capítulo i

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o dia era quente e jimin podia sentir a camiseta grudar em suas costas pelo suor. deitado no banco de trás, ele abraçava um buquê de delicadas flores e fixava seu olhar no teto do carro, refletindo sobre a situação que se encontrava.

jimin tinha a vida mais normal do mundo. quase chata, na verdade. era apenas um garoto qualquer, em uma escola qualquer, com uma família e amigos que se importavam com ele.

quando seu pai anunciou a mudança, seu mundo veio abaixo. era difícil deixar tudo pra trás, mas ele não tinha escolha senão aceitar e seguir em frente, é por isso que seu himor não estava dos melhores naquele dia em específico e ele sequer se importar em ver o caminho para a nova cidade através do vidro.

"ah, mamãe, minhas flores estão morrendo" disse o garoto, levantando rapidamente da sua posição e se inclinando entre os bancos da frente, esticando o braço para que a sra. park pudesse ver as rosas amassadas e murchas.

"não me surpreende, julgando pelo modo que você estava as apertando" disse ela "mas, não se preocupe, quando chegarmos você pode colocá-las na água e elas irão reviver" sorriu para ele, de forma reconfortante.

jimin suspirou.

"eu só fico chateado que as primeiras flores que eu ganhei na vida foram por uma despedida..." crescendo com uma floriculturista como avó, ele sempre teve afeição pelas flores e recebe-las de alguém era algo especial para o garoto.

"não é verdade, você ganhou aquele girassol de aniversário, lembra?"

"mas era uma flor só! e não é a mesma coisa!" ele olhava pela janela agora, sem fixar o olhar para algo específico e percebar nada além de que já tinham chegado na cidade nova.

quando seu pai fez uma curva para uma estrada mais isolada, ele passou a registrar melhor o lugar. jimin não podia negar que o lugar era bonito, onde o progresso da cidade não tocava e o vento que balançava as árvores era como uma canção.

"estamos quase lá, deve ser logo ali naquela casa azul" disse a sra. park apontando para uma rua além do vasto campo de grama impossivelmente verde, um conjunto de casas parecidas, cada uma com uma cor diferente. apesar de não ver uma única pessoa por perto, jimin descreveria o lugar como vivo.

"mamãe, o que são aquelas casinhas?" jimin apontou para os pequenos objetos amontoados na beira da estrada que pareciam mesmo casas de passarinhos ou algo do tipo.

"são templos onde as pessoas vêm rezar, o lugar deve ser importante" jimin assentiu e continuou olhando para as árvores que davam sombra aos templos enquanto elas ficavam cada vez menores ao que o carro avançava na estrada, que ficava cada vez mais íngreme e rodeada de vegetação.

"como nós vamos chegar lá? aish, você deve ter pego a curva errada!" a sra. park disse ao marido, a voz um pouco irritada.

"não, tenho certeza que é logo aqui" ele respondeu, e logo estavam dentro de um bosque.

jimin sentiu um arrepio. ele observava atento pela janela enquanto o pai dirigia rapidamente pela estrada acidentada, as árvores fazendo muita sombra para distinguir muita coisa além de vegetação e algumas pedras estranhas que pareciam estátuas cobertas de musgo.

mais um arrepio e então o carro parou. havia uma grande construção logo à frente, um prédio pintado com tinta vermelha que estava descascando, no meio da estrada uma estátua coberta de musgo de uma criatura que jimin não conhecia guardava a passagem atrás de si: um túnel.

o sr. park desceu do carro, empolgado e foi investigar o lugar que tinham descoberto, jimin pulou do carro e foi atrás de seu pai, que já estava fascinado pela arquitetura.

"gesso! isso é apenas gesso, deve ser uma construção nova." jimin fixou seu olhar na escuridão do túnel, dendo a pequena luz que vinha do outro lado, longe dali. aos seus pés algumas folhas se agitaram e voaram para dentro.

"o vento está entrando" jimin pensou alto, seus próprios cabelos e camiseta se agitando com a brisa refrescante de verão.

"o que tem aí?" parece que a curiosidade venceu a sra. park, que agora estava ao lado dos dois na entrada do túnel.

"eu estou vendo uma passagem, vamos entrar e dar uma olhada?" jimin olhou para o pai com uma expressão incrédula que ele não soube disfarçar.

"papai, vamos dar a volta e ir embora logo, eu não gosto nem um pouco desse lugar"

"bobagem, não tem porque ter medo, jimine" o homem sorriu e, segurando a mão da esposa que o seguia, entrou no túnel.

jimin hesitou, mas ao olhar para os lados, encarar a estátua e perceber o quão inegavelmente sozinho ele estava ali, ele correu em direção aos pais. "esperem por mim!" e se deixou ser consumido pela escuridão, sem imaginar uma fração do que estava pra acontecer com ele do outro lado.

***

oi!
essa é a minha primeira fanfic e eu sou nova demais nessa coisa toda. isso foi bem impulsivo, sabe? num momento eu tava fazendo maratona de filmes do studio ghibli, com bts na minha cabeça e do nada surgiu isso. eu não me arrependo, a viagem de chihiro é um dos meus filmes preferidos e eu me diverti com esse au. espero que vocês gostem e relevem os possíveis erros, críticas construtivas e conversas amigáveis são sempre bem-vindas.

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⏰ Última atualização: Aug 13, 2017 ⏰

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