Minha gélida liberdade

O aprisionamento

Assim como era prescrito nas eras , assim como o criador nas estrelas escreveu, quando já se era tarde demais para o coração de ouro salvar, o Shaya foi liberta. Não tardou muitos dias até que ela parisse seu filho, Shaya queria batizá-lo nas terras puras do povo onde cresceu, mas ela sabia que não havia tempo, já era sorte (ou destino) que Fendsha não havia ido para assassiná-los ou torturá-los, ela precisava mantê-lo seguro.

Sua elevação espiritual concedia-lhe uma intuição quase que sobrenatural, esta mesma intuição dizia que enquanto seu filho não tivesse nome algum, Fendsha não iria procurá-lo, afinal ele estava envolvido em uma sangrenta guerra. Assim foi feito, durante meses Shaya escondeu seu bebê onde quer que ia, em uma tentativa quase inútil de despistar Fendsha.

Mas quando recebeu a notícia de que a guerra terminou, Shaya vendeu seu garoto para um casal de desconhecidos, o que ela não sabia era que este casal já havia tido a mente e o coração corrompidos por Fendsha. Shaya o vendeu por duas moedas de ouro e de lá esperançosa saiu. Uma semana depois, quando ela dormia, ela ouviu um barulhoso estrondoso nas matas, quando foi verificar, havia um homem totalmente vestido de branco, seus olhos, sues cabelos, sua pele, tudo era impecável, só podia ser ele, Fendsha.

"Então vejo que já vendeu seu garoto provando o tipo de mulher que você é, Shaya, você deveria me agradecer pela imagem que eu propaguei de ti aos quatro ventos..." Disse ele, com um sorriso diabólico. "O que tem dito de mim demônio?" Disse Shaya com ódio na voz. "Ora, digamos que eu apenas peguei seu nome emprestado por alguns anos, nada demais, eu diria até que tens ficado famosa. Mas este não é o motivo pelo qual eu vim aqui, eu o que fez, achou que seria capaz de enganar logo a mim? Eu o acharei, e farei ele sofrer pelos seus erros, o farei sofrer até o fim de sua miserável alma...", disse Fendsha entonando a voz e juntando as mãos.

"Por séculos você estará presa nestes bosques até que nos encontremos novamente, Shaya, e por noites verá seu filho sofrendo pela sua própria fraqueza sem poder proteger ele, eu te amaldiçoo Shaya, pela maldade do mundo serás culpada, e a menos que seu filho não seja tão fraco quanto você e aquele inglório que se proclamava paladino, eu voltarei para ceifar sua alma."

E assim foi feito, sem nenhuma palavra a mais, Fendsha saiu, e a alma de Shaya estava aprisionada àquelas terras, até que alguém pudesse libertá-la, ou até que o tempo drenasse seu espírito...