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Sua felicidade era algo que o impressionava. O modo como tratava os outros e como conseguia se divertir com todos, diferentemente de si. Aqueles eram os motivos pelo qual Jeongguk não conseguia lidar com Jimin.
Era uma manhã definitivamente fria e eu estava tremendo. Debaixo de três cobertores e diversas peças de roupa, tremendo. Podia até imagina-lo com apenas uma blusa fina, rindo daqueles que tremiam de frio como eu. Park Jimin era sociável demais para um feijão no saco de arroz como eu.
Afinal, eu era conhecido como desastre por todos os alunos do meu turno. Chegava sempre atrasado, derrubava e quebrava coisas todo santo dia, não era bom me comunicando e também não era muito diferente com os estudos.
Então, enquanto eu encarava o teto branco e sujo de meu quarto, eu pensei; o que eu faria no lugar de Park Jimin? Eu seria que nem ele? Ou arruinaria com tudo mais uma vez?
Foi naquela manhã de segunda-feira, enquanto meus dedos tremiam, que eu prometi a mim mesmo de nunca me envolver com Park Jimin, o garoto de bochechas rosadas. Aquele dia foi, como eu gosto de chamar, o começo do fim.
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JUNGKOOK PRÓLOGO
Aquele foi definitivamente o começo do fim. Naquela mesma segunda-feira, que eu me tremia mesmo que usasse três calças, Jimin passou por mim.
Era aula de educação física e eu estava sentado ao lado da porta, para que quando Taehyung começasse a discutir com Yoongi sobre alguma falta mentirosa, eu pulasse fora daquela quadra.
Mas Jimin não só passou por mim como também sentou-se ao meu lado, e sorriu. O maldito sorriu. Jimin também ameaçou tirar os fios de cabelo que caíam em meus olhos mas acabou repensando, percebendo a loucura que estava prestes a fazer.
Mesmo assim, ele não se levantou. Jimin continuou ao meu lado mesmo quando Taehyung chamou-o e lançou-lhe um olhar estranho.
Kim Taehyung era meu amigo, e como eu nunca tinha percebido antes, ele também era amigo de Jimin. Felizmente, ele tinha ciúmes de seus amigos. Digo, ele sabia muito bem que eu tinha as chaves de todas as salas —que foram mais do que fáceis de arrumar cópias— e que, quando saísse, iria pegar um livro aleatório da biblioteca e agradecer enquanto a mulher que lá trabalha sorri com seus dentes tortos e sujos de chocolate. E depois, eu me sentaria numa das mesas de lá e colocaria o livro sobre a cabeça, tampando o sol que antes me atrapalharia á dormir.
Mas não, eu estava sentado no canto daquela quadra fria, encarando Jimin, que sorria quase inocentemente para Taehyung, e de vez em quando, para mim.
Taehyung bufava, como se fosse explodir a qualquer momento. Quando ele virou o rosto por um momento, eu senti como se todo o resto tivesse virado.
— Hey, Jungkook, podemos ser amigos? — Jimin me perguntou, inclinando-se sobre mim como se não soubesse o que significava espaço pessoal.
E quando eu afastei suas mãos frias com as minhas, ele quase pulou, quase como se tivesse levado um soco diretamente no estômago. No entanto, ele apenas as mexeu como se estivessem formigando.
Em seguida, ele se aproximou mais uma vez, fazendo nossos ombros baterem um no outro. Talvez ele estivesse com frio?
Eu pensei duas vezes entre correr e levar uma bronca dos professores depois, por virar um corrompido estudante do ensino médio, ou continuar encarando Jimin enquanto ele sorria, apertando suas mãos curtas entre as minhas.
Eu suspirei e ele teve uma reação animada demais para aquilo. Ele continuou sorrindo.
— Não quero ser seu amigo. — Eu sussurrei.
Eu estava pronto para vê-lo levantar e caminhar até Taehyung, apenas para reclamar sobre como eu era rude ou coisa assim. Mas ele não o fez, ele não se levantou, ele não se moveu.
Jimin continuou com um sorriso no rosto, dessa vez mostrando seus dentes. Ele se aproximou tanto de mim que eu quase agradeci pelo espaço mínimo entre nós ter quebrado o frio que antes estava ali.
Mas Jimin continuou apenas me encarando, segurando minhas mãos dentro de seus bolsos, como se dissesse — Eu não aceito não como resposta, seu babaca!
Jimin era um idiota. E algo que eu tinha descoberto, ele não sabe o significado de "não".
