1998*
Ando no meio do mato, sem rumo apenas de vestido branco sujo, com o meu cabelo grande solto e liso, com o colar que minha mãe me deu há poucas horas, com um punhal de prata com o meu símbolo na mão e com uma estaca de madeira na outra.
Ando perdida tentando me esconder dos sugadores de sangue que me perseguem, posso não entender tudo muito bem, pois tenho apenas 3 anos mas percebo tudo ao ponto de saber que não irei mais ver os meus pais, que tenho de arranjar um local seguro e que não posso me cortar ou fazer qualquer tipo de ferida para eles não me encontrarem.
Não sei qual foi o motivo desta guerra sanguínea mas sou apenas uma criança que apesar de pequena fui treinada para me defender daqueles que me querem matar devido a quem sou- A filha do chefe dos caçadores de vampiros.
Oiço um barulho e escondo me debaixo de uma pedra da floresta mas cortei me.
Agora sim estou em pânico! Não sei o que fazer!
Apenas tenho uma ideia e espero que corra bem!
Apanho todos os troncos, ramos, folhas e pedras que estão à minha frente e esfrego a mão ensanguentada na rocha onde estava escondida.
Começo a correr e enquanto corro esfrego a mão naquilo que apanhei e fui atirando para o sentido oposto. Depois de acabarem todos os pauzinhos meto a mão com o corte na minha boca, na tentativa de tentar estancar o sangue para eles não o sentirem.
Abrando o meu paço e vejo um género de um chão escuro com piquinhos duros e no chão tem risquinhos grandes e brancos. Não sei o que é este chão pois sempre vivi na floresta mas sei que se não correr vou morrer!
Começo a correr ao longo disto até chegar a um sitio onde existiam pequenas casinhas e lá mais à frente dizia em letras grandes e gordas : ORFANATO
Comecei a imaginar aquelas letras a dançar o que me fez rir.
Oiço um ruido, olho para trás e corro logo a seguir em frente.
Toco num botãozinho pequenino que me estava a meter piada e grito quando ele faz um barulho.
Pequenas lágrimas caem dos meus olhos tenho medo de tudo.
A porta abre se e vejo uma senhora elegante com cabelos pequenos e ruivos e uns olhos azuis. Parecia ter mais ou menos 30 anos.
A senhora correu para fora de casa e foi até ao meu encontro.
Ela limpa as minhas lágrimas e guia me até a dentro da casa grande.
Consigo ver um grande hall, salas, quartos, wc e cozinhas, tudo muito grande.
A senhora guia me para uma sala onde estavam meninos pequeninos, outros da minha idade, outros não muito mais velhos e outros já grandes.
- Quem era Mary Jane?- diz um homem alto com cabelos loiros, olhos azuis e com barba na sua cara que representava que ele tinha mais de 30 anos.
- O nosso novo rebento do orfanato, meninos cumprimentem a...- ela olha para mim à espera que eu dissesse o meu nome mas as palavras não saiam.
Todos olhavam para mim à espera que eu falasse mas eu não conseguia estava com muito medo.
Esforço as minhas cordas vocais para que saiam alguma coisa e apenas saí num sussurro.
- Bella.- digo e baixo a minha cabeça e olho para os meus pés descalços.
- Diminutivo de Isabella?- pergunta a mulher que me acompanhou.
Aceno negativamente com a cabeça e olho para ela.
- Só Bella?!- diz calmamente e eu aceno a cabeça afirmativamente.
- Tens quantos anos minha querida?- diz outra senhora um pouco mais velha que a que me acompanhou.
- Três- digo novamente baixo.
- És da minha idade!- diz uma menina um pouco mais alta que eu, com cabelos castanhos ondulados e uns olhos castanhos claros.- Eu sou a Lily.- ela sorri e eu tentei faze lo também mas não me saí muito bem.
- Bem Bella calculo que os teus papás não estão cá pois não?- diz a ruiva e eu aceno negativamente e baixo a cabeça.
- Minha querida amanhã a Mary Jane amanhã vai levar alguns meninos da tua idade e alguns mais velhos para outro sitio, queres ir querida? A Lily também vai!- olho para todos e para Lily e algo me disse que tinha de sair desta cidade e que não me podia despedir.
Meto a mão no meu colar e olho-o.
Escondo o meu punhal e a minha estaca de madeira num bolso existente no meu vestido e olho para todos os que me olhavam à espera da minha resposta.
- Sim- digo e todos sorriam e de um momento para o outro Lily abraçou-me.
- Vamos ser as melhore amigas- exclamou sorridente e eu libertei um sorriso, pequeno, mas grande o suficiente para todos o verem.