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 P.O.V Benjamin

Eram 18:30 A.M quando sai da faculdade, me dirigi até o ponto de ônibus que ficava do outro lado da rua, hoje eu teria a minha primeira entrevista de emprego. Por mais que tentasse esconder meu nervosismo, não conseguia. Minhas mãos estão soando e meu corpo está levemente trêmulo. Meu deus, o que acontecerá se eu errar alguma pergunta? Céus, estou tão nervoso! 

Eu estava tão distraído com a minha entrevista, que não vi o ônibus que ia em direção ao centro passar bem que hora em que eu estava atravessando a faixa. 

- Ei! Espere um momento! - Eu grito, tentando fazer o motorista me ouvir, mas ele parece me ignorar e vai embora, me deixando sozinho no ponto. Agora, eu definitivamente me atrasaria! Olho para o meu relógio de pulso, vendo que já eram 18:40 e o próximo ônibus demoraria mais 10 minutos para passar! O senhor Taylor nunca irá me perdoar.

Quando finalmente consegui pegar o ônibus, já eram 18:50 e minha entrevista já deveria ter começado. Céus! Por que eu tenho que ser tão distraído com as coisas?
E assim, me perco novamente em meus pensamentos e quase passo do ponto em que deveria descer. 

O centro da cidade era bem movimentado e com várias pessoas passeando durante o dia, mas ao anoitecer, apenas alguns comércios permaneciam apertos, assim como a grande empresa Sweet Taste, uma das maiores empresas fabricantes de doces do mundo e a sede ficava bem aqui, na Califórnia. 
Atravesso a rua correndo e sinto minhas mãos começarem a suar novamente, o nervosismo havia voltado. Entro pela grande porta giratória da empresa, indo em direção à recepcionista que estava ali e quase tropeço no tapete que havia ali. 

- C-com licença, vim fazer a entrevista com o senhor Taylor. - Digo ofegante para a recepcionista, que me olha esperançosa. 

- Você tem sorte, meu rapaz. O senhor Taylor ainda está te esperando em seu escritório, no último andar, boa sorte. - Ela diz, sorrindo e acenando logo após a minha saída. 

- Obrigado senhora! - Apenas me despeço e sigo o meu caminho apressado. 

Entro no elevador e aperto o botão do último andar, mas quando estava no 5º andar, o elevador abre e um homem alto de cabelos rosados entra, seu perfume era forte e amadeirado, era realmente muito bom de sentir. Sinto seu olhar sobre mim e o homem parecia bem intrigado sobre minha presença naquele local. 

- Com licença rapaz, veio para a entrevista? - Ele pergunta, olhando nos meus olhos e eu acabo por perceber que suas orbes também são levemente rosadas. 

- Ah, sim! A senhora da recepção me disse que o senhor Taylor ainda está me esperando então subi o mais rápido que pude. - Digo com um tom de animação, estava realmente orgulhoso de ter conseguido chegar a tempo e também estava agradecido pelo senhor Taylor me esperar. 

- Que incomum, o Henry esperando um rapaz para uma entrevista. - O homem solta uma risada baixa.

- Incomum? Ele não faz isso com todos os novatos? - Pergunto apreensivo, por acaso eu seria o único com quem o senhor Taylor estava sendo gentil? 

- Ah, sim. Ele nunca fez isso com outros funcionários. Se alguém se atrasasse um minuto se quer, ele mandava embora imediatamente, mas com você foi diferente. Acho que ele lhe achou interessante. Bem, boa sorte, meu nome é Patrick, a propósito. - O rosado sorri e sai do elevador, que eu nem havia percebido que estava aberto no 15º andar. As portas se fecham antes de eu lhe falar meu nome, me deixando com cara de bobo no elevador.

Ao chegar no 20º andar e bater na única porta que havia ali, sinto minhas mãos começarem a suar novamente, acho que nunca estive tão nervoso. 
Escuto um "Entre" e assim o faço, espiando pela porta antes de entrar completamente. 
O senhor Taylor estava sentado em uma grande poltrona de couro preto, me encarando sério. 

- Está atrasado, Benjamin. - Ele profere meu nome de um jeito grosso, me fazendo estremecer rapidamente.

- E-eu sei senhor, me desculpe por isso, não voltará a acontecer. 

Por algum motivo... Sua presença me intimidava intensamente. 

- Sente-se e vamos começar logo, antes que eu perca mais tempo nesta sala. 

E assim, começamos com a entrevista. 


                                                                                P.O.V Henry



O garoto era esperto e provavelmente tinha se preparado para as minhas perguntas, coisa que poucos fazem. Mas havia algo que me deixava intrigado sobre esse moleque, como ele havia se formado no ensino médio tão jovem? 
Ao terminar a entrevista, digo para ele ir embora e que lhe daria uma resposta na manhã seguinte e logo, ele se foi, me dando um breve aceno com sua mão. 

Solto um longo suspiro, não estava aguentando mais o cheiro dele, estava mais forte que o cheiro de tudo o que já sentirá em minha vida.
Ele não é o primeiro ômega que contrato para trabalhar nesta empresa, mas é o primeiro a se atrasar. 

E céus, por que eu o esperei? Seria muito mais fácil eu ter ido embora, mas por algum motivo, meu instinto me dizia para ficar e o esperar, não me deixando partir. Mas acabou por valer a pena, aquele ômega era realmente dono de uma beleza exuberante e isso havia me deixado curioso. 

Ele foi o primeiro ômega que não mostrava medo ou receio de ficar em uma sala fechada, junto com um alfa lúpus, como eu.

Estou bastante curioso para saber como ele agirá no ambiente de trabalho, será que ficará receoso ou com medo?

Quando estava passando pela porta giratória, ouço um grito, era Patrick que vinha correndo em minha direção. 

- Então Henry, contratou o loirinho? - Ele pergunta animado, passando o braço pelos meus ombros. 

- Ainda não sei se devo contratá-lo, ele parece ser muito distraído e sabe que eu não gosto disso. 

- Eu sei, eu sei. Mas não pode negar que ele é um anjo enviado dos céus para trabalhar em uma empresa cheia de alfas, falando dessa forma, começo a sentir pena dele. 

- Pena? Por que? - Pergunto intrigado, afinal, ele não seria o único ômega, Senhora Puffy, a recepcionista, também é uma ômega.

- Por nada, deixe isso de lado. Mas me diga, o que achou do pequeno anjinho? - Patrick cutuca meu rosto e eu o afasto com uma cotovelada, nós dois estávamos rindo. 

- Acho que ele será um bom secretário, tem cara de que se esforça no que faz. - São as únicas coisas que falo antes de entrar em meu carro e sair do estacionamento, indo rapidamente para o meu apartamento. 

Ao chegar, me jogo no sofá e ligo a televisão, estava exausto e com o loiro em meus pensamentos... Resolvo prestar atenção no que estava passando na tv.


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Este será apenas o primeiro de muitos atrasos, senhor Henry. Ihihihihi

Obrigada por ler e não se esqueça de votar! 
Até mais tarde!

                  
  

Be a Good BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora