Capítulo 1 - Anjinhas do Paraíso

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ALEJANDRO

Suando igual um condenado, debaixo do sol castigante, eu, Lorenzo e Estevan, partimos a lenha para que Lourdes possa cozinhar.

Estevan me cutuca, quando Lorenzo olha para o terraço, onde estão Serena e o pequeno Caleb, que completou três anos ontem. Sery não está vendo nosso irmão, está concentrada em dar comida ao menino, mas ele continua ali, igual um besta olhando pros dois.

        — Mi deliciosa! — Chamo, provocando — Quando faremos nossa menáge?

        — Pergunto o mesmo — Estevan entende a brincadeira e entra no meio

Serena me olha com um sorriso no rosto e Lorenzo olha feio pra mim, arruma o chapéu e vai até o terraço. Caio na risada com Estevan.

        — Preciso foder — Me viro pra Estevan e ele franze a testa — Paraíso hoje?

— Nossa, Ale — Leva a mão ao coração — Pensei que quisesse me foder, chega assustei — Ele brinca

— Fala sério, porra

— Tô dentro, sabe que tô — Ele ri e enxuga a testa — A vida tem prioridades e foder é uma delas

— Ei, menino! — Lourdes grita da porta da sala — Cuida nessas lenha, tão fraco dos braços é?!

        — Eita, Lou! É que quando o pau tá na ativa os braços só querem obedecer ao mestre — Aponto para o meio das minhas pernas

Escuto Serena e Estevan gargalhar, Lorenzo faz aquela cara de quem tá gostando da brincadeira, mas não pode rir porque pode apanhar da Lou.

— Me respeita, diacho! Não sou tuas negas não, tá esquecido da minha cinta? — Leva as mãos à cintura, brava

Lourdes entra em casa, resmungando, e eu olho para Lorenzo e para Serena, os dois brincando com o pequeno Caleb.

O menino aparenta ter cinco anos por causa do tamanho, deve ter puxado aos Esperanza mesmo. Ô diacho de genética boa, só sai gente gostosa e grande, bem grande.

— Pai! — Caleb grita — "Quelo" montar!

— Ihaaa esse menino puxou ao pai! — Lorenzo exulta, orgulhoso

Caio na gargalhada junto com Estevan, vendo a carranca de Serena ficar maior que eu e olha que é difícil com a Sery baixinha daquele jeito.

— Não acredito que você vai levar nosso filho pra esse mundo, Lorenzo!

        — Que mundo, peste? Isso é vida, a vida que ocê escolheu aceitar

— Iiih já tão brigando de novo — Estevan ri e golpeia uma tora, quebrando-a ao meio

— Sabe que esses dois não vivem sem briga

Volto a bater na tora com o machado e ela se parte em dois pedaços, meus músculos queimam com o sol e com o esforço, o suor escorre e eu penso na água gelada do açude. Doido pra terminar logo e ir lá.

Penso em Paraíso e lembro da morena que vive lá, mas nunca veio em mim como as meninas de lá, ela é misteriosa pra caralho. Uma vez vi quando um homem passou a mão nela e sua cara de nojo me deixou intrigado.

Não sei nada sobre ela, fico só olhando quando vou ao Paraíso foder e beber. Talvez hoje eu tenha planos para ela, só de pensar fico duro. Será perfeito.

EMANUELA

Acordo junto com as meninas por causa dos gritos de Tereza para que levantemos logo. Temos que limpar o bar para os clientes, à noite.

Sento na cama, sentindo uma leve dor dentro de mim, aquele homem asqueroso sempre vem aqui e exige que seja eu a sua acompanhante para a noite inteira. Ele não liga se estou confortável, se vou sentir dor quando ele enfiar aquilo em mim sem sequer uma lubrificação.

Mas é o que tenho que fazer, Tereza me abrigou aqui, eu não tenho para onde ir. Meus pais me expulsaram de casa quando eu contei que meu noivo tinha me usado e sumido. Minhas irmãs até tentaram me defender, mas meu pai ameaçou expulsá-las também.

— Manu? Cê tá bem? Aquele nojento veio aqui ontem, não foi? — Kátia, uma moça tímida e retraída, uma das poucas que realmente confio aqui dentro

— Vou ficar bem, obrigada

— Posso fazer o serviço por você hoje, não tive ninguém ontem

— Vamo! Escutaram a patroa não? Ninguém de fofoquinha por aqui não! Sem corpo mole!

Raíssa é a mulher mais antiga daqui e a mais odiosa também, ninguém quer competir com ela quando o assunto são os clientes, ela sempre dá um jeito de pegar vários por noite.

Odeio este lugar, odeio o que tenho que fazer para viver. Tereza foi uma mãe pra mim e eu sou grata a ela por me dar abrigo e comida.

— Hoje os irmãos Esperanza vêm por aqui e eu quero dar pros dois, eles rendem um bom dinheiro ao Paraíso

Ah, os Esperanza... Todas nós suspiramos somente ao ouvir os nomes deles. São três homens maravilhosos e que sabem fazer... Bom, pelo menos foi o que as meninas que já passaram a noite com eles disseram.

O do meio e o mais novo curtem sexo à três, seja cada um com duas, ou uma mulher para os dois. Eles são quentes e o do meio, o Alejandro, tem uma cara de mau, gosto do jeito bruto do seu andar. Trocamos alguns olhares, mas eu não me atrevi a ir até ele, é um cliente antigo, Tereza não aprova. A não ser que ele venha até mim e me queira.

Kátia bufa e eu saio junto com ela do quarto.

— Quero conversar mais tarde

— No bar, quando abrir, ficamos juntas e poderemos conversar — Sugiro

Kátia balança a cabeça e segue na frente.

Paramos todas ao ver Tereza sorrindo no meio do bar.

— Preparei umas roupinhas novas para as anjinhas do Paraíso, escolham

"Anjinhas do Paraíso", isso é ridículo.

Me dirijo à caixa junto com as meninas, eu odeio essas roupas, são minúsculas. Escolho um dos pares e respiro fundo. Penso em quando era mais nova, pensava que me apaixonaria por um homem que iria me tirar de todas as situações ruins que eu passava...

Sonhos que morrem cada vez que tenho que satisfazer as vontades de caminhoneiros, de peões e de fazendeiros.

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Olá docinhos,
Já comecei pegando pesado com a Manu né? Hehe 😎
Gostaram? Se preparem porque o Alê não fica atrás do Lorenzo, é um mais fogoso que o outro. 🙈🔥

Não esqueça de deixar seu voto e seu comentário e de mostrar pras amigas os irmãos Esperanza!

04/09/2017

Beijinhos, Duda ❤️

[Amostra] Minha tentação - Trilogia Minha #2Onde histórias criam vida. Descubra agora