Minha gélida liberdade

O princípio

De muitos campos de distância existiam alguns reinos e tribos sem nome no continente chamado "Terras do sangue", nestas terras, antes do dragão seu auge atingir e antes da lua cantarolar a morte, existia uma mulher cujo amor por todas as coisas era inimaginável, ora, dizia aqueles da vila que seu nome, Shaya, dos povos antigos "luz", fora escolhido pelos anjos para determinar seu coração.

Não se sabia ao certo mas diziam que Shaya era privilegiada pelos deuses, que humana não era, seu marido era um dos primeiros paladinos daquela terra, Namynen Heletor, Heletor daquele povo era sinônimo de pureza, e virou título de toda a linhagem de paladinos. Naquele tempo os anos caíam como os flocos de neve no inverno, e conforme a profecia Namynen e seus homens partiram rumo ao norte para a diplomacia dos sagrados antigos reinos. Porém era tudo uma tentação cruel, uma armadilha para a carnificina. Assim como havia a mais bela e encantadora luz em Shaya, alguém portava a mais desolada e insana escuridão, seu nome era Fendsha e era conhecido como tormento cintilante, por sua incrível graciosidade e demagogia, e apesar de ser conhecido ele raramente era reconhecido.

Era de costume de Fendsha vagar entre os mortais para usar sua ardilosidade e sagacidade para a ilusão e para perverter os mais puros homens, e com suas palavras envenenadas conseguiu enganar Namynen para uma falsa expedição. Sem as forças da luz aquela vila pereceu facilmente às bestas furiosas controladas por Fendsha, naquele mesmo tempo, Shaya estava grávida e Fendsha sabia disto, sua astúcia era equiparável a sua própria maldade, ele então a perseguiu.

Não tardou afinal para que Fendsha conseguisse alcançar Shaya, daquela tarde chuvosa as únicas coisas mais brilhantes que o sol do meio dia eram os olhos de Shaya e o sorriso bestial de Fendsha, nenhuma magia ou poder vindo de Shaya foram o bastante para barrá-lo, nem a fuga, nem a luta.  Fendsha arrastou Shaya até uma caverna e proferiu uma maldição, até os dias virarem noite, lá ela estaria presa, e cada semana presa lá dentro eram uma década na realidade, nem ela e nem seu próprio filho sentiriam o peso do tempo, mas a insanidade banharia o mundo quando eles voltassem, e profanado seria seu nome, até que o rei proclamasse sua glória, até que os sonhos beijassem a morte...