Capítulo 3 - Conto de ninar

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   Estavamos no interior de São Paulo. A viajem pareceu demorar uma decada ate que a gente chegasse. Havíamos passado por algumas casas em busca de informações.

  Agora estávamos na frente de uma casa pequena, com uma porta de um marrom escuro. Todos na cidade falaram que o Daniel morava aqui e que tínhamos alguma chance de encontrar alguma informação mais específica, mas resolvemos olhar os outros locais primeiro. Mas como não encontramos nada, cá estamos.

  O Joo olhou pra mim, eu assenti e ele bateu na porta. Esperamos alguns segundos, mas ninguém apareceu. Repetimos isso umas três vezes, e na última batida, quando já estávamos para desistir, alguém gritou.

- JÁ VAI!

  Alguns segundos depois, uma garota branca, com óculos e gorro, apareceu. Quando nos viu, arregalou os olhos, pareceu que estava vendo um fantasma.

- P-posso ajudar...

- Desculpe incomoda-la, mas gostaríamos de saber se Daniel está? - Joo falou. Não vou mentir, não entendi nada. Eu não falo português, então eu fiquei olhando a garota em quanto ele falava.

- Quem quer saber? - Ela falou.

- Meu nome é Joo, e esse é meu... amigo, Hoseok.

- E qual é o assunto?

- Desculpe, mas é pessoal. - A esprecão da garota ficou confusa e após alguns segundos ela falou:

- Entrem,  vamos conversar lá dentro.

  O Joo olhou pra mim.

- Ela pedio pra gente entrar, pode ser? - Eu assenti, e ele fez uma sinal para a garota, que deu espaço pra que pudéssemos passar.

- Podem sentar no sofá, vou pegar alguma bebida.

  Assentimos e sentamos no sofá. A casa parecia ser bem simples, a cozinha era americana e tinha um corredor onde deve esta os quartos. Mas eu fui ensinado que olhar a casa dos outros é falta de educação, então não olhei muita coisa.

  Alguns minutos depois a garota voltou com uma bandeja, com o que parecia ser chá.

- Aceitam uma xícara de chá?

- Sim. - O Joo falou e olhou pra mim. - Quer chá Hoseok?

- Sim.

- Então...  seu nome é... - persebi que ele estava se referindo a garota, por que ele começou a falar em português.

- Pode me chamar de Melanie. - A garota, que eu acho que se chama Melanie, pegou uma xícara e se sentou no sofá á nossa frente. Ela estava olhando pra xícara como se estivesse pensando no que falar. Ela respirou fundo, e falou. - Olha, se quiserem saber mesmo alguma coisa sobre o Daniel, eu realmente preciso saber do que se trata.

- Hoseok, ela falou que precisa saber o assunto pra poder falar dele. O que você acha? - ele falou olhando pra mim. - É só você falar que eu vou traduzir pra ela.

- Tudo bem, não temos outra escolha mesmo. - O pior e que era verdade. - Nós vinhemos na sua casa por que nos falaram que o Daniel morava aqui. O Daniel é meu pai. - nesse momento, a garota respirou fundo, talvez pela surpresa. - Na verdade, eu nem sei se ele sabe que tem um filho.

   A garota ficou calada. Não a conheço pra saber o que essa expressão significa, mas eu acho que ela está tentando assimilar tudo isso.

- Esperem aqui. - ela simplismente saio e foi em direção ao corredor. O Joo estava traduzindo tudo, tanto o que eu falava, como o que ela falava.

Após alguns minutos, a garota voltou com uma caixa na mão e se sentou no sofá.

- Você sabe alguma coisa sobre ele?

- Não muito.

-  Ta. Olha, eu tenho algo pra te contar. Mas antes eu preciso saber de tudo que você sabe sobre ele, tudo bem?

- Okay. - já que eu não tenho escolha. - Eu não sabia da existência do Daniel até alguns anos atrás. Minha mãe me contou por exigência do meu pai adotivo. Ela disse que tinha sido antes de ela ir pra Coreia e que ela estava prometida em casamento ao meu pai. Então ele me assumiu como filho. Na época, ela me proibiu de tentar encontrar o Daniel, então eu decidir espera meus 18 anos. Mas aconteceu alguns imprevistos e eu só pude vir esse ano. - Ela escutava tudo atentamente. Mesmo sendo o Joo que falava. - Isso é basicamente tudo que eu sei sobre ele. - Ela parou um pouco e respirou fundo, depois falou:

- A uns trinta anos atrás, dois jovens se apaixonaram. O problema era que a garota era coreana e seu pais eram muito conservadores. Acreditavam que ela só poderia se casar com um coreano, e que o seu amor não era digno dela. - A garota falava com um brilho no olhar, como quem conta um conto de ninar que escutava quando era criança, antes de dormir. - Mas, mesmo com a reprovação dos pais, os jovens se encontravam, e o amor deles crescia a cada instante. Um dia, a garota disse que teria que ir pra Coreia, e que seus pais tinham arranjado um marido pra ela. Os dois ficaram arrasados, mas principalmente o rapaz. Ela era tudo pra ele. Alguns meses depois de sua partida, ela lhe mandou uma carta dizendo que estava grávida, e que o filho era dele. Mas, na mesma carta, ela dizia que não poderia voltar para o Brasil e que estava apaixonada pelo seu noivo. O rapaz ficou arrasado. Quando a criança nasceu, ela começou a manda cartas falando sobre o bebê, e de como ele seria feliz. Em uma das cartas, ela falou que a criança se chamaria Hoseok. - foi nesse momento em que eu tive certeza que ela estava falando da minha mãe. Eu ja estava quase chorando, mas tentei me segurar ao máximo. - Alguns anos depois, o rapaz se apaixonou por outra moça. Ele aprendeu a amar novamente, e nunca escondeu dela seu passado. Pouco tempo depois, a garota ficou grávida, mas seu gravides era de risco. Infelizmente, a mulher morreu na sala de parto. O rapaz ficou destruído. Alguns anos depois, ele morreu. Alguns falam que foi de depressão. - Ela tirou uma foto de dentro da caixa e me entregou. - Essa foto foi do dia em que eles se casaram. - Na foto, havia um rapaz de  paletó, de cabelo preto e liso, com um longo sorriso. Ao seu lado, uma mulher vestida de noiva, ela tinha um cabelo louro claro amarrados ao véu da tiara. Ela era linda. - Eu sinto muito, mas o Daniel morreu a 7 anos.

- E a criança, morreu no parto também?

- Na verdade, eu não sei. As pessoas falam muitas coisas sobre a criança. Uns dizem que ela foi enviada a um orfanato, outros dizem que ela morreu no parto... 

- E o que você acha?

- Eu acho que ela morreu, pouco tempo depois do pai. Eles sofreram muito depois da morte da esposa. - Passamos um tempo em silêncio, depois ela prosseguiu. - Nessa caixa, tem o diário do Daniel e uma carta pra você, escrita pelo Daniel. Também tem algumas fotos, eu acho. Eu achei que não era certo abri-la, já que ela não é pra mim.

- E quem é você? - Quando eu percebi que ela não entendeu, eu falei. - Quero dizer, se o Daniel não tinha familiares e a garota morreu, como você tem essas coisas. Onde você entra nessa hestoria?

- Eu?! Eu conheci o Daniel, podemos dizer que eu estou aqui apenas como  uma mensageira. - Ela se levantou e fizemos o mesmo.

- É menhor nos irmos, está ficando tarde. Obrigado por tudo Melanie.

- Tudo bem.

  Ela foi em direção a porta e nós a seguimos. Quando ela abriu a porta, vimos uma coisa que não esperavamos...


      Continua...


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Oieeeeeeee.
Gente, esse capítulo não saiu somo eu queria, mas não desistam de mim. 😆😆

Kissss. 💙

(Quase esqueci. Ouve um conflito de nomes que nem eu percebi, ai eu mudei. O nome do tradutor agora é Joojin. Foi modificado nos capítulos anteriores também.)

Asas Cinzas Onde histórias criam vida. Descubra agora