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A morte é uma surpresa. Ao menos, é claro, que você já esteja morto por dentro.

 Ao menos, é claro, que você já esteja morto por dentro

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-Flashback On-

Acordo em um quarto de hospital. Vejo vários aparelhos respiratórios no meu rosto, além de uma agulha penetrada em meu braço que injetava soro no meu sangue. Olho o quarto e notei que tinha mais duas pessoas. Eram meus pais! Estavam desacordados.

Eu: M-mãe?- Falo em intervalos e com imensa dificuldade. -P-pai?- Olho meu pai que estava no canto do quarto.
Alguém se aproxima de mim e me olha rapidamente.

XxX: Ele acordou!- Era uma enfermeira que gritava no corredor.
Logo um médico aparece e checa os aparelhos.

Médico: Graças a Deus!- O médico suspira.
Meu corpo estava completamente dolorido, ardendo e formigando, tudo ao mesmo tempo.

Eu: Por que estou aqui?- Pergunto fechando os olhos devagar.

Médico: Verifique os outros aparelhos!- O médico ordenava para a enfermeira.
Olhei o quarto mais uma vez e não vi Victor. Pra onde teriam levado ele?

Eu: Cadê o meu irmão?- Olho o médico e ele suspira.
Acabei dormindo de novo devido aos sedativos.

-Flashback Off-

Olho o horizonte pela janela e meus pensamentos são interrompidos por o som da porta do meu quarto abrindo.

Robson: -Ryan...- Meu pai entra no quarto e me olha. -Conheço essa cara... Está pensando naquele dia de novo né?-

Eu: -Sim pai... Por que tinha que acontecer isso?- Abaixo a cabeça.

Robson: -São surpresas da vida...- Ele se aproxima de mim e coloca a mão em meu ombro. Meus olhos estavam quase lacrimejando. -Vamos descer sua mãe está chamando, pois vamos sair.-

Ele cortou aquele clima antes que lágrimas rolassem em nossos rostos.
Descemos e minha mãe esperava na porta de casa.

Clarisse: -Que demora!- Ela fala meio brava.

Subconsciente: *Que mulher chata da porra.*
Eu: *Exato!*

Robson: -Não começa Clarisse...- Meu pai a repreendeu.
Ela fez um gesto com a mão como um Blá Blá Blá

Clarisse: -Tá tá Robson...- Fala de jeito frio.

Saímos e fomos pro carro novo do meu pai. Peguei o celular e coloquei meus fones de ouvido. Acertei na minha playlist favorita "Músicas Depressivas". Notei que chegamos em um psicólogo. Meus pais descem do carro e eu desço também, aquilo não era surpresa pra mim. Já estava acostumado com vários psicólogos enchendo minha paciência.
Entramos e aguardamos em silêncio. Várias pessoas "assustadas", com aparências depressivas, com nervos tremendo...
Eu odiava aquela merda toda. Odiava a todos... Bem, quase todos...

Depois de horas chegou minha vez.
O psicólogo me fez perguntas e em todas menti... Terminamos a consulta e passamos em uma lanchonete pra comprar alguns salgados pois já era 19:13 e o trânsito não estava muito bom.
Olhei o lado de fora pela janela do carro e comecei pensar nas lembranças de infância.
Dei um leve sorriso, que logo foi cessado ao lembrar de um acontecido que marcou minha vida.
Finalmente chegamos em casa.

Clarisse: -Ryan, venha jantar, aquele lanche não é o suficiente!-

Subconsciente: *Dando uma de preocupada só por que tá na frente do pai.*

Ignoro ela e vou direto pro quarto, tranco a porta e me jogo na cama.
Fito o teto por um longo tempo, enquanto as músicas ecoavam nos meus ouvidos.

Abro a gaveta do criado mudo e pego uma caixinha, nela continham várias lâminas, de todos os tamanhos. Peguei uma que estava meio manchada de sangue e levantei a manga do meu casaco. Passei ela levemente no me braço e fiz um "cortinho".

Subconsciente: *Fez bem Ryan...*
Eu: *Pelo menos uma vez na vida, concordamos um com o outro, Sub.*

Meu braço já estava cheio de cicatrizes, e os corte já não doíam mais.
Aquela noite de segunda-feira estava chegando ao fim... Vou até a janela novamente e olho pra a Lua, que já iluminava aquele céu sem nuvens.
Me jogo na cama e adormeço.

★★★★★★★★★★★★★★★★★★
Capítulo sem graça, mas é porque é começo de história ;D

Talking To The MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora