Terceiro mês

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O ômega estava na frente do espelho apenas usando uma calça de moletom. Eram sete da manhã e Chanyeol havia saído para o trabalho; o alfa trabalhava em uma loja de livros que tem um pequeno café também, o lugar combina com Chanyeol e o que deixa Sehun mais feliz é saber que seu namorado ama o que faz, ama atender as pessoas com um sorriso ou apenas sentar com as crianças em uma mesa e ler para elas. 

Sehun voltou a olhar o seu reflexo no espelho, sorriu passando a mão pela sua barriga; havia uma pequena protuberância alí e o ômega não poderia estar mais feliz. Chanyeol tinha lido que no terceiro mês as orelinhas e o nariz já estavam se formando, o casal estava animado com tudo. O ômega continou se olhando até a fome bater, bufou saindo do quarto ainda sem camisa e agradecendo por Chanyeol não estar em casa, o alfa sempre brigava quando o ômega ficava sem camisa. 

Entrou na cozinha à procura de algo leve, segundo o médico ele deveria manter uma alimentação saudável não só pelo bebê, mas por ele mesmo. Lógico que não era obrigado a parar de comer certas coisas, mas Sehun preferia entrar nessa dieta para o bem do seu filhote. Na semana Chanyeol tinha dito a KyungSoo que ele pagaria quanto o amigo quisesse, mas o alfa deveria ser o pediatra do futuro Park Oh. KyungSoo riu dizendo que esse já era o lugar dele desde que Sehun descobriu a gravidez. 

— Juro que eu ainda vou morrer. — Sehun quase derrubou a vasilha com frutas que tinha em sua mão. 

— Puta que pariu Yixing! Custa um dia você me ligar avisando que vem na minha casa? Ou ao menos bater na porta? Eu já disse que posso estar transando com o Chanyeol na sala! — Sehun disse se virando e vendo um Yixing rindo com as mãos na barriga de oito meses, KyungSoo o chamava bolinho de arroz, mesmo levando tapas do chinês. 

— E eu já disse que o meu sonho é ver você de quatro para o Chanyeol, o KyungSoo tem uma outra visão, tipo, te ver cavalgando no colo do Chanyeol, eu até que acho l-

— Cala a boca! — Sehun disse já com o rosto vermelho de vergonha. — Você está para ter um filho e não para de falar besteira.

— Qual o problema? Um dia ele vai falar também e outra, é melhor ouvir do pai do que dos outros. — Yixing deu de ombros. — Eu vou morrer, minhas pernas doem, meu corpo dói e o Yanan pareceu querer ser jogador de futebol ou lutador de karatê, porque ele não para. 

— Daqui a pouco ele nasce, Yixing. — o ômega se sentou e apontou para a cadeira, mas Yixing negou. — O que veio fazer aqui então? 

— Só te ver, vou voltar para a minha cama e para os braços do meu alfa. — Yixing disse saindo e Sehun riu. — Qualquer coisa a porta lá de casa tá aberta! 

— Eu sei! 

• •

— Vamos poder ouvir o coraçãozinho dele? — Chanyeol perguntou animado e Sehun assentiu. — Eu queria saber o sexo dele, Hunnie. 

— Amor, só lá para os seis meses, você leu no livro e vimos quando o Yixing descobriu. — Sehun pegou na mão do alfa antes de entrarem na sala do médico. — Tenta ficar calmo, você se anima tanto.

— Mas é o nosso bebê! Eu preciso estar animado. 

O ômega riu e o médico apareceu perguntando como Sehun estava, perguntou sobre as vitaminas e enjôos e se em algum momento ele sentiu dores ou pontadas, Sehun negou as últimas perguntas deixando claro que não sentiu nada. O médico depois de passar mais algumas vitaminas e exames para o ômega fazer, o mandou deitar na maca com a camisa levantada e fez o mesmo processo da última vez, Chanyeol estava alheio a tudo enquanto passava a ponta de seus dedos pelo rosto de Sehun, se assustou quando batidas rápidas encheram a sala. 

— Esse é o coração do bebê, ouçam o quanto ele está fortinho e começando a se formar. — o médico disse. — Não dá para ver muito na imagem, mas vocês sabem que ele está aqui. 

— O coração dele, Sehunnie! — O alfa disse animado e Sehun riu. — O senhor tem como gravar o som? 

Sehun não queria, mas acabou revirando os olhos; Chanyeol seria um pai muito babão. 

• • 

— O que acha? — Chanyeol empurrou o jornal para Sehun que comia mais uma torta - a terceira de morango. 

— Uma casa? — Sehun perguntou confuso e encarou Chanyeol, o alfa se esticou sobre a mesa e passou o dedão no canto dos lábios do ômega limpando os resquícios de torta. — Obrigado amor, mas... Pra quê uma casa? 

— Pra gente morar. — Chanyeol disse como se fosse óbvio e Sehun revirou os olhos. 

— Já temos uma casa. 

— Temos um apartamento e não uma casa. — O alfa disse. — Seria melhor para o bebê crescer em uma casa. 

— O nosso apartamento é ótimo, tem dois quartos, banheiro nos dois, uma sala grande e uma cozinha mediana e ainda uma pequena varanda. — Sehun apontou. — Não precisamos de uma casa, iríamos gastar muito e não devemos nos focar nisso sendo que agora a prioridade é o bebê. 

— Por isso mesmo, a casa é para o conforto e bem estar do nosso filhote.

— Chanyeol, quem colocou isso na sua cabeça? Porque você mesmo não iria pensar nisso assim do nada sendo que já temos um bom espaço.

— Você está querendo dizer que eu n-

— Park Chanyeol! 

— Ok, foi o Siwon, ele estava conversando com o meu pai e acabou sobrando para mim, meu pai disse que talvez fosse uma boa ideia, mas que o apartamento também seria ótimo para criar um bebê. — Chanyeol disse e Sehun bufou. — Aí eu pensei melhor, seria bom um espaço maior que aquele. 

— Seria, mas não agora. — Sehun suspirou. — Vamos continuar lá no nosso lugarzinho. 

— Tudo bem. — Chanyeol suspirou e olhou para o prato vazio de Sehun. — quer mais alguma coisa amor? 

— Eu quero. — Sehun fez um bico e Chanyeol riu. — Eu estou com fome e sono. 

— Deve ser normal. — Sehun assentiu. — Sabe quem eu encontrei hoje pela manhã? Na verdade ele apareceu para comprar um livro. 

— Quem? — Sehun perguntou chamando a garçonete. 

— BaekHyun. — Chanyeol riu. — Disse que está noivo de um ômega e que até o fim do ano me mandará o convite. 

— Fico feliz por ele, Baek sofria por sempre se apaixonar por aqueles ômegas que só queriam brincar. — Sehun suspirou. — Baek sempre mereceu o melhor. 

— Sim, e pelo jeito esse ômega é o melhor. — Chanyeol sorriu. — Parece que ele é chinês e foi ele quem pediu o alfa em casamento. 

— Que coragem. — Sehun riu. — Acho que vou ter que fazer isso com você, porque né, a situação para você me pedir em casamento tá difícil. 

Sehun sorriu para a garçonete que se aproximou, enquanto fazia o pedido Chanyeol o encarava pensando na maneira mais rápida de comprar um anel e fazer um pedido de casamento decente. 

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