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Era uma noite longa e fria de inverno no Norte de Tenebris, onde o Reino descansava sob um manto estrelado e um céu negro. O ambiente era impregnado pelo gelo que permeava a atmosfera, penetrando pelas janelas entreabertas da sacada do Rei Arthur Kessler. Sob os lençóis pesados, o monarca dormia tranquilamente ao lado de sua esposa, a Rainha Victória, cuja beleza rivalizava com a serenidade da noite.

Uma brisa decidida se aventurou a adentrar pelo vão entre as janelas, provocando uma dança sutil nas cortinas. O ar fétido e gelado percorreu o corpo do mais velho, fazendo com que os pelos de sua pele se eriçassem e um arrepio percorresse sua espinha. Despertando para a realidade, o rei encontrou suas mãos suadas e o corpo em febre, desafiando a própria gélida brisa que permeava o ambiente.

Ao fitar a rainha ao seu lado, Arthur foi tomado por memórias de seu casamento, anos atrás, enquanto um leve frêmito agitava seu coração. "Victória," chamou o rei, e ao abrir os olhos, ela percebeu a angústia refletida nos olhos azuis de seu marido.

"Vá chamar os meninos," ordenou Arthur com urgência. Em resposta, Victória deixou o salão de repouso às pressas, convocando os guardas para trazerem os filhos do Rei: Rafael, Miguel e Ellen.

A rainha retornou ao quarto real, onde seus três filhos aguardavam. Eles eram tão belos quanto a própria Victória, com cabelos longos, negros e cacheados, herança do pai.

"Arthur, eu preciso que você olhe para mim," elevou o tom de voz a rainha. "Eu preciso que você esteja consciente. Vou te levar até o salão de baixo... eu preciso do meu daemon, e então posso resolver isso, tudo bem?"

Era a quinta vez em menos de dois meses que o rei enfrentava essa situação. A certeza de sua própria morte pairava, mas o poder de sua esposa, canalizado por seu daemon, permanecia como uma luz na escuridão. Com mãos trêmulas, Arthur buscou a esposa, estendendo as mãos. "Eu não quero!" respondeu ele.

Os três filhos, em um intercâmbio de olhares, viram-se diante da inevitabilidade. Rafael posicionou-se ao lado da cama, seus olhos rasgados e amendoados refletindo a gravidade da situação.

"Estamos adiando algo para o qual vocês veem se preparando. Você está pronto, Rafael. E esse é o meu pedido final. Você tomará esse trono, será o próximo rei do Norte de Tenebris e deverá casar. Quero que se case com alguém que..." O rei engasgou em suas próprias palavras, e uma espuma branca e fina apareceu em seus lábios. Suas mãos, que antes seguravam as mãos de Victoria, repousaram sob o lençol de linho alaranjado. Um silêncio pesado preencheu o quarto, e então, num grito angustiado, Rafael anunciou a partida de seu pai, que partira em seus braços.


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⏰ Última atualização: Jan 26 ⏰

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