Capitulo 24

12K 522 31
                                    

Capítulo 24

Camila partiu pra Itaipava com uma mala no carro e nos pensamentos tinha frases, discursos, queria conversar, abraçar, beijar e se declarar a Lauren. Faria tudo que não tinha feito até então. Pegou na agenda a foto que guardava de Ariana e a jogou pela janela, estava se livrando do passado pra começar uma vida feliz. A chuva estava começando a engrossar quando saiu do Rio. Em alguns trechos da estrada ela diminuía pra daí a pouco voltar a cair forte. Deixou o som bem baixinho pra se acalmar. Gostava de dirigir na chuva, desde que se sentisse segura. Via na estrada vários carros encostados, um até de ponta cabeça.  
   
- Imprudência meu Deus. Pra que correr tanto? – falava quando um motorista passava correndo por ela.  
   
Quando chegou em Itaipava deu graças a Deus. Lembrava exatamente onde era a casa, sempre foi boa no senso de direção. Foi subindo o morro devagar, já podia ver a casa lá no alto. Viu uma luz acesa e se encheu de esperança, Lauren só poderia estar lá. Na realidade, na sua cabeça não passou a possibilidade de que a morena não estivesse em Itaipava. Seu coração sentia que era lá e depois de muito tempo, resolveu dar ouvidos a ele. Dirigia e pensava em mil coisas pra dizer a ela, quando de repente o carro travou na estrada. A chuva estava muito forte e pensou que se descesse ia se molhar. Tentou acelerar, dar ré e nada, estava agarrado mesmo. Ainda que com tração ela não conseguiu se mover pra lado nenhum. Resolveu descer segurando uma sombrinha que não adiantou muito. Olhou em frente e viu um tronco de árvore, não daria pra passar. De onde estava podia ver a casa, então não estava longe. Aquela estrada já era dentro da propriedade e esperar alguém passar pra ajudá-la não ia adiantar. A solução foi trancar o carro e ir andando na chuva mesmo. A sombrinha não conseguiu conter a chuva, ventava muito e em minutos já estava retorcida e Camila a largou pelo caminho. Sentia o corpo pesar por conta da água e o frio doer em seus ossos. Estava de tênis e calça jeans e um casaco preto de moletom. Colocou o capuz e foi andando. Por um momento pensou que se não tivesse ninguém na casa, estaria muito enrolada. Estava molhada, suja, sentindo muito frio e sem contato nenhum, já que tinha deixado seu telefone no carro. Quase uma hora depois conseguiu chegar até a casa. Tocou a campainha e viu que a luz lá dentro se apagou. Esperou um tempo e tocou de novo. O relâmpago forte atravessou o céu e logo o estouro do trovão. Camila se apavorou e começou a apertar insistentemente a campainha.  

- Por favor, abre! Tem alguém aí? – gritava insistentemente.  
   
Seus braços já não tinham forças, se deixou cair de joelhos pelo cansaço. Por um momento fechou os olhos e encostou a cabeça na porta, até que ela se abriu.  
   
Lauren a princípio olhou para frente, mas o reflexo a fez olhar para baixo. Camila chorava, de joelhos e toda molhada. Olhou assustada, mas antes que tivesse qualquer reação a mais nova olhou para cima.  
   
- Me perdoa… eu… eu te procurei todos esses dias. – falava tremendo de frio. - Mas só agora me dei conta de que estava aqui. Por favor… me perdoa. – estava suja e muito molhada.  
   
Lauren a pegou no colo rapidamente e entrou trancando a porta. Sentia o corpo de Camila tremer involuntariamente. Correu para o banheiro e abriu o chuveiro deixando a água esquentar enquanto tirava a roupa dela. Enfiou a chef embaixo d’água e deixou que se esquentasse. Lavou os cabelos dela e depois a enxugou. Tudo sem dizer uma palavra. Entregou um roupão a ela e a deixou no banheiro ainda penteando os cabelos. Foi pra cozinha e fez um chocolate quente, que na verdade estava pronto, pois havia feito pra tomar à tardinha. Esquentou e levou pra ela no quarto. Camila estava sentada na beirada da cama com os olhos vermelhos e encolhida. Lauren olhou pra ela e sentou ao seu lado, os olhos verdes estavam inexpressivos para Camila.  

- Lauren eu…  
- Achei que não fosse me procurar. – falou baixando a cabeça. – Por que só veio agora?  
   
Camila chorava muito e não conseguia falar direito. Queria muito se explicar, mas soluçava tanto que as palavras não saiam.  
   
- Calma. – a morena tentou tranquiliza-la.  
- Eu… eu te procurei… fui atrás de Derek e… e…. – respirou fundo. – Ele disse que era pra eu procurar onde tudo começou, então fui aonde nos encontramos no reveillon, cheguei a ir pra Manaus e não encontrei você. Até que fui gravar o programa num estúdio diferente, parecido com essa casa e me dei conta de que esse lugar tinha sido muito especial pra mim.  
- Pra você?  
   
Camila olhou pra ela sem piscar.  
   
- Porque foi aqui que me dei conta que te amava mais que a mim mesma, que não viveria mais sem você, foi aqui que entreguei meu coração a mulher da minha vida.  
   
Lauren sorriu ao ouvir tudo aquilo, sentiu tanto carinho e uma vontade enorme de beijá-la, mas em sua mente veio a imagem de Ariana. Camila percebeu a mudança de expressão dela e se adiantou.  
   
- Sempre tive vontade de reencontrar Ariana. Queria mostrar a ela que fui capaz de ser alguém na vida, que sou muito melhor que ela, que não precisava de mais ninguém na vida. Guardei uma foto dela até hoje e sempre a olhava com ódio e ressentimento. Eu achava que um dia íamos nos encontrar, não ia procurá-la, mas o destino ia me fazer esse favor. Quando fui comprar seu remédio aquele dia que ficou na chuva, eu a encontrei na farmácia… – contou tudo até o dia seguinte e depois falou de sua busca, do carro que havia ficado na estrada e da chegada a pé até a casa. – Ainda que não me queira mais, que esteja com raiva de mim, eu vim aqui pra dizer que tudo que vivi com você foi único, foi lindo e me fez ver que eu ainda tinha um coração, que podia amar e ser amada.  
   
Lauren estava imparcial.  
   
- Perdoe se não fui como desejou, se não disse palavras doces como quis ouvir. Fique sabendo que elas estavam sempre na minha boca, eu só não tinha coragem de dizer. – chorou novamente. – Fui covarde em… em dizer que… Te amo.  
   
Baixou a cabeça com vergonha de tudo que causara a Lauren, mesmo ela sendo uma pessoa maravilhosa em sua vida. Já achava que não merecia o amor dela e que devia era ir embora dali.  
   
- Você diz que esse lugar foi especial pra você. – Lauren falou calmamente. – Eu vim pra cá porque se você me procurasse era por sentir algo por mim e nesse lugar eu queria te dizer uma coisa. – ajoelhou no chão e puxou as mãos de Camila para que se ajoelhasse também. – Quer ser minha mulher, namorada, esposa, amante, amiga, quer ser minha? Porque eu não sei ser de mais ninguém a não ser de você.  
   
O beijo veio com uma força incrível, pra selar aquele momento que não precisou de respostas.  

- Disse que queria passar o resto da sua vida comigo… – Camila parou e respirou fundo. – Ainda quer?  
- Nunca mudei de ideia. – voltaram a se beijar apaixonadamente.  
   
Lauren interrompeu o beijo pra olhar naqueles olhos castanhos, sorriu, beijou cada um deles, sentindo que agora as coisas iam mudar definitivamente. E depois de muitos carinhos é que perguntou em como Camila chegou debaixo daquela chuva.  
   
- Como chegou aqui? – parou pra pensar. – Peraí, a pergunta é: Por que você chegou a pé e toda molhada?  
- Eu vim de carro, mas com a chuva uma árvore caiu na estrada, não muito longe daqui. O carro agarrou e eu vim andando.  
- Sozinha?! Que isso Camila!  
- Eu via a casa, então pensei que não estava tão longe assim. Só esqueci que o trajeto é cheio de curvas, por isso demorei. Ainda bem que relampejava muito e foram os clarões que ajudaram a iluminar o caminho.  
   
Lauren ficou pensando no perigo que ela correu ao se expor a uma chuva daquelas.  
   
- Graças a Deus está bem! – abraçou o corpo dela.  
- Minhas roupas ficaram no carro, amanhã tenho que pegar.  
- De manhã a gente vê em que situação o carro está, de repente com o meu dá pra puxar o seu.  
- A árvore era grande e nem sei, viu?  
- Como diz você mesma, qualquer coisa chama o seguro. – riu.  
- Isso aí. – riu também. – E você melhorou? – colocou a mão no rosto da morena. – Estava com febre e gripada. – falou preocupada.  
- Melhorei. Continuei tomando remédio.  
- Queria ter cuidado de você. – falou triste.  
- Eu que vou cuidar de você agora, senão vai ficar doente também. Tomou essa chuva toda e por mais tempo que eu.  
- Sou resistente a gripe, acho que já tomei tanta chuva que fiquei imune e até gosto. Quando era mais nova, trabalhava em um restaurante longe do lugar onde morava e eles só davam vale transporte pra dois ônibus. No meu caso teriam de ser quatro, como não tinha dinheiro pra bancar a outra passagem eu ia a pé. Tomei muita chuva no lombo, como dizem os mineiros.  
- Você viu de novo a sua… ex? – Lauren perguntou com medo de ouvir o que não queria.  
 
Vendo o olhar receoso da namorada, Camila acabou sorrindo.  
   
- Não perdi meu tempo procurando aquela criatura. E só trabalhei pra não prejudicar meus funcionários, caso contrário teria largado tudo pra procurar você com muito mais rapidez.  
   
A morena adorou o que ouviu e cobriu a mais nova de beijos até se deitaram na cama. Olharam-se por um tempo, reconhecendo-se. Tinham ficado quase uma semana sem se verem, mas parecia uma eternidade.  
   
- Senti sua falta na gravação. – Camila falou enquanto acariciava o rosto da morena.  
- Você agora está famosa! Nesses dias aqui, nas horas de folga eu vi televisão algumas vezes, o programa está fazendo sucesso. Você e Tyler são os jurados preferidos.  
- Eu gosto dele, é uma pessoa muito boa. E tem um coração enorme.  
- Também tenho uma coisa enorme aqui comigo.  – sorriu.  
- O que? – Camila também riu. – Do jeito que falou, mais parece que tem um… – começou a rir.  
- Ei, eu sou uma mocinha, não tenho um… sem bem que… – parou pra pensar. – Você gostaria se eu usasse um pênis?  
- Não sei, podemos tentar, quem sabe…  
- Já usou alguma vez?  
- Nunca. – na verdade ela nunca usara mesmo, mas não queria falar com Lauren que era virgem. Não se sentia nesse contexto, mas no aspecto físico ainda era. – Então, o que você tem de enorme aí… mocinha. – brincou.  
   
Lauren riu alto, mas depois olhou pra ela.  
   
- Uma vontade bem grande de sentir você, de provar você de novo, de beijar sua boca. – beijou os lábios dela. – De morder… – mordeu o lábio inferior e falou em seu ouvido. – De ver você gozando pra mim…  

Continuou mordendo e lambendo o pescoço dela, apoiou o cotovelo na cama e com a outra mão foi desamarrando o roupão da chef. Ela estava nua e quando seus seios apareceram os bicos já estavam duros e pedindo para serem sugados. Lauren contemplou-os para depois passar o dedo indicador ouriçando ainda mais os mamilos. Camila segurou a cabeça levando até eles, como que pedindo para que os sugasse. Lauren aproveitou para ficar sobre seu corpo, retirou o roupão e jogou longe. Ver a mais nova nua e completamente entregue lhe deixou tão excitada que sentiu o sexo doer. Tirou sua blusa e com ajuda de Camila, tirou a calça jeans junto com a calcinha.  
   
- Vem cá. – girou o corpo e sentou de frente pra Camila, cruzando suas pernas. – Você me ama mesmo? – olhou nos olhos dela.  
- Te amo muito. – Camila salpicou beijos pelo rosto dela. – Te amo como nunca amei outra pessoa nessa vida. – beijou-lhe os lábios. – E quero fazer parte da sua vidinha. – brincou com a forma da morena se referir à própria vida outras vezes.  
   
Lauren sorriu ao mesmo tempo em que deixou uma lágrima escorrer pelo rosto, que foi amparada por um beijo de Camila.  
   
- Quero ser sua companhia, quero dividir as ideias, notícias, as novidades, quero dormir abraçada, ir ao supermercado, assistir um filme, rir junto… quero ser sua rotina. – sorriu.  
- Você é a melhor parte do meu dia a dia. – também sorriu. – É minha rotina preferida.

Medida Certa | camren [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora