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Redação ESPN - Itália 36 dias pós coletiva.
POVS Katrina √
Observo mais uma vez o relógio preso a parede cor gelo. Contando com aquela, acho que é a vigésima vez que faço isso no dia.
Estou tão empolgada e irritantemente impaciente que nem mesmo consigo controlar as batidas com a caneta que estou a dar a minha mesa. Sinto que estou a incomodar meus colegas de trabalho com tal ato, percebo porque Tessy, a garota do bloco a minha esquerda está a me lançar olhares furiosos vez ou outra.
Não sei de onde tirei criatividade, mas escrevi seis matérias desde que cheguei ao emprego hoje. Guardei algumas ao bloco de notas, e com a permissão de Sr. Pedroza; postei as mais interessantes daquela semana no site da ESPN.
Como a compra de André Silva, um excelente jogador português ao Milan.
Ou o novo título da Juventus. E o lindo gol de Paulo. Meu Paulo.
Sinto que estou a explodir em euforia a cada momento que estou a recordar daquele dia e do quão especial foi para mim. Exceto pela egocêntrica esposa de Bonucci, mas escolhi apagar aquilo da mente.
Mesmo passados uma semana, a exposição de meu nome na mídia ficou caótica depois do modo de Dybala agarrar minha cintura e sussurrar algo a meu ouvido que me fez sorrir apaixonadamente. A mídia estava a comentar aquilo.
No trabalho sinto olhares por onde passo e percebo pessoas a quem eu mal trocara palavras com uma repentina obsessão em me agradar ou me cumprimentar.
Paulo era o causador.
Mesmo que ele tenha sido discreto, foi como se apenas aquilo tivesse feito um estrago em todo o meu resto de vida normal. Muitas pessoas querem aquilo, eu sei. Mas eu não. Eu não me sentia bem com aquilo, na verdade.
Apesar de fazer parte de uma dessas mídias centralizadas a futebol, eu escolhi isso por amor. Por comprometimento.
Se hoje me perguntassem se eu estou disposta a estar na mídia, eu diria que não. Ter implorado a Gianluigi quase um mês atrás para me tirar da frente câmeras com aquela história de entrevista e me colocar na redação responde.
Mas agora eu já não tinha qualquer escolha sobre isso depois de me encantar por uma jóia. Uma jóia meticulosamente cuidada e protegida por qualquer jornalista ou radialista da mídia italiana. E eu sabia. Eu sempre soube que estar ao lado de Paulo significaria estar a mídia.
Pesquiso meu nome ao Google e recebo em resposta tabloides a me intitular como um novo affair de Dybala. Outros estavam a supor que eu era como a melhor amiga da joya. Fui inclusive comparada a Hailey Baldwin, alguém que particularmente eu não conheço, mas li que era como se fosse uma melhor amiga de Justin Bieber em sua fase difícil a qual recentemente haviam exposto um caso.
