You've Forgotten

Outubro de 2014, St Mary's Hospital, Londres.

- Harry, você sabe onde você está? - Perguntou a terapeuta Angie, sua voz tranquila e os olhos transmitindo confiança enquanto eu transferia todo meu peso de uma perna para a outra incessantemente.

Harry passou algum tempo pensando, os olhos cansados e os cabelos bagunçados, parecendo desconfortável com toda a atenção.

- Em Londres. - Sua voz rouca soou depois de pensar por quase um minuto.

- Isso mesmo, querido. E você sabe em que ano estamos?

- 2010?

Nos conhecemos em 2010, quatro anos atrás. Ele tinha acabado de completar dezoito anos e eu havia feito dezoito alguns meses antes. Tudo bem, não é tão ruim ele não lembrar do ano em que estamos Louis, é só um efeito do acidente... Um efeito passageiro.

- Qual o nome da sua mãe, Harry? - Doutora Angie voltou a perguntar não parecendo abalada com a resposta errada de Harry, não tanto quanto eu.

- Anne Cox. - Ele disse rapidamente, lembrando da informação perfeitamente e me olhando torto ao que eu deixei um suspiro escapar. Me encolhi um pouco mais no canto em que eu estava e Anne olhou-me com um sorriso triste sentada em uma cadeira ao lado do filho, de alguma forma seu sorriso fora encorajador mesmo depois de ver Harry me olhar tão sem expressão.

- E qual o nome do seu padrasto? Você sabe que tem um padrasto, estou certa? - Angie voltou a perguntar com o tom cada vez mais seguro e de certa forma animado.

- Robin. - Bom, ele saber o nome de Robin pode significar qualquer coisa afinal Anne e Robin estão juntos faz muito tempo. Doutora Angie estava disposta a me torturar cada vez mais.

- Quantos anos você tem, querido?

Harry suspirou cansado do interrogatório, baixando o rosto e começando a brincar com os próprios dedos, nos ignorando de forma rude.

- Harry, por favor colabore querido... - Anne pediu em um tom choroso, os olhos transbordando súplicas enquanto tentava segurar a mão de Harry.

- Quantos anos você tem, Harry? - Angie voltou a perguntar receosa e visivelmente tomando mais cuidado com o tom de voz desta vez.

- Dezoito.

Não, não, não, não!

Robin se aproximou de mim e passou os braços por minhas costas de uma forma paternal, tentando me encorajar assim como Anne e passar um pouco de fé no ato. Harry olhou para o padrasto me envolvendo e franziu o cenho, encarando como se perguntasse silenciosamente o que eu estou fazendo. Isso não está acontecendo...

- Harry, qual o nome do seu marido? - Angie finalmente perguntou, a voz trilhões de vezes mais cautelosa e o sorrisinho tranquilizante sumindo de seu rosto assim como o sangue sumira do meu.

- Eu não tenho marido. - Isso definitivamente não está acontecendo. Deus, por favor, não!

- Você não tem marido? - Ela indagou calmamente enquanto Robin apertava mais um pouco os meus braços, minhas mãos começavam a tremer de uma forma vísivel e assustadora.

- Eu tenho uma ex namorada, mas não conversamos faz algum tempo. - Deus não... Por favor... Por favor!

- Qual o nome de sua ex namorada, Harry?

- Chelsea.

- Bom, Harry... Você é casado agora.

- Casado? - Ele perguntou alto não acreditando nela e olhando para Anne em um pedido de explicações, uma súplica por respostas. - Eu não sou casado.

- Harry, pense com calma... - Ela pediu passando a mão nos cabelos e tentando dar outro sorriso. - Qual o nome do seu marido?

- Marido? Mas eu nunca casei!

- Sim Harry, marido...- Anne choramingou enquanto lágrimas começam a descer incontrolavelmente por minhas bochechas. Isso não está acontecendo.

- Você lembra o nome dele?- Angie voltou a perguntar momentos depois dele ter ignorado sua mãe. Minha cabeça estava começando a doer e eu queria baixá-la para que Harry não visse o... Cara estranho chorando por ele não se lembrar de ter um marido.

- Eu já disse que não sou casado!

xx

N.A. O book está passando por correções, mudanças de alguns trechos e avaliação. Eu peço desculpas se os comentários dos páragrafos sumirem ou forem excluídos devidos as mudanças, acredite eu li todos, amei todos. Apesar disso leitores novos fiquem a vontade para comentar o que acham, yeh?

Boa leitura!