O jogo só começa

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E quando você não souber onde está, pense que está na parte mais escura, sombria e distante do seu mundo.

_Isso aqui é seu?_ perguntou sério, ela ficou em silêncio, sem acreditar no que aconteceu á ela, horas atrás.
_Tem senha. Qual é a senha?_ perguntou se aproximando cada vez mais dela. Ela se manteve em silêncio. Amarrada em pé em uma barra de ferro, ela estava de cabeça baixa, absorvendo tudo, ou apenas absorvida em seu mundo preto e branco_ Eu tô falando com você garota!_ diz apertando o queixo de Anny_ Como você conseguiu isso!?_ pergunta fazendo Anny o olhar nos olhos_ Você não vai falar!?_ pergunta apertando ainda mais seu queixo. Ele a olha furioso. Joga o celular no chão, e pisa sem parar nele.

Minha única chance. Foi embora.

Eu não sei que dia é hoje, ou mesmo quantos dias fazem que estou aqui, sentada nessa cadeira. Eu defeco e urino em um balde debaixo da cadeira. Eu não consigo ficar acordada, porque ele me dopa é depois me estupra. Sei disso porque ele não tem a mínima sensibilidade de limpar o local. Eu não sei como estou viva, ou como ninguém ainda não me procurou.
Mas eu estou implorando até mesmo a quem me machucou para que me tire daqui.
Eu comecei a prestar muito mais atenção, esse lugar provavelmente é subterrâneo, pois as paredes parecem constantemente úmidas, o psicopata, molestador, torturados e Son of a bitch é alto, forte, tem cabelos ruivos e olhos negros.
  Sempre que acordo sinto minha barriga queimada, com pequenas rodelas de queimaduras.

_Gostou, vadia? Hoje eu tenho uma diversão para você, muito melhor. Eu te dei uma canseira ontem, não é?_diz com malícia.
Você não sabe a vontade em que eu estou de rasga sua garganta, e te fazer sofrer lentamente.
_Eu sei que você quer me matar lentamente, me fazer sofrer. Mas pense bem, você nunca vai sair daqui, no mínimo, não consciente.
_Son of a bitch!!! Psicopata! Torturador!!!!!
_Eu sei falar inglês, não me julgue assim, tão rápido. Você ainda tem muito tempo para me conhecer.

Ele a fez desmaiar mais uma vez.
Quando ela acordou, estava estirada com cada ponta do corpo amarrado, formando um "x". Ela olhou ao redor, ela não reconhecia essa parte da floresta, mas uma vez ela estava nua. Ele estava cantarolando uma canção russa de ninar.

В гамаке из птичьих трелей, (Na rede feita de trilos de pássaros,)
в колыбели кружевной, (No berço de renda)
спит ребенок, дрему дремлет, (um bebê está dormindo,) 
и ребенок этот - мой. (e este bebê é o meu.)
Мята, хмель и медуница (Hortelãs, lúpulos e pulmonarias)
оплетают колыбель, (tapeam o berço,)
и во сне ему приснится (e ele vai sonhar)
медуница или хмель. (com pulmonarias ou com lúpulos.)

Летним утром, рано-рано, (Pela manhã em Verão, muito cedo)
в небе тонкий месяц голубой. (Há a lua crescente fina e azul no céu.)
Спи, дитя, в волнах тумана, (Durma, bebê, nas ondas do nevoeiro,)
под кисейной тишиной, (sob o silêncio de musselina,)
в колыбели кружевной. (no berço de renda.)

_Você acordou! Que bom, achei que não acordaria mais. Vamos começar_ disse desenrolando uma mangueira.
_O que você vai fazer comigo?
_Conhece o ditado popular? "Espere e verá"_ diz sorrindo, ele liga a mangueira a uma torneira.
_O que você vai fazer!?_ já estava desesperada.
_Foi meu pai?_ pergunta quase sem voz_ Foi meu pai que mandou você fazer isso?_ pergunta dando queixada.
_Que bom que você conhece seus inimigos, as pessoas que você tem que ter medo_ disse segurando seu cabelo é o levando até seu rosto para que a observe bem.
_Apenas responda,... por favor_ implorou sem o olhar nos olhos e chorando.
_Sim, foi ele_ disse soltando a cabeça de Anny de repente.

  Ele de repente começou a jogar água em Anny com a mangueira. E de tão frio ela só sentia cada vez mais sua pele queimando. E gritava por socorro, ajuda e até mesmo Liam.
_Eles não vão te escutar!
_Socorro!_ gritava enquanto dava queixada e seus olhos semi cerrados tentavam freneticamente se manterem abertos.

   Eu já não sinto nada. Eu nem mesmo preciso mais tremer, meus olhos se fecham, e meu subconsciente  adormece.
  Surgem flashback de tudo o que já aconteceu comigo, os momentos bons, ruins.
   A morte da minhã mãe, Liam...
Eu dou um leve suspiro de cansaço, e não consigo mais mexer nenhuma parte do meu corpo.
  Ele me olha, solta-me das amarras e me pega no colo. Tudo o que vejo é o chão, a neve derretendo. Meu peito dói, é a única coisa que sinto. Minha mente se eleva, e mais uma vez eu desisto, meu corpo se rende, caiu num sono profundo.

Acordo tremula, com uma coberta sobre meu corpo, perto de uma lareira.
  Como ainda posso estar viva?
_Até que enfim você acordou, pensei que houvesse morrido_ fico em silencio_ trouxe comida para você_ ele coloca um prato de arroz com feijão na frente_ se você quiser comer, claro. Percebi que você tem uma certa sensibilidade ao frio. Amanhã tentaremos outra coisa_ ele se levanta e saí. Fecha a porta é a deixa sozinha mais uma vez.
  Ela olha para o prato quebrado e sujo á sua frente, e tudo o que passa na cabeça dela...
  Deixe que eu morra!... Porfavor... eu não aguento mais.
Ela começa a chorar, enquanto seu corpo frio e sem forças desaba. Ela bate com a mão no prato e ele se quebra, ela observa o sangue saindo de sua mão e depois o prato quebrado.
  Ele começa a destrancar a porta, ela consegui pegar um caco de vidro e guardar debaixo da coberta, antes que ele veja.
_Ah!_ diz irritado_ Olha o que você fez!_ ele saí deixando a porta aberta. Ela rasteja bem devagar até que seus olhos possam ver, o que há depois da porta. Ele volta carregando um balde, olha para ela, mas nem nota seu interesse por lá fora_ Vai ficar sem café da manhã e sem água, já que você bebeu muito nesse manhã_ ele gargalha.
  Ela tremula, fraca e já querendo desistir. Como poderia resistir?
  Ela olha para os pulsos é o caco de vidro. Um corte e tudo isso acabaria.
  Mas ela fecha os olhos e pensa em Liam, em como sua vida era boa antes disto tudo. Mesmo que seja difícil, não desista.

   Eu não sei porque estou aqui, nem mesmo porque vim parar neste internato. Desistir é tudo o que eu mais quero. 

 Eu não sei quem sou, quem fui e quem me tornei. Minha vida foi baseada em mentiras e mais mentiras e eu nem ao menos sei se realmente são mentiras.

  Eu consigo ser burra e ingenua de todas as formas possíveis. Tudo em mim é surpreendentemente distinto, eu me sinto só, mas... EU NÃO POSSO MAIS NEGAR!!! EU SOU SÓ!!! EU NÃO SOU NINGUÉM!!!!

Eu deixo as pessoas fazerem o que querem comigo, me espancarem, mandarem em mim, e me sufocarem me matando aos poucos. E EU DEIXO!!! DEIXO PORQUE QUERO! Eu estrago tudo e não importa mais o que qualquer pessoa já tenha me dito nessa vida! Seja até minha mãe, que de alguma forma eu consegui matar e estragar. Eu mereço tudo isso, eu mereço morrer... e ninguém se importa, e ninguém pode dizer o contrário porque nenhuma delas está aqui para me salvar. E mesmo se estivessem... eu nunca acreditaria.

 Eu não vou fazer falta para ninguém.

 Seus dedos vagam devagar sobre seu pulso, seus olhos se contraem, e seu peito sobe e desce pesadamente até afundar rápido e profundo em sua pele, a vermelhidão se destacar e um corte na vertical ser feito. Sangue escorre entre seus dedos, e depois passando devagar para a outra mão outro corte ser feito. O cheiro de sangue, o desespero, o medo, e todas as suas emoções se misturarem.

Então estava tudo acabado,

A História Que Não Contei...Onde histórias criam vida. Descubra agora