I'll remember you

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"Eu sempre me lembrarei de você, eu prometo"

Eu e Jungkook eramos muito próximos, fazíamos tudo juntos, já que nossas famílias eram muito amigas fomos assim que crescemos, amigos também. Nos considerávamos irmãos, nossa vida inteira nós sempre estivemos lá, um para o outro, eu lembro quando ajudei o Jungkook a chegar em uma menina — ele sempre foi tímido — e ele sempre me ajudou também. Eu queria poder voltar no tempo, onde nós ficávamos o dia inteiro brincando, sem preocupações.

Era uma tarde ensolarada de quarta-feira, brincávamos de esconde-esconde, eu estava na função de encontrar Jungkook, ele sempre foi bom nisso e eu quase nunca o achava, ele realmente levava a brincadeira à sério, passaram-se algumas horas, eu já havia desistido de brincar, e ele ainda escondido, penso que ele tenha desistido de ser achado e tenha ido pra casa também —ele sempre fazia isso. Vou para minha casa e no caminho de volta vejo uma ambulância saindo da casa dele, ele estava em uma maca, respirando com ajuda de maquinas, quando vejo fico sem reação, minha mãe — que estava na casa de Jungkook — me abraça forte, dizendo que tudo ficaria bem.

Passaram-se alguns dias, Jungkook não tinha voltado pra casa, e todos os dias eu ia lá depois da aula para brincarmos, e nada dele, seus pais não iam na minha casa mais e muito menos levavam ele lá. Esses dias se tornaram semanas, e essas semanas, meses. Um certo dia a mãe de Jungkook me convidou para sua casa, Jungkook estava lá, numa cadeira de rodas, com soro fisiológico do seu lado, todo fraquinho, pálido e triste. Não era o Jungkook que eu conhecia, enquanto o seu pai o levava para o quarto, sua mãe me explicava o que tinha acontecido. Jungkook naquele dia de esconde-esconde, tinha passado mal onde tinha se escondido, estava todo sujo de sangue e inconsciente. Eu fico desolado, tomo toda a culpa para mim, se eu tivesse o achado antes, talvez eu poderia o ajudar, mas não, eu fui embora pra casa, o deixei lá, sofrendo sozinho, e mesmo se eu não pudesse ajudar eu estaria lá por ele.

Alguns meses tinham se passado, tinha chegado o natal, e como todos os dias eu ia visitar Jungkook no hospital, não houve um dia em que eu não ia visita-lo, pra ele eu tinha levado um jogo que ele estava esperando fazia anos, juntei um dinheiro a mais e consegui comprar para ele. Um sorriso apareceu em seu rosto, enquanto seus olhos brilhavam, eu estava feliz em ver aquele sorriso de novo, de repente ouço sua voz rouça, bem baixinha "Jiminie, esse é pra você, feliz natal", tento conter as lagrimas, era um album de fotos nossas, de pequenos até hoje em dia, passo minha mão nos olhos tentando limpar as lagrimas, olho para Jungkook e ele não deixa de sorrir. Mesmo que Jungkook sorrisse, sua condição não melhorava, cada dia que passava ele estava mais fraco.

O médico tinha chamado os pais de Jungkook para uma reunião, e por eu ser muito próximo dele, me chamaram também, ali ele explicitava que Jungkook tinha leucemia, e seu corpo já estava fraco demais. O doutor disse que dava ao menos alguns meses de vida para Jungkook, enquanto os pais dele se desmanchavam em lágrimas, eu fiquei sério, me levantei da cadeira, me curvei e saí da sala, correndo para o banheiro. Comecei a chorar desesperadamente, eu perderia o meu melhor amigo, me abraço, esperando que sejam os braços do meu amigo, ele era quem me protegia, meu herói.

2 meses se passaram, era dia 23 de fevereiro, um dia tanto quanto especial. Recebo uma ligação do médico de Jungkook, que entusiasmado dizia que ele estava se recuperando mais do que ele esperava, e pediu para eu ir ao hospital. Chegando lá, o médico sorria, e me direciona até o quarto de Jungkook, aquele sorriso que eu tinha visto no natal havia se abrido de novo, ele estava mais forte que antes, ele era forte, sempre foi.

Passavam alguns meses, Jungkook sempre melhorava, já estava saindo para passear, e aquilo era uma enorme conquista para ele, caminhadas no parque, sair para tomar um sol, respirar ar fresco, tudo isso era uma batalha vencida. Tudo estava ocorrendo perfeitamente bem, quando os pais de Jungkook me ligam. "Jimin, você não pode mais visitar o Jungkookie, me desculpa, é pro bem dele." Não dá tempo de perguntar o porquê, fico desacreditado e vou ao hospital, e me impedem de entrar, seguranças me põem pra fora a força. Fui proibido de visitar meu melhor amigo e eu não sabia nada.

Uns dias depois dessa confusão, recebo uma carta em minha casa, era de Jungkook.

"Eai Jiminie, tudo bom?

Então não queria que você me vesse piorar, é, eu piorei. Só parecia mesmo que eu estava melhor, era mais um período no qual a doença dá uma pausa. Mesmo que tenham sido apenas alguns meses, foram os melhores momentos da minha vida, Jiminie.
Eu não sei se eu vou conseguir sobreviver, está me destruindo demais ver você sofrer assim, você é meu melhor amigo, e ver você assim talvez me deixe pior. Me desculpa Jimin, por causar tudo isso a você, é tudo minha culpa.
Ah, e fui eu quem pediu para você não vir mais, eu meio que to muito feio, e você vai acabar me zoando, hahah.
Mas Jiminie, meu Jiminie, se algo acontecer comigo, por favor, seja forte, continue sua vida, arrume uma mulher, tenha filhos e netos, arrume um bom emprego, dance, cante bastante, já que você ama isso. Se eu me for, da onde eu estiver eu vou olhar por você, vou cuidar de você, e sempre vou estar com você.

Eu sempre me lembrarei de você, eu prometo.

Obrigado Jiminie, com amor, Jeon Jungkook."

Eu tinha me transformado em lágrimas, na carta vinha uma foto nossa, que sempre guardamos, e dizíamos que íamos tatuar futuramente. Ali mesmo dormi.

Acordo no dia seguinte com uma ligação do hospital, me dando pêsames e me avisando sobre o falecimento de Jungkook. Na hora saio correndo de casa, nem mesmo me arrumo, entro correndo no hospital, vejo os pais de Jungkook chorando desesperadamente, vejo também alguns enfermeiros levando uma maca com Jungkook, começo a soluçar, tudo havia parado para mim, corro para a maca, os enfermeiros param. Abraço Jungkook, pego sua mão abro seus olhos, nada, ele se foi, e em seu rosto tinha um simples sorriso. Minha voz não saía, meu coração estava apertado e doía, aperto minha blusa e grito pelo seu nome, nenhuma resposta.

Os enfermeiros voltam a levar o corpo, os pais de Jungkook me abraçam enquanto nós três choramos, meu pais chegam e me abraçam também. Não consigo parar de chorar, só imagino que nunca mais vou sentir o seu cheiro, conversar, ou apenas olhar para ele, porque ele se foi, para sempre.

Era chegado o dia do enterro, meu pais não vão, mas eu vou, era um dia chuvoso e triste, aquele dia uma alma boa e pura deixava esse plano, eu me pergunto o porquê, tantas pessoas más no mundo e as que não merecem isso, se vão.

Agora todos os anos no dia 12 de maio eu venho no cemitério conversar com meu amigo, meu melhor amigo. Realmente espero que ele esteja olhando por mim, eu sinto muito sua falta.

"Olha Jungkook, já foram 6 anos em, arranjei uma namorada e entrei na faculdade de dança contemporânea, aquela mesmo que eu queria anos atrás, to realizando meu sonho. E você aí, ta tudo bem? Espero que sim, aí tem serviço de quarto? É confortável, essas coisas? Tomara. Eu sinto muito sua falta caralho, todos anos me pergunto, porque você, mas com certeza você tem algum papel a fazer aí encima, eu entendo. Eu me sinto muito sozinho no mundo sem meu companheiro aqui, eu to com muitas saudades, te amo amigo, quer dizer, irmão. Nunca vou me esquecer de você, nunca."

"

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