos extremamente bem vestidos, fazendo meu sentimento de medo ser substituído pela intimidação que sentia ao passar por todos aqueles estudantes. Caminhar pelo meio daquele aglomerado de pessoas mesquinhas era um teste de paciência para mim. Recebendo olhares ignorantes e indiferentes, me senti uma estranha no ninho.

Me apressei em seguir o destino traçado até minha sala, numa tentativa inútil de não fazer contato com nada nem ninguém, até que meus traíram meus pensamentos, e foram atraídos pelo enorme quadro de avisos no meio do corredor, repleto por um mar de folhas—todas com o mesmo aviso. A foto de uma jovem bonita, com os cabelos negros como a noite, em contraste com seu sorriso branco. Logo acima, uma palavra que chamava a atenção de diversos alunos que percorriam pelo local.

Desaparecida

O mar de folhas logo ofuscou minha atenção de meu atual caminho, então, fui mais uma das iscas fisgadas pelas letras gigantes e avermelhadas, quando meus passos cortaram meu percurso até a sala, seguindo até o quadro.
No momento que me aproximei, vários burburinhos e sussurros chegaram aos meus ouvidos. Todos comentavam do desaparecimento da jovem. Duvidas surgiram em minha mente—duvidas essas que eu sabia que dificilmente seriam respondidas.

Como boa observadora que sou, meus olhos fisgaram a figura de uma jovem alta de cabelos curtos, com um apanhado de folhas sobre os braços, e uma cara que demonstrava de forma escancarada sua tristeza. Seus atos chamaram mais Ainda minha atenção, quando notei que ela se mantinha em pé ao lado do quadro, e distribuía alguns dos papéis para os confusos alunos que ali passavam. Então seus atos mudaram, e agora ela me encarava, e pude notar mais precisamente seu olhar de tristeza.

Ela devia ser amiga da jovem desaparecida. Foi o que deduzi. Seu olhar me instigou. E senti que sua tristeza era contagiante, já que senti um aperto no coração por encarar aqueles olhos desamparados por muito tempo. Uma vontade enorme de ajudá-la inundou meu corpo. Que ótimo! Logo em meu primeiro dia já estou querendo encontrar uma jovem desaparecida...

Me devaneei em pensamentos, até que sua voz fina me desconcentrou.

–Você deve ser nova aqui... caso tenha a visto, por favor–Disse enfatizando o pedido, o olhar desamparado aumentou–Ligue para o número abaixo! A última vez que foi vista, ela é o namorado estavam perto do campo de futebol. Estamos desamparados!

Ao se tratar dos outros eu não sei... mas ela, está na cara, pois a qualquer momento daquela conversa eu pensei que ela teria uma crise de choro.

Foi divagando em meus pensamentos, que a movimentação dos alunos me chamou a atenção, já que a maioria já havia de dirigido às respectivas salas. E eu continuava aqui, pensando em uma garota desaparecida enquanto tinha uma jovem a bera de uma crise a minha frente.

Acenei com a cabeça para o jovem, e virei meu corpo seguindo para minha sala. Claro que uma jovem desaparecida não é algo que se vê todo dia. Mas também, se meus pais soubessem que eu havia chegado atrasada no primeiro dia, eu me daria muito mal.