CAPÍTULO ÚNICO

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Os olhos se desviaram novamente do meu alvo. Faz meses que eu fico observando o Kacchan. Não sei ao certo quando foi que essa rotina começou, quando meus sentimentos pelo meu "amigo de infância" que antes era admiração virou algo mais forte. No começo eu achava que era loucura da minha cabeça, mas com o tempo, percebi a verdade. A Uraraka já tinha percebido os sinais e todas as vezes que me pegava olhando para o loiro explosivo, sempre dizia que eu devia ir atrás dele, falar a verdade. É claro que eu começava a gaguejar e dizer que não era verdade, mas acho que não consegui fazer ela acreditar. Mas o que eu podia fazer? Só de ficar perto do Kacchan meu coração acelerava e minhas pernas começavam a tremer.

- Você ouviu o que eu disse, Midoriya?- percebi o que estava acontecendo ao meu redor quando Uraraka chamou a minha atenção.

- Desculpa, Uraraka. Eu não estava prestando atenção direito - estávamos voltando para casa por que eu e a Uraraka tinhamos ficado na escola para poder terminar um trabalho - Estou um pouco cansado por causa das aulas.

Uraraka não falou nada e continuamos conversando até nos separarmos para ir às nossas casas. Caminhando sozinho eu percebi que tinha que desistir de sonhar em um mundo onde eu e o Kacchan somos um casal. Com certeza isso nunca vai dá certo.

- Tadaima - gritei para minha mãe enquanto eu tirava os sapatos na frente da porta.

- Okarinasai, Izuku. Você tem uma visita hoje - vi a minha mãe andando na minha direção enxugando as mãos no pano de prato.

- Quem? - fui até a sala e congelei no lugar. Bakugou estava sentado no sofá da minha casa. O que ele estar fazendo aqui? - Ka-Kacchan... O que você faz aqui?

- Finalmente você chegou, nerd. Eu fiquei te esperando durante um tempão - ele se levantou e foi até a minha direção. Minhas pernas começaram a tremer. Quando ele chegou faltando um palmo de mim, me encarou com seu olhar de deboche - Eu vim aqui para nós fazermos o trabalho da escola, lembra? - seus olhos vermelhos impediam que eu negasse.

- S-Sim, é claro que eu não ia esquecer - falei rapidamente.

- Já que vão fazer trabalho juntos, por que você não fica para o almoço, Bakugou? Eu ligo para a sua mãe avisando - minha mãe se pronunciou enquanto ia em direção a cozinha.

- Ok - finalmente Bakugou se afastou de mim e foi em direção a sua mochila para pegá-la- Vamos logo, nerd de merda. Eu ainda preciso fazer várias coisas em casa.

Subimos para o meu quarto em silêncio. Enquanto andávamos, a minha cabeça ficava dando voltas. O que o Bakugou quer comigo? Será que ele vai me ameaçar para não ser mais um herói? Eram tantas perguntas que rondavam a minha mente. Abri a porta do quarto e o maior foi logo entrando como se fosse dono da casa. Seus olhos passaram pelo quarto, como se estivesse procurando algo.

- Você não mudou esse quarto desde que nós éramos crianças - ele resmungou sem olhar na minha direção. Ele andou até a minha cama e se virou para mim, que estava ainda encostado na porta fechada - Você quer parar de me olhar desse jeito, Deku. Estar me dando nos nervos.

- Você não veio aqui para fazer trabalho nenhum, né? - falei depois que parei de tremer - O que você veio fazer aqui? Se for para vim me bater por causa da minha individualidade, pode parar por...

Kacchan correu até mim e me segurou na parede. Olhei para cima assustado. O que deu nele? Depois que prestei atenção, que percebi que seus olhos vermelhos não se desviavam da minha boca. Espera, ele estar... Não pode ser possível. Ou pode? Isso só pode ser loucura.

Antes que eu pudesse completar as minhas suspeitas, Bakugou me beijou a força. Na hora eu não entendi, mas depois que o maior aprofundou o beijo, eu relaxei e aproveitei. Parecia que eu estava sonhando. Só que depois eu o empurrei assustado.

- Ka-Kacchan... O que você estar fazendo? - me afastei até onde a parede deixava.

- Não aguento mais, Deku. Durante muito tempo, eu te maltratava daquele jeito por que queria esconder os meus sentimentos, mas depois percebi que não consigo ficar longe de você. E quando descobri que você conseguiu a sua individualidade, pode não acreditar, mas eu fiquei muito feliz. A única coisa que me deixou com ciúmes, foi quando você fez novos amigos. Especialmente com aquele meio-a-meio idiota de merda. Você não sabe como eu odeio ver você perto dele.

Olhei para o seu rosto, tentando encontrar alguma pista de que ele estava mentindo, mas não encontrei nada, seus olhos pareciam que dizia a verdade. Kacchan se afastou de mim e ficou me encarando, esperando uma resposta.

- Eu... Eu não sei o que dizer.

- Deku, eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo. Sei que sou explosivo, arrogante, egoísta, orgulhoso e bastante violento, mas mesmo assim, quero que você saiba que eu sempre amei você. Desde que nós entramos na U.A, eu te olhei de um jeito diferente - ele se aproximou novamente e sussurrou bem perto de mim - Quero saber se você quer namorar comigo. Se você não quiser, deixa eu continuar sendo o seu amigo. Eu prometo que vou mudar por você.

Eu desejei que não estivesse dormindo, por que se eu acordasse não iria aguentar a dor quando descobrisse que era uma mentira.

- Você estar falando a verdade?

- Com toda certeza. Só preciso da sua resp...

Kacchan não conseguiu terminar a frase, já que eu pulei no seu pescoço e o beijei. O beijo ficou com gosto um salgado, só então que eu percebi que estava chorando. Esse era o melhor dia da minha vida. Aposto que o dia que conheci o All Might nem se compara com o de hoje.

- Eu te amo, Deku. Nunca mais eu vou te magoar. Eu prometo - Bakugou falava enquanto beijava todo o meu rosto.

- Eu também te amo, Kacchan - e o abracei forte. Finalmente, o meu mundo estar completo.

Finalmente, eu tinha o meu Kacchan.
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Oi pessoal.
Essa é a minha primeira fanfic yaoi que fiz na minha vida. Já faz um bom tempo que estive pensando em fazer uma história assim, já que sou viciada em histórias desse estilo.
Espero que tenham gostado.
E se quiserem outras histórias yaoi, me digam de quais personagens para ver se consigo fazer.
BJS.

Meu KacchanOnde histórias criam vida. Descubra agora