"Tornei-me uma luz turva, estou me movendo até as estrelas. Você também se tornou uma estrela, e está acenando pra mim... Eu estou sozinho? Eu pareço sozinho? Porque as lágrimas descem?"
E assim eu acordava de mais um sonho. Minhas costas doíam depois de passar tanto tempo sentado naquela poltrona, escutava o barulho de bips compassados a minha direita e ainda piscava os olhos tentando focar minha visão depois de dormir por um tempo. Os dias não estavam sendo bons, na verdade, meus dias pareciam anos, não tinham mais alegria, não tinham mais vida.
Eu tinha esperanças de que tudo isso fosse acabar, não acabar de fato, mas, essa dor, tudo isso o que eu estava passando nessas últimas semanas... Eu tinha, lá no fundo, esperança que toda essa angustia iria acabar.
Tinha esperança de poder ver seu sorriso novamente, suas bochechas coradas, sua voz irritante, mas ao mesmo tempo, tão melódica. Há tanto tempo não ouvia, pareciam séculos.
Mesmo estando ali à minha frente, eu sentia sua falta, sentia falta da vida, da sensação de viver, e não apenas sobreviver a cada dia que passava, ali com ele, mas ao mesmo tempo sem ele. A única coisa que me fazia suportar aquela espera que não acabava nunca, era a esperança de poder ter ele em meus braços novamente... Não que não o tivesse todos os dias quando não aguentava só segurar a mão daquele corpo imóvel a frente de uma poltrona que já havia se tornado minha cama, dentro daquele quarto que que há algum tempo era como minha casa.
Enquanto os bips da maquina ao meu lado sinalizavam que meu amor ainda tinha vida, eu não desistiria, continuaria ali ao seu lado.
Depois de finalmente acordar, e não estar mais perdido em pensamentos, esfreguei os olhos me livrando do resto de sonolência que ainda se encontrava ali.
Observei Hyo, deitado a minha frente, suspirei, com os olhos já marejados como sempre, a quase todos os momentos do dia. Segurei sua mão, dando um sorriso de canto, e apoiando minha cabeça no colchão no espaço em que sobrava ao lado de seu corpo encostando o topo de minha cabeça em sua cintura.
-Eu te amo Kim Hyojong – Disse em um suspiro –Você tem que acordar logo meu amor...
Continuei ali por um bom tempo. Conseguia sentir seu cheiro, o calor de seu corpo, eu chorava sem som, como todos os dias ali apenas deixando algumas lagrimas escorrerem enquanto as limpava com a mão livre, já que a outra, só desgrudava de Hyo quando eu finalmente não tinha mais forças para ficar acordado, ou quando começava a quase desmaiar me lembrando que já não saia dali nem para comer fazia um bom tempo.
Já se passavam duas semanas desde o acontecido que havia feito Hyo entrar em coma, e esses quinze dias haviam sido os mais difíceis de toda a minha vida. Eu conseguia sentir em meus ombros todo o peso do mundo, claro, a culpa era toda minha, era eu quem deveria estar ali.
"Estávamos sentados na grama em frente sua casa, havia um pouco de sol no céu, porém, o clima era fresco. As folhas das arvores balançavam com a leve brisa do vento, enquanto algumas crianças brincavam no gramado da casa a frente do outro lado da rua.
-Hui –Hyojong disse deitando na grama, me puxando junto –Sabe, eu acho que você deveria vir morar comigo de uma vez.
Ele sorria, era tão lindo, tão lindo que eu quase não havia escutado o que ele acabara de dizer. Estava tão concentrado admirando o sorriso mais lindo do mundo.
-Ei... Não vai me responder? –Ele parou de sorrir, foi quando percebi que havia esquecido de responder.
-Desculpa, seu sorriso é tão lindo que acabei respondendo mentalmente sem me dar conta disso –Sorri meio sem jeito.
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Hope
Fiksi PenggemarTinha esperança de poder ver seu sorriso novamente, suas bochechas coradas, sua voz irritante, mas ao mesmo tempo tão melódica, que há tanto tempo não ouvia. Mesmo estando ali à minha frente, sentia sua falta, sentia falta da vida, da sensação de vi...