"Do lado de fora da minha janela, eu vejo um céu. Com brilho azul tão intenso, nuvens brancas com formatos indefinidos. Faz-me pensar que o mundo é tão tranquilo, traz-me a paz que me é tirada a cada dia.
Do lado de fora da minha janela, eu vejo uma árvore. Árvore alta, galhos marrons, rígidos, de cor tão forte. Folhas verdes escuras, formando um belo arranjo ao redor de cada ramo. Umas caem tão lentamente. Traz-me sossego. Calma.
Do lado de fora da minha janela, existe uma estrada. Sem nenhum fim definido, somente uma Linha, uma grande linha, indo até o infinito. Faz-me pensar que posso continuar, posso continuar caminhando. Algum dia vou chegar no final dessa estrada.
Do lado de fora da minha Janela eu vejo você. Parece tão alegre, tão viva, tão radiante. Penso até que consigo levantar daqui. Ir até você. Tocar sua mão, sair correndo pela estrada que nos leva a algum lugar inimaginável. Eu quero ir. Mas eu não consigo. Minhas pernas estão presas. Como faço pra sair daqui?
Do lado de dentro da minha janela, estou eu. Sem céu, sem árvore, sem estrada, sem você. Tudo parece tão monótono, tudo parece tão triste. Acho que já enlouqueci de tanto tempo preso aqui. Deitado.
Do lado de dentro da minha janela, existe alguém que já cansou de Sonhar, deitado numa cama, sem esperança de melhora. Do lado dessa cama, existe uma mesa com alguns comprimidos e água. Terei de tomá-los para enfim alcançar minha desejada tranquilidade. Minha eterna paz."
Por: Rafael Cardoso