Ana acordou, já era sábado, olhou pro lado e Renata tava dormindo na cama dela, não que elas tenham feito algo, mesmo sendo da vontade de Ana.. levantou e pediu para Ju levar o café da manhã delas, foi pro banheiro, tomou banho e vestiu um biquíni com saída de praia, saiu do closet e Renata já estava comendo:
- Nem me esperou, sua sorte que sou legal!
- Ha-ha, que horas são?
- 20 paras 12.
- Já? Ontem o filme foi muito bom, quanto tempo que eu não relaxo desse jeito...
- Então pode terminar ai e vestir um biquíni, vamos para a praia.
- Naaao, eu tenho muito traba... - Ana interrompeu.
- Não dei escolha, vai sim, ox!
- Taa - revirando os olhos, mas com um sorriso, Ana amava aquele sorriso, comeram, enquanto Renata se arrumava, Ana estava na sala com os dois amigos dela que tbm moravam na casa, Gui um moreno, Alto, nem malhado nem magro, com olhos e cabelos castanhos encaracolados e Mateus Branco, com bochechas enormes, parecendo uma chaminé ambulante, cabelos pretos e liso, estavam conversando quando Fernanda chegou, ela é como uma confidente de Ana, conta tudo a ela com a maior sinceridade, ela é uma criatura baixinha, com cabelos longos na cintura, magra que só, com olhos e sorriso grande, um xodó:
- Bom dia meus lindos - tirou o chapéu de praia e cumprimentou todo mundo.
- Pensei que não ia vim!
- Nunca perco um dia de praia com vocês, cadê a gostosa?
- Tá lá em cima, se achando princesa, quase uma hora já - Renata sai do elevador.
- Tou ouvindo viu DRA. ADAMS!
- Oh, que bom que sua audição é boa, fico feliz por isso - falou Ana irônica.
- Afemaria, cavala kkk - disse Fernanda indo dar um abraço em Renata.
- Então, todos prontos?
- Você pergunta isso como se fôssemos viajar para a praia - falou Renata indignada.
Saíram da casa pelos fundos e estavam na praia, foram para onde tinha movimento, sentaram em uma mesa, pediram bebidas e Ana foi logo exibir o corpo, ficou de biquíni e foi surfar, Mateus foi logo atrás exibindo também os músculos. Quando voltaram a mesa já tava cheia, petisco ali, cerveja ali, água de Coco lá, uma bagunça só, antes de Ana sentar um menino, muito alto, com um peitoral enorme que Renata estava quase comendo com olhos chamou ela, Ana virou e pela primeira vez Fernanda a viu sem reação, ela não fez piadinha, não fez algum gesto, simplesmente gelou, ele chegou perto e disse:
- Aninha, sou eu Rogério, lembra de mim? - Como Ana poderia esquecer a sua primeira paixão? Ela se sentiu com 12 anos de novo, quando viu ele pela primeira vez, um menino magro, quase amarelo de tão Branco, cabelos longos negros, inofensivo, mas ela sabia e sempre soube da natureza dele, das humilhações que passou e nem por isso guardava nenhum rancor dele, continuava a mesma menina boba perto dele.
- Claro, claro, nossa, vc mudou! - ele deu um abraço apertado nela e beijou sua testa.
- Que coincidência te encontrar aqui, ouço muito sobre vc.
- Deve ser porque moro bem ali - se fosse outra pessoa pensaria que era grosseria, mas ele sabia que era um tom de brincadeira e riu junto com ela.
- Você não perde a essência, não é mesmo? Eu estou ali com os meninos de sempre, podemos vim pra cá?
- Podem, devem, venham - atropelou as palavras. Quando Rogério foi chamar os amigos, Fernanda riu, mas riu muito, ela viu como Ana estava nervosa e como suava de pingar nas costas.
- Viadoo, quanto tempo que vc não fica assim?
- Nanda do meu coração, não me perturbe, pelo menos não nos próximos 30 minutos.
Os meninos chegaram, juntou mesas e uma bardena só, quando entardeceu, Ana chamou todo mundo pra casa dela, pagaram a conta e foram, ficaram na área da piscina, pediram pizza, colocaram som e a conversa foi até as 4 da manhã, quando os meninos disseram que tinham que ir, Ana ofereceu os quartos de hóspedes, eles eram apenas 3 - Rogério o mais alto e forte, Felipe o baixinho, porém muito bonito e Paulinho o mais velho, estrutura média, um cara normal, eles aceitaram, pois não queriam ir para casa dirigindo, Renata já tinha ido deitar, Fernanda foi junto com ela e Gui e Mateus estavam indo agora, Ana foi mostrar os quartos a eles, por último o de Rogério.
- Entra ai, quero te mostrar uma coisa. - ela ficou vermelha e entrou - olha isso. - era um brinquedo, velho, pequeno, um soldadinho, Ana reconheceu logo, foi ela que deu o brinquedo para ele, quando ele falou que queria ser do exército, ela disse que ele deveria olhar todos os dias pro boneco e focar no seu objetivo.
- Você guardou, pensei que tinha jogado fora no mesmo dia que eu dei! - sorriu e pegou o brinquedo.
- Por que eu faria isso?
- Porque esse é vc, diferentão, sem sentimentos.
- Você acabou de machucar o resto que eu tinha - e fez biquinho, Ana controlou pra não beijar.
- Kkkk, palhaço, pq ainda tem isso?
- Você me deu de coração, com o tempo percebi que além de minha família vc foi a única pessoa que me deu algo de coração.
- Profundo..
- E na época vc não era tão bonita, vc sabia que Eu gostava de Júlia, por isso não dei bola pra vc.
- Obrigada pela parte que me toca.
- Aham, eu aposto que te transformei numa pedra de gelo.
- Você nunca faria isso - falou olhando no fundo dos olhos dele.
- Eu fui tão idiota com você, como pode dizer isso?
- Real, vc foi um babaca, mas sempre que te vejo, que você me olha, eu sinto como se eu estivesse despida e com vergonha por isso.
- Eu não sentiria vergonha de seu corpo - examinou de cima a baixo - Nem um pouco. - sorriu de canto, Ana sentiu as bochechas queimarem e junto com elas todo o corpo.
- Certo, já me mostrou o boneco, então vou indo..
- Espera - puxou ela pelo braço, se olharam, o peito de Ana subia e descia em uma velocidade incrível - deixa, Boa noite - abaixou a cabeça, Ana deu um abraço nele, mas um abraço longo, daquele que você perde a noção do tempo, em que seus pés pareciam flutuar e ficou ali, até o dia amanhecer, deu um beijo na bochecha de Rogério e sem dizer nada, saiu, foi tomar um banho de banheira, ao chegar no quarto tava Renata jogada de um lado e Fernanda do outro na cama, ela sorriu e foi para o banheiro, cochilou na banheira e depois de um bom tempo lá, levantou-se, vestiu uma blusa espojada, um short moletom, sandálias e foi tomar café com o resto do pessoal, domingo sempre fora um dia bom, tinha almoço na casa de Ana, onde ia todo mundo da família e quem se dizia da família, mas Ana ainda estava perdida, perdida no mais profundo dos seus pensamentos e talvez começasse ali, a se perder por completo.
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Caminhos Traçados
RomanceAna Adams está no auge de sua carreira como advogada, tem sua própria associação, muito dinheiro e é reconhecida em todo Brasil, agora com 29 anos vive de maneira burguesa, muitos dizem que a Drª. Adams é egoísta, ambiciosa e não tem mérito de ter...