vinte e três.

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Laura;;

"O que eu fiz dessa vez?" Fui direta e me sentei no sofá.

"Você não fez nada, minha linda." Minha tia me acalmou." Sua mã-"

"Eu e sua tia decidimos que ela vai morar conosco no Brasil." Interrompeu minha tia.

"Ah tá, você decidiu, né?" Perguntei em tom de deboche, já estava cheia desse jeito controlador da minha mãe.

"Sim, eu decidi que vai ser melhor pra ela." Falou por fim.

"E você perguntou a ela se é isso que ela quer?" Me levantei. "Diga tia, é isso que a você quer?" Perguntei a minha tia que apenas abaixou a cabeça.

"Eu decido o que ela quer ou não." Minha mãe gritou, assustando minha tia e eu."Não você sua-"

"Eu cansei de você." A interropi."Só pensa em si mesma, agora eu sei porque o papai te abandonou sua velha escrota." Deixei com que tudo escapasse. Senti a minha bocheca esquerda arder e olhei pra minha mãe incrédula.

"Se eu soubesse que você só me daria desgosto, teria te matado assim que nasceu." Falou.

Corri até meu quarto, tranquei a porta e me sentei na cama passando as mãos pelos meus cabelos. Olhei em volta, suspirei. Eu não iria passar nem mais algum segundo com aquela mulher.

Peguei minha mala e joguei todas as minhas roupas lá dentro, peguei minhas outras coisas as jogando lá também. Fui ao banheiro que havia no quarto e lavei meu rosto, peguei meu celular e não tinha nenhuma notificação, suspirei e o coloquei no bolso.

Fui até a janela e a abri, a altura não era alta então facilmente daria pra pular dali sem se machucar.

Peguei minha mala e com bastante dificuldade e a joguei pela janela, rindo depois por achar aquilo muito babaca.

Olhei pra porta uma última vez, eu não queria deixar minha tia preocupada... Então decidi: Quando estiver bem longe, ligo para dizer que estou bem.

Passei uma perna depois a outras, me virei, passei meu corpo e em questão de segundos já estava do lado de fora da casa. Limpei minhas mãos e peguei minha mala. É agora, sem nenhuma mágoa, é só ir.

As ruas estavam pouco desertas, sorri pelo fato do quão eu sou idiota, coçei os olhos, qual era o plano agora, Laura?

"Laura?" Gelei ao ouvir sua voz, que droga! Por que logo agora? Me virei lentamente vendo sua expressão preocupada.

"Oi?" Acenei.

"O que pensa que está fazendo? Você ficou louca?" Perguntou, droga Wesley, por que você é assim?

"Estou fugindo de casa e não estou louca." Respondi normalmente e voltei a caminhar, obviamente o garoto me seguiu.

"Foi por que eu-"

"Não foi por sua causa, Wes." O tranquilizei, ele puxou meu pulso me fazendo parar.

"Você não pode fazer isso... E sua mãe? Sua tia? E enquanto a mim?" Segurou meus ombros o encarei.

"Minha mãe não se importa, minha tia irá esquecer e você ficará bem." Respondi, ele mordeu o lábio inferior e encarou o chão por um momento.

"Eu não vou..." Respondeu voltando a me olhar.

"Você vai sim, Wes."

"Se é isso que quer, eu quero que prometa uma coisa." Assenti. "Nunca se esqueça de mim" Me abraçou. " É só isso que eu peço, Laura."

"Tudo bem." Retribuí o abraço.

Wes pegou meu rosto entre as mãos e olhou em meus olhos, o tempo pareceu parar, o silêncio da rua contribuía com essa sensação. O garoto se aproximou e quando senti seus lábios nos meus foi um misto de sentimentos, felicidade, tristeza, ódio, sim, eu o odiava por não ter feito isso antes, mas só agora quando eu iria partir.

Quando nos separamos, Wes colou nossas testas e com um pequeno sorriso nos lábios disse:

"Eu nunca irei te esquecer, Laura."

|fim|

Não me joguem pedras por favor.

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