Único.

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O relógio digital encima da cômoda marcava uma da manhã e minha cabeça parecia cheia demais pra dar lugar ao sono. Tudo que conseguia fazer era pensar em você, reviver os bons momentos e criar novos ao mesmo tempo..

Estou tentando seguir em frente e esquecer o que chamei de nós, contudo, não é tão fácil como imaginei que seria. Seu sorriso não me deixa simplesmente quando lavo o cabelo com shampoo e condicionador, muito menos quando coloco numa caixa todas as roupas que passei horas escolhendo para te agradar quando fôssemos sair juntas.

Eu sinto raiva por não ter forças o suficiente para arranjar um método melhor do que jogar fora tudo relacionado a ti, sinto raiva por não ter te apagado da minha vida assim como fizestes comigo.

Era tão lindo, Eunha, era tão lindo quando estávamos rindo uma pra outra, assistindo filmes infantis e dormindo abraçadas com a desculpa de que os lençóis não iriam conter o frio. Só que lá no fundo eu sabia que o que você sentia por mim era certo...

E o que eu sentia por você, errado.

E mostrei minha falha da pior maneira possível, dizendo que te amava.

Pensei nisso ontem, no que aconteceria com a gente no futuro, quando tivéssemos cinco ou dez anos a mais, se iria chegar uma hora que o destino nos colocaria frente a frente novamente e se você, minha pequena, iria querer saber o que aconteceu durante todos esses anos, por educação. Afinal de contas, você tinha esquecido o que era nosso quando avancei em seus lábios, selei-os e sussurrei nervosa, como se tivesse tirando uma faca do meu coração, que te amava da maneira mais apaixonante possível.

Imaginei se ainda poderia existir uma luz em seu interior que me convidaria para comer um lanche e tentar recomeçar, voltar a estaca zero, sem beijos ou declarações que vieram da alma.

Mas horas depois, meus olhos encontraram sua silhueta delicada andando pelas ruas movimentadas de Seul, usando seu – e meu – vestido preto e rodado preferido com uma morena bonita pendurada em seu pescoço.

Você passou por mim enquanto ela puxava pra si o perfume gostoso do seu pescoço, do jeitinho que eu fazia pra te convencer a vir comigo e passar a noite em minha casa.

Olhou-me por um tempo como se estivesse numa luta interna entre parar ou fingir que eu não existia e agarrou a mão da morena, dando vitória à segunda opção.

Preciso me fazer escolher também a segunda opção porque nem sempre a vida é romântica, às vezes ela é realista.

love me right ✧ wonhaOnde histórias criam vida. Descubra agora