ROMANCE

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Um jovem casal, apaixonado e feliz. Ele com um estilo vulgar, cabelos castanhos curtos e desarrumados, pele amorenada e olhos castanho claros, era mais alto que ela. E ela, era bela, o padrão de beleza extrema, pele pálida, olhos azul claros e longos fios de ouro a que chama de cabelo.

Os dois nunca foram felizes assim, como estavam. No início, bem quando eram pequenas criaturas, os dois eram conhecidos, vizinhos sendo mais concreto. Passavam todos os dias pela casa um do outro, estavam na mesma sala, partilhavam dos mesmos amigos, mas mesmo assim, não trocavam uma palavra entre eles.

Os anos seguiram-se, nove, dez, onze, doze e por fim a idade de treze anos, pré adolescentes, estes jovens queriam descobrir novas coisas, novos sentimentos, novas sensações. Num dia chuvoso, a menina de cabelos de ouro esquecera o seu guarda chuva. Com gordas gotas de água a cair do céu e um compromisso importante a esperando, ela decide usar o seu casaco como protetor de seus cabelos e livros, seus passos eram apressadas e cuidadosos, seus sapatos desgastados, já transbordavam água. Estava aproximando-se do seu destino, de cabeça baixa e olhando para o chão, alterou a sua passada até um ritmo de quase corrida, seu descuido na atenção acabou-a fazendo chocar num alto rapaz, seus livros caíram no chão juntamente com seu corpo. Uma mão apareceu à frente da sua cara e foram pronunciadas palavras de preocupação, "Tás bem?", ela assentindo com a cabeça, aceita a ajuda do que ao primeiro olhar lhe pareceu um desconhecido. O encarando, notou aqueles cabelos desajeitados e um sorriso atrapalhado, ela sabia quem era aquela pessoa, seu vizinho, era a primeira vez que se cruzavam na rua e alguém pronunciou uma palavra. O encanto do jovem era notório com um brilho nos seus olhos e uma expressão abobada, a jovem também estava encantada, uma expressão tímida e um tom rosado mais forte que o normal. O rapaz em compaixão pela rapariga ofereceu-lhe o abrigo do seu chapéu de chuva até à casa da moça, o trajeto mostrou-se bem divertido, com várias trocas de interrogações e sorrisos. Por fim o jovem casal trocou uma última palavra e um último sorriso, desde esse dia eles deixaram de ser simples vizinhos, tornaram-se companheiros, confidentes e num futuro não muito distante apaixonados.

O casal de namorados mantinha uma relação que iria completar dois anos de puro e inocente amor. Ambos com dezassete anos decidiram celebrar o seu segundo aniversário de maneira diferente do seu primeiro, os dois procuravam o fruto proibido, a sensação prazerosa do outro corpo, ao que simples humanos chamam de sexo. Naquela noite de lua cheia, sozinhos na casa do rapaz, os dois aventuraram-se no corpo um do outro, descobrindo o prazer e completando-se. Dias passando e o moço mostrava-se diferente, distante, por assim dizer, ele mudara de companhias, e aí os problemas dos jovens começaram. Seus novos "amigos" não se apresentavam da melhor maneira, calças descaídas, camisolas de tamanhos acima e um mau cuidado consigo mesmos, o novo integrante era o que se diferenciava, ainda era arranjado e amigável. O bando não aprovava a moça de cabelos dourados, "É muito princesinha.", "Muito inteligente."; "Menina do papá.", diziam todos eles, Marciel teve que enfrentar uma decisão, ficar com a mulher que o fazia feliz ou abandoná-la e ser "cool" com os seus novos companheiros, já devem imaginar, numa idade de imaturidade e onde a aceitação social é o mais querido por todos, ele realizou a sua escolha. Lágrimas escorriam pelos doces olhos azuis, sentia-se usada, impura e desvalorizada. Ficou vários dias a pão e água, não queria ver ninguém, trancou-se no quarto só saindo à noite, quando toda a gente estava dormindo, seu transtorno emocional afetou em tudo, sua média excelente, suas amizades, seu aspeto, nada tinha saído ileso. Na casa do lado, acompanhado de seus comparsas ia a festas, bebia, fumava e no atual presente começava a experimentar drogas, sua vida decaía aos poucos sem ser notado pelo mesmo, era uma doença silenciosa, que o corroía aos poucos, seus pais já não o reconheciam, nem seus "ex-amigos".

Tortuosos anos se passaram, a bela moça recuperara-se de seu desabe emocional, concluíra seu primeiro ano de faculdade de medicina, ela não voltara a encontrar o pobre rapaz que ainda amava, ele tinha ido para uma clínica de reabilitação desde a descoberta do consumo de drogas. Com um sorriso celebrava numa festa feita por seus amigos para festejarem o fim do seu ano como caloiros. No meio da noite, com os seus cabelos presos por um lindo penteado, decidiu sair um pouco à rua para sair daquele transe festivo, foi para não muito longe da casa da festa, um parque acolhedor com um encantamento natural, num banco, repousou seu corpo e encarando o céu de lua cheia, relembrava aquela noite que seus desejos mais impuros foram realizados com a ajuda dele, o homem que nunca esquecera, que ainda amava como se estivesse junto dele até hoje, a melancolia apoderava-se do seu estado de espírito sempre que lembrava as últimas palavras que ouvira antes de ser completada, "Eu amo-te" disse ele e pronunciou ela relembrando-se do rosto dele. Lágrimas completaram o oceano de seus olhos, mas rapidamente foram limpas com o surgimento de um homem desesperado com um bilhete na mão, aproximando-se dela, receou pela sua segurança, mas aquele rosto era lhe estranhamente familiar até que... "Você conhece uma rapariga de cabelos como o ouro chamada de Cília?", seus olhos petrificaram um no outro a única coisa que a jovem pode dizer foi, "Marciel?" um nó na sua garganta formou-se ao encarar aquele que tanto a magoou, ele estava ali tentando remediar-se. O jovem deixava escorrer lágrimas por seu rosto implorando e dizendo que sem seu amor não queria viver mais, ele admitia tudo que tinha feito foi seu maior erro, arrependia-se de tudo que fez consigo e principalmente a ela, todas as mulheres com quem estivera, nenhuma delas conseguiram-lhe dar o que só puro amor pode oferecer.

Num dia ensolarado de verão, ao altar estava Marciel e Cília, trocando as alianças com sorrisos de felicidade estampados no rosto. Um casal feliz, que se completava e unia-se nos bons e maus momentos.

A moral que podemos tirar daqui só depende de você, todos nós somos capazes de pensar, não é por isso que somos animais racionais? Eu sou só um narrador fictício criado para ser o vosso guia por uma mente peculiarmente estranha e misteriosa.

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⏰ Última atualização: Aug 27, 2017 ⏰

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