1.Sonho

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  Sentia o vento passando pelo meus cabelos, a terra batendo na minha perna enquanto eu corria, a magia fluindo dos meus dedos calmamente, me sentia em total harmonia com a terra, ali no meio do nada, sozinha, sem ninguém por perto, aqui, assim, eu me sinto eu, aonde eu consigo controlar a incontrolável magia negra

  Eu ouvia o barulho de uma voz, ela me chamava, ecoava em meus ouvidos, cada vez mais alto, como se estivesse hipnotizada eu andava até onde a voz me chamava, ela me guiava pela floresta, até um jardim, com varias flores, a voz parou, eu procurava alguém entre as flores, mas nada... até que uma frase foi dita

"A escolha da morte trás vida, a escolha da vida trás mortes"...

  Acordei assustada quase soltando um grito de minha boca, me sentei com uma leve dificuldade para respirar. Não me interessei em saber a hora, só pela luz fraca que saía de uma apertura entre as cortinas eu sabia que eram entre 5 e 7 horas da manhã.
  Me levantei e tomei um banho demorado, coloquei uma roupa simples e saí do meu quarto.
   Tudo parecia normal e estranho ao mesmo tempo, desde que comecei a morar sozinha, não me acostumei com esse silêncio, sem o latido do cachorro, sem o barulho do riso dos meus irmãos, ou até mesmo as broncas da minha mãe, queria reviver os inúmeros momentos onde ela brigava comigo, só pra sentir o som alto e agudo do seu grito em meu ouvido

   Nunca pensei que sentiria saudade dessas coisas, que pra mim eram tão comuns...

   Meus olhos passavam em cada detalhe do pequeno corredor que levava a cozinha do meu apartamento, tomei coragem de andar, fui aos paços curtos até a cozinha, aonde, talvez, meu subconsciente tenha me guiado até a geladeira, que eu abri esperando achar diversos refrigerantes, chocolates e brigadeiro, mas só era assim quando eu vivia com duas crianças faminta por doces, no caso, era só eu, minha geladeira vazia e a minha vodka.
   Juntei o pouco de forças que tem para ir até o supermercado, ou a minha cafeteria favorita a Camy café, Camylle é uma das minhas melhores amigas e também dona da cafeteria, então sou bem conhecida por lá, mas voltando pro assunto principal:Minha preguiça, quando eu tive forças pra andar eu andei pro sofá e não para a porta

Preguiça
Preguiça
Preguiça
Fome...

Fechei e abri meus olhos algumas vezes, tentava me acostumar com o acordar, ou melhor dizendo, me acostumar com estar viva, por que por mim eu adoraria dormir até o fim da vida humana, ou até a vida conseguir me surpreender

442 palavras

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