Coffee and Pears

Nono

- Essas foram as últimas caixas - Bill afirmou suspirando e se jogando no chão

Encostei na bancada da cozinha e sorri. Mais um passo do relacionamento, concluído. O clima estava incrível, eu estava extremamente feliz. As coisas andavam no trilho. Luke havia se formado e voltado para casa, na realidade estava morando com Júlia. Bilbo seguia sua vida normalmente. Até meus sogros estavam mais presentes em minha vida e na de Han. E meus pais continuavam se dedicando a cafeteria. Todos estavam bem.

- Como se sente? - ele sussurrou no meu ouvido e eu sorri

Han me abraçou por trás e mordeu meu lóbulo discretamente. Nosso relacionamento melhorava cada vez mais. O amor, a confiança, o respeito. A cada dia ficávamos mais próximo e eu só sabia ama-lo mais.

- Me sinto extremamente bem - respondi me virando para ele e enganchando meus braços no seu pescoço - E muitíssimo feliz

- Estou feliz em saber que você está feliz - falou, me dando um selinho

- Nada de melação hoje, casal - Bill ralhou - Eu carreguei metade dessas caixas, tô com fome

- Você sempre está com fome, pirralho - Luke zoou, antes de se virar para mim - Quer ajuda para no almoço?

Me desprendi de Han com um selinho e caminhei até a cozinha ao lado de Luke. Han se juntou com o resto da família na conversa, sorri involuntariamente. Luke e eu dividimos as funções e trabalhamos em equipe. Ele cortou os legumes enquanto eu preparava a massa.

Quando a lasanha já estava no forno, chamei Bill para colocar a mesa e Han para preparar o suco. Eu me sentia em paz com a família unida. Estar junto deles sempre me fazia bem. Observar meus pais conversarem e rirem apaixonados e trabalharem juntos. Ver minha melhor amiga namorando com meu irmão. Eu amava tudo do fundo meu coração.

- A comida tá pronta - falei contente, chamando todos para se sentarem a mesa - Eu e Han agradecemos pela ajuda de vocês, são a nossa família e amamos vocês

Luke e eu havíamos criado esta lasanha anos atrás. Não tinha presunto e queijo em casa e não curtiamos bolonhesa, nossa solução foi uma refogar legumes, misturar com molho branco e cobrir com massa. Luke e Leia sempre foi uma boa dupla, para tudo.

- Está excepcional - meu sogro confirmou com um sorriso satisfeito no rosto

- Obrigada, George - Luke sorriu orgulhoso - Mas saiba que eu fiz tudo, ela só ficou observando eu trabalhar

- Oh, claro que foi isso - eu exclamei irônica - Eu não teria capacidade de cozinhar algo assim

- Mentira, em casa o Luke não faz nem panqueca - Júlia expôs meu irmão

- Menino, eu não te criei assim - minha mãe ralhou

Bill começou a encher o saco do irmão mais velho. Meu pai a dar bronca nos dois. Minha mãe a fingir que nada estava acontecendo e conversar com o resto das pessoas na mesa. Eu gemi em desgosto e voltei a me alimentar.

- Eu adoro sua família - Han riu no meu ouvido

- Olha a bagunça que estão fazendo - apontei

- Eles são felizes, carinho - ele sorriu docemente - Isso é o que importa

- Eu sou feliz - afirmei olhando e sorrindo para ele

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- Seu irmão é um saco - Júlia reclamou

- Eu sei disso, mas você quis namorar ele - eu gargalhei da cara indignada dela - Agora não é mais problema meu

- Leia, ele faz o sofá, a cama, a mesa, qualquer superfície virar guarda roupa - ela choramingou

- Seja bem sincera com ele - eu aconselhei - E conte para ele suas manias e seus tics estranhos, meu irmão vai acatar se isso significar que vão continuar juntos

Júlia me olhou brava, mas concordou em fazer isso. Luke e Júlia enrolavam desde o ensino médio para ficarem juntos, sempre arrumavam imprevistos, distância ou qualquer outra coisa que os separassem. Então qualquer coisa que eu pudesse fazer para ajuda-los eu faria.

- Bom dia, Leia - um menino me ofereceu um sorriso banguela

- Bom dia, Mark - eu sorri de volta - O que você vai querer hoje?

- Eu quero achocolatado e um misto quente - respondeu, colocou os braçinhos na bancada se esforçando para me olhar melhor

- Ganhou sua mesada? - perguntei ainda sorrindo e terminando seu pedido

- Sim, eu fiz tudo o que a mamãe mandou diteitinho e ela me entregou o dinheiro - falou orgulhoso

Ele pagou e foi se sentar. Nosso público estava ótimo, ver aquelas pessoas ali me deixava orgulhava. Todo o trabalho da minha família não tinha sido em vão. Uma ideia louca de misturar pera e café que alguém incentivou tinha se tornado nos sorrisos dos clientes. Quando Mark voltou para pegar seu pedido entreguei uma bala para ele.

- Brigado tia Leia - agradeceu, com uma mão me chamou para mais perto e sussurrou - Tem um moço grandão lá fora que fica sorrindo e te encarando, ele é um homem mau?

Levantei meu rosto confusa. Quem ficaria me encarando trabalhar? Han. A resposta veio rápido. Ele estava lá me olhando como nos velhos tempos. Com as mãos no bolso da calça, óculos escuros e uma camiseta do Flash. Eu neguei com a cabeça para ele e revirei os olhos.

- Ele é meu namorado - eu assegurei para o menino que me olhou espantado

- Ele tem muita sorte - Mark sussurrou tímido antes de ir se sentar com sua mãe

Olhei para fora de novo e vi aquele sorriso em minha direção. Han fez um coração com a mão e acenou um tchau. Meu coração deu uma aumentada no ritmo, nada impressionante quando o assunto era Han.

Se ele estava fazendo esse caminho, era por que ele iria almoçar fast-food, uma coisa que precisávamos resolver urgentemente. Adicionei isso na lista mentalmente, junto com comprar produtos de limpeza e fazer a barba de Han.

Não fazia nem dois dias que morávamos juntos e eu já tinha um monte de coisa para arrumar. Bufei e voltei a me preocupar em atender clientes que entravam.

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- Merda - reclamei quase derrubando uma das sacolas

Com dificuldade destranquei a porta e empurrei-a entrando em casa. Estranhei as luzes estarem apagadas. Coloquei as sacolas em cima da bancada da cozinha e joguei minha mochila no chão.

- Leia - escutei o sussurro do meu homem vindo da sala

Ele estava deitado no sofá com uma coberta jogada por cima dele. O notebook estava entreaberto na mesa de centro, me fazendo deduzir que ele havia trabalhado até tarde e caído no sono.

- Por que chegou tão tarde? - questionou baixinho, ele levantou a coberta me dando convidando para deitar ao seu lado

- Hoje era meu dia de fechar a cafeteria - expliquei me aconchegando nos seus braços - Depois fui na casa dos meus pais dar um oi, fui também no mercado que estava lotado e por isso demorei para chegar

A respiração de Han estava calma e baixinha. Ele havia dormido antes de eu terminar de falar com ele. Dei um beijo em sua testa e sussurrei para ele antes de cair no sono:

- Bons sonhos, meu amor.

***

Eu voltei!

Mais um capítulo saído do forno pra vocês.

Espero que gostem.

Infelizmente este é o penúltimo capitulo, reta final.

Beijos nos suvacos.

e até a próxima...