5 - Final

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Donald e Breno sempre foram apenas amigos, mas as coisas ficaram bem coloridas e beeem quentes entre eles em plena pandemia

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Donald e Breno sempre foram apenas amigos, mas as coisas ficaram bem coloridas e beeem quentes entre eles em plena pandemia. E quando o saradão enfim se declarou ao protagonista, este, por sua vez, tentou reafirmar que o que existia entre eles seguia sendo amizade. Será essa a verdade? Leia a história completa e descubra.

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Confira também Dividindo casa, depois a cama, um conto quentíssimo sobre dois colegas de apartamento. 

 

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Pensei estar ouvindo coisas e demorei para expressar alguma emoção na minha face. Chad estranhou:

- Não quer?
Eu estava feliz e, ao mesmo tempo, em choque:
- Não! Quero dizer..., sim! Claro que eu quero namorar com você! É que você me pegou de surpresa!
- Você me pegou de surpresa, Gael! Sempre quis te dar um trato e te achei uma graça nas fotos do Facebook... Agora, me envolver assim, eu não esperava! E estou feliz que tenha acontecido...
Chad tinha as palavras certas a dizer, como sempre, enquanto eu, sem ter nada de bom a acrescentar, simplesmente o beijei. Depois, ele continuou falando:
- Agora sim você é completamente meu! E eu sou seu. Quero namorar e proteger você...
Ao ouvir aquelas palavras, me derreti mais um pouco e aproveitei aqueles instantes de felicidade.
Quando deu umas 2 da manhã, tanto ele quanto eu estávamos totalmente bêbados, nos pegando sem grandes pudores, no meio da pista. Lembro vagamente que começou a tocar um remix horrível de Apologize, quando resolvemos pagar a conta e ir embora.

Chad dirigia bem, mesmo bêbado, igualzinho ao pai. Fomos para o motel de sempre e transamos loucamente, até desmaiarmos de sono. Passamos a noite ali. Apesar disso, acordamos relativamente cedo, pois ele tinha aula de piano, e fomos direto para a escola de música.
À essas alturas, eu já tinha recebido várias ligações da minha mãe e quando enfim atendi, levei uma bela bronca! No fim das contas, ficou tudo bem e ainda pude ir assistir à aula do polaco magia e ficar suspirando por ele, mais uma vez.
É. Eu estava completamente apaixonado! E me sentia muito feliz. Depois, Chad me deixou em casa e o dia seguiu normalmente.

Por volta das 9 da noite, Chad e eu caminhávamos até um posto de gasolina. Passando por uma praça, com um certo movimento de pessoas, demos de cara com dois músicos tocando uma canção. Fazíamos parte de uma plateia de não mais que vinte pessoas. Juntos, cantamos o refrão: "And after all..." Nesse instante, o polaco, sempre sorrindo, me encarou e cantou: "You're my wonderwaaall!". Do nada, Chad fechou a cara. O mais estranho é que o sol ainda estava se pondo.
Voltamos a caminhar, agora com pressa. As pessoas simplesmente começaram a se afastar, tornando a região deserta. Chad não dizia mais nada e eu podia jurar que ele tinha descoberto sobre meu padrinho, por isso a mudança de humor. De repente, surgiu uma escada a nossa frente. Questionei:
- Essa escada não estava aqui no outro dia, estava?
Olhei para o lado e Chad tinha desaparecido. Me desesperei, pois estava cada vez mais escuro, as luzes dos postes não acendiam e eu não reconhecia mais o local. Saí correndo, chamando pelo meu polaco - meu mesmo? -, subindo aqueles degraus. Eram largos, altos e minhas pernas quase não os alcançava, sem que eu me desequilibrasse.
Quanto mais eu subia, mais sozinho me sentia. Várias casinhas humildes cercavam a imensa escadaria, formando uma comunidade. Pessoas de aparências simples e de várias fixas etária, principalmente crianças, me encaravam. Finalmente encontrei uma saída, que dava para uma extensa avenida, cheia de prédios e casas antigas.
As luzes dos postes eram amareladas e fracas. Passando ao lado do que devia ser um patrimônio histórico, dei de cara com Chad, usando um paletó branco, tocando piano. Só que eu não conseguia escutar som algum saindo das teclas. Então, hoje, se eu pudesse escolher uma trilha para essa cena bizarra, seria Missing Persons part 2, do OneRepublic. Por mais que eu chamasse, ele não me escutava. A luz do local se apagou e eu saí correndo, começando a chorar.
Pessoas estranhas me seguiam. Seriam moleques de rua dispostos a me assaltar? Seriam meus maiores medos em forma de gente, me perseguindo?
Os andarem dos prédios tinham luzes que piscavam, mas não existia nenhum humano dentro deles. Imensos telões publicitários cercavam a avenida, dos dois lados. Continuei correndo, vendo neles imagens e números se formando, em câmera lenta: 2001, 2003, 2008. Fotos de uma linda churrascaria tomaram conta de todos os telões. Em seguida, surgiu o logotipo de uma escola de música, ao meu lado direito. Do lado esquerdo, fotos de um quarto de motel. Olhei para trás e fiquei aliviado ao ver que ninguém mais me perseguia.
Parei de correr, exausto, mas segui andando. Quando enfim reconheci algum local, era a fachada do bar LGBT no qual Chad havia me levado. Resolvi entrar, crente que o encontraria ali. Quando a porta se abriu, dei um passo para frente e caí de um enorme morro. Era o "nosso lugar".
Acordei desesperado, suando, gemendo. O meu celular mostrava que era 4 da madrugada, de sábado para domingo. Dei graças a Deus por estar na minha cama, são e salvo. Levantei, fui até a cozinha e tomei água. Não foi difícil concluir que as imagens dos telões eram de todos os lugares que eu tinha frequentado recentemente com Carlos e Chad. Os números se referiam, respectivamente, aos anos em que fui morar com eles, quando Carlos decidiu ir embora e o ano corrente. Só consegui pegar no sono de novo por volta das 6, pensando: "Será que algo ruim está para acontecer?"

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