Capítulo XXXI

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A vida ficou calma novamente! Aguardávamos ansiosos agora o próximo grande evento que seria o casamento de Henry e Rebecca.

Com tia Mary viajando e tia Maggie tendo que ir a sua casa ver como tudo estava, fiquei sozinha para tomar conta de vovô e da casa.

Vovô determinou que pelo fato de estar sozinha, John só poderia me visitar a noite quando ele e Henry estivessem em casa.

Então nos víamos pouco, já que o trabalho dele ás vezes exigia que ele saísse fora de hora.

Quando ele não podia vir à noite me ver, enviava um bilhete carinhoso, dizendo que sentiria falta de minha companhia e que me amava.

As vezes que nos víamos, era delicioso. Conversávamos muito, riamos e até jogávamos xadrez. Mas o que mais fazíamos juntos era tocar piano, aproveitava para ajudá-lo a aprimorar esse dom que ele tinha.

Em uma dessas noites tocava Canon de Pachelbel. Queria mostrar para ele, pois iria tocar no recital.

De olhos fechados para tocar essa música que saia de minha alma! Toquei até a última nota como se tivesse só eu e o piano na sala. Quando abri os olhos, John me olhava com olhos mais doces que já tinha visto. Segurou minha mão que ainda estava sobre as teclas do piano, levando-a até os lábios e beijando. Senti meu coração disparar. Depois ele levou minha mão ao seu peito, bem  em cima do seu coração e disse:

- Está sentindo?

-O que! – Perguntei com a boca seca.

-Meu coração descompassado, é o que acontece comigo quando fico próximo ou toco em você!- Deu o seu sorrisinho de canto e completou se aproximando do meu ouvido. - E aposto que o seu está igual ao meu.

Sorri tímida, mas confessei que sim com a cabeça e completei.

-Às vezes acho que meu coração vai sair pela boca!

Sorrindo de satisfação ele falou:

- Não permita que isso aconteça, pois terei um grande problema, pois nunca tentei colocar um coração apaixonado de volta.

Ri de sua brincadeira, mas não conseguia me desviar de seus olhos! Como eram lindos! Poderia ficar perdida naquele olhar para sempre que nem me importaria com o mundo ao redor.

- O que você vai tocar no recital? – Disse mudando de assunto tentando apagar o calor que subia em meu peito.

Ele se aproximou novamente de meu ouvido e disse:

- Brevemente você não precisará mais se conter. - Se afastou e sorriu ,pois percebeu que mais uma vez havia mexido comigo, depois completou.- A música que irei tocar será uma surpresa para minha amada!

Sorri com o galanteio e disse:

-Não vai me contar mesmo? Sabe que nunca te vi tocar violino!!!

-Bom, então será uma boa surpresa! – Fez um olhar de mistério e depois sorriu.

Não sei por que, mas não consegui me conter e beijei o seu rosto, me afastei devagar e pude perceber que seus olhos estavam fechados e foram se abrindo à medida que ia me afastando.

Nesse ,momento vovô levantou se espreguiçou, indicando para John que já estava na hora de ir embora.

O acompanhei até a porta e nos despedimos com um até amanhã! Soltamos as mãos sem muita vontade e John foi embora!

Tia Maggie ficou fora quatro dias, sua volta como sempre alegre, encheu a casa de vida!

Tia Mary e Claus enviaram uma carta dizendo que estenderiam a viagem mais um pouco, ficariam por lá por mais uma semana. Fiquei muito feliz por tudo estar bem com eles.

Quando as folhas caemOnde histórias criam vida. Descubra agora