Prólogo

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Príncipe encantado?

Sonho de infância de muitas garotas.

Mas o meu não.

Não almejava ter namorado e casar. Mas se tivesse, escolheria um Han Solo, aventureiro, sarcástico e bonitão.

O mundo é tão cheio de coisas, tão cheio de vida, cultura, arte, comidas e alegria. Eu sonhava em viver as pequenas alegrias de todos os dias. Aprender com pequena ações. E sorrir por fazer o dia de alguém feliz.

Colocando uma bala escondida no pedido de uma criança ou desejando bom dia a um trabalhador impaciente.

Trabalhar na cafeteria dos meus pais não era meu sonho de criança. Se chegasse a pequena Leia de anos atrás e perguntasse qual seria sua profissão no futuro, de certo eu responderia Jedi. Não que eu conseguiria ser, mas era meu sonho. A realidade veio à tona e eu me tornara atendente na centenária Cafeteria das Peras.

Muito provavelmente essa é o pior nome de uma cafeteira do mundo, ou talvez do universo. Não fale mal de mortos, Leia. Meus tatatara...ravós escolheram esse nome. Porque? É uma ótima pergunta sem resposta. Mas bem, esse é o nome e ninguém iria mudar.

Meus pais, malucos geeks, tiveram quatro filhos. Meu nome e do meus irmãos foi inspirado em algum personagem vindo do universo geek. Fomos muito zoados na infância, mas não nos preocupávamos, ao invés disso nos achávamos os melhores, era muito maneiro ter um nome famoso. 

Nossa infância foi diferente. Íamos todos os anos ao mesmo acampamento de verão, todas as quintas até hoje em dia tínhamos sessões de cinema em família, nossa casa mais parecia uma loja de action figures do que uma casa mesmo. Era estranho saber que seus pais sabiam mais do mundo pop que você. Eu e meus irmãos nunca decidimos se isso acontecia pela gravidez precoce da minha mãe ou pela não aceitação da velhice de nossos pais. 

Mas bem, agora meu irmão mais velho Sherlock, nome irônico por ser o mais burro de nós, havia se casado e gerenciava a filial de Londres da cafeteria. Meu gêmeo, Luke, fazia Astrofísica na Columbia. E Bill, apelido para Bilbo, estava no ensino médio ainda. Meus pais ficavam aqui mesmo em São Francisco, eu morava com eles. 

Poderia fazer faculdade ou alugar um apartamento com meu salário, mas isso também não estava em meus planos.

- Bom dia, Owen - sorri ao ver um velho cliente entrar - O que podemos fazer por você hoje?

- Bom dia, Leia - curvou os cantos da boca, em quase um sorriso - Sempre de bom humor, logo pela manhã. Um expresso com creme e sem açúcar, por favor

- É pra já, senhor - digitei o pedido no sistema e que imediatamente enviava para a cozinha, cobrei e voltei a falar - Pronto, levarão a sua mesa

Ele se dirigiu a uma mesa. Ele me lembrava o Dick Van Dyke, velho mas arrumado, com os cabelos brancos penteados para trás. Eu relacionava tudo com algum filme, série ou livro. Ele portava um sorriso no rosto e saber que eu fazia parte das razões deste sorriso me fez sorrir mais. Era gratificante. Fiquei alheia olhando as pessoas indo e vindo pelo lado de fora das vitrines.

Muitas paravam e observavam nosso menu que era escrito com giz em uma lousa na calçada. O motivo era sempre o mesmo, nosso especial, Coffe and Pears. Não mais do que café extra forte servido junto com peras flambadas no vinho. Totalmente estanho e totalmente saboroso.

Foi com este especial que meus ancestrais conseguiram fazer sucesso. A curiosidade atiçava os clientes a entrarem e experimentarem e a qualidade os fazia retornar. E um desses clientes curiosos acabara de entrar. Não, não qualquer cliente. Tom, como carinhosamente eu o chamava, mas não o seu nome. Na realidade não sabia o nome dele, mas ele me lembrava como o Tom Holland seria daqui a alguns anos. E como sempre estava sério.

- Bom dia, Tom - sorri ao ver ele revirando os olhos - O que vai ser  dessa vez? Talvez um mocca das galáxias? Ou um cappuccino de Tatooine?

- Um especial - respondeu sem sorrir, e já entregou o dinheiro certinho

Ele nunca ria, ou expressava qualquer emoção, só tédio. E também sempre trazia o dinheiro trocado. Ele era um tédio.

- Vão te levar na mesa - lhe entreguei a nota - Tom - completei sorrindo

Ele acenou, sem falar nada e se virou indo em direção ao sofázinhos vermelhos que ficavam mais afastados. Como sempre também.

- Você devia falar com ele - Julia falou me assustando, ela estava encostada ao meu lado encarando na mesma direção que eu

- Eu também penso isso - falei meus pensamentos em voz alta

- Então vai - me entregou o pedido dele e me empurrou em direção a ele

Andei em passos curtos e o vi lendo um livro, quando cheguei mais perto vi ser uma história em quadrinhos dos Jovens Vingadores.

- Seu especial - o tirei de sua leitura colocando a bandeja do lado do gibi e sentando na sua frente - Não sabia que gostava de HQ's, rapaz - ele me encarou claramente confuso

- Bem, obrigado pelo pedido - guardou a revista me ignorando - Mas sem ser desrespeitoso, porque ainda permanece aqui?

- Me chamo Leia - estendi a mão para ele - Já estava na hora de me apresentar - e pela primeira vez eu vi um fantasma de um sorriso em seu rosto, o primeiro de muitos

- Me chamo Luhan - se apresentou e apertou minha mão - Mas me chame de Han, por favor

※※※

Hey guys!

Começando mais história, dessa vez um conto. Ele não terá mais que 10 capítulos, fora o Prólogo e Epílogo, mas todos escritos com muito amor.

Não é uma fanfic de Star Wars, os nomes dos personagens principais porém foram inspirados no filme. Queria fazer uma homenagem a Carrie Fisher, nossa amada General Leia, que faleceu no início deste ano.

Não esquecem de passar no meu perfil e ver minha outras histórias.

Beijos nos suvacos!

Até o próximo capítulo...

Coffee and PearsOnde histórias criam vida. Descubra agora