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RiAh abriu seus olhos rapidamente assim que escutou a campainha tocar. Pegou seu celular para ver que horário era, achando que já estava atrasada para a faculdade. 6:45. Faltava ainda 15 minutos para seu celular despertar. Quem seria uma hora dessas? Desativou seu despertador, pois não precisaria mais dele tendo em vista que já havia acordado. A campainha insistiu. Sentou na cama sonolenta, pegou o elástico que deixava do lado da cama em uma escrivaninha prendendo assim seu cabelo. Levantou de vez em um ato de coragem e foi de pijama mesmo que era apenas uma calça de moletom e uma camiseta. A garota vai em direção a porta que ainda insiste. Destrancou a fechadura e abriu um sorriso com quem viu ali parado trazendo-lhe sensação de grande conforto.

- Mãe! Pai! - sorriu e abraçou respectivamente cada um - O que fazem aqui?

- Oi minha filha - a mãe, Kwon Bo-Ah, sorri docemente - Precisamos conversar sobre algo - ela diz calma e seu pai, Jung Kyung-Ho, assente.

- Ah, tudo bem, entrem... - disse a menina um pouco confusa abrindo espaço na porta para que eles entrassem e assim o fizeram. Seus pais eram donos de uma empresa realmente grande em Seul, sempre foram alvos de homens das maiores gangues da Coréia do Sul, em especial Jung RiAh. Por isso, assim que fez 19 anos decidiu morar sozinha em um lugar pequeno em um bairro não muito chamativo e extremamente discreto na sociedade. Ela queria ter uma vida normal e estava tendo... Até agora.

- Filha, você precisa de guarda-costas - Kyungho soltou as palavras de sua boca sem nenhuma demora ou preparação para tal quando já estavam sentados no sofá da sala, não era a primeira vez que ele insistia com algo como isso, a jovem ficou boquiaberta pensando no que dizer.

- Pai, já falei que quero uma vida normal - falou respirando pesadamente - Como as pessoas iriam olhar uma menina que tivesse guarda-costas?

- RiAh, você precisa de segurança - BoAh disse em um tom um pouco aflito.

Ela tentou processar algo prestativo da sugestão ou o porque daquilo sendo que estava segura e sendo discreta em seus atos diariamente, mas rebateu:

- Eu realmente não entendo porque sou TÃO importante para eles. Eu não trabalho na empresa. Eu não sei de nada que acontece. Eu não tenho nada - cuspiu todas as palavras sem respirar dando ênfase no "tão".

- Porque você é nosso bem mais precioso - RiAh riu abafado com as palavras de sua mãe, respirou fundo e deu sua palavra final:

- Eu não vou ter guarda-costas. Eu vou ter uma vida normal. Agora passar bem, vocês sabem o caminho até a porta - nem olhou para eles, apenas ficou com os braços cruzados olhando para o lado. Depois de alguns minutos, talvez chocados com sua atitude, eles levantaram e sairam de sua casa.

Inspirou profundamente e expirou soltando todo seu pesar. Ela não costumava tratar seus pais assim, mas realmente não aceitaria eles imporem algo que iria lhe privar de ter uma vida como de qualquer outra pessoa. Levantou do sofá tentando esquecer tudo o que eles disseram e tentando afastar o medo do provavel perigo que estava correndo como eles disseram. Foi em direção ao seu quarto para me arrumar. Pegou uma calça jeans qualquer rasgada no joelho, uma blusa branca, seu coturno e sobretudo pretos, assim sabia que estava ja pronta, decidindo ir de cabelo preso mesmo. Pegou as chaves do carro, sua bolsa com tudo que precisava em seu curso e saiu.

Destravou o carro e adentrou-o. Olhou no espelho, pegou o batom o clássico batom vermelho e preencheu seus lábios bem desenhados. Deu a partida no carro e saiu seguindo até a Universidade Nacional de Seul. O clima estava como o do dia anterior: Leve e com o vento frio soprando. Com o sentimento que essa atmosfera lhe trazia, lembrou do acontecimento horrível que havia passado e sobiu um calafrio no seu corpo sem ao menos entender o motivo, talvez ao temor que tinha passado e estava passando depois da visita de seus pais. Parou em um café bem próximo da faculdade, estacionou e entrou no local.

...

Pegou um jornal diário que sempre ficava em cima da mesa do café e deu um gole em seu chocolate quente que não estava apenas quente, estava queimando. Fez uma careta devido a queimadura que ele fez em sua língua, com certeza impedido de sentir qualquer sabor pelo resto do dia, e esticou o jornal para ver a manchete principal. Franziu as sobrancelhas e colocou sua xícara com cuidado na mesa para que o líquido não caísse.

"Gangue de justiceiros está sendo procurados pela policia."

Leu as letras grandes chamando atenção. "Seria eles?". Pensou consigo e logo continuou a ler.

"Está ocorrendo varias aparições de justiceiros mascarados conhecidos por Vigilantes Jagyeongda*, eles se denominam justos, porém estão infringindo múltiplas leis. Fazem uso de gás lacrimogênio contrabandeado e estão sendo investigados pela morte do ex-governador de Seul, morto na manhã do dia 7, Ahn Seung Shin. A policia não quis dar depoimento sobre o caso."

Sentiu confusa ao ler aquilo. Como pessoas que são conhecidas por justiceiras podem matar alguém? Terminou de tomar seu chocolate e comeu seu muffin, pagou o estabelecimento e foi até o carro.

...

Adentrou pela enorme entrada da Universidade, virou a direita que levava para o caminho da sua sala como todos os dias, indo em direção ao enorme lance de escadas até o terceiro andar. Porém, mal sabia ela que aquele dia não seria como outro qualquer. Caminhando tranquilamente até que escutou o rompimento drástico do vidro da universidade, vários pedaços partidos se espalharam pelo local, logo percebeu algo parando próximo a si, causando certo alvoroço a todo que passavam no local. Analisou e percebeu que era uma bomba de gás, não sabia ao certo que tipo de gás. Olhou assustada, mas paralisu sem saber o que fazer ou como agir, a bomba começou a apitar e logo outra parte do vidro, do seu outro lado também é quebrado, assim outro daquele pequeno objeto entrando, ambos começaram apitar realmente muito alto. RiAh não sabia o que fazer, devido ao seu transtorno de ansiedade pós-traumático** que veio devido à acontecer esse tipo de coisas desde muito nova começou a respirar com uma certa dificuldade, levou suas mãos até seu ouvido com a esperança de abafar o barulho que só aumentava. Começou a ficar fraca, não tinha mais comando sobre seu corpo, seu transtorno já o dominava, até que sintiu mãos envolvendo-a e  jogando-a com tal pessoa para as escadas que eram protegidas pela grande e forte camada de parede concretada. A pessoa envolveu a garota em seus braços, precisava protege-la como havia sido pedido, ela só conseguiu ver levemente os traços de um rapaz, seus pequenos olhos negros como o a noite mais escura olharam para si sem nenhum sentimento, porém passando o conforto que precisava naquele momento. A pequena boca do rapaz se contraiu segurando-a mais forte contra seu peito, enfiou o rosto na curva do pescoço alheio e afundou a face de RiAh em seu peito, para que o gás não afetasse nenhum dos dois, isso tudo aconteceu antes da jovem-mulher perder a consciência e tudo se apagar em sua mente.






























Marcações:

*자경단 (para quem saber ler hangul e facilitar na leitura correta da palavra)

** Geralmente após um evento traumático a ansiedade diminui logo no primeiro mês sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os sintomas persistem por mais tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado denominado como Estresse Pós Traumático. Há três grupos de sintomas mais comuns nos casos de Estresse Pós Trumático: (1) reexperiência traumática, (2) hiperexcitação ou hipoexcitação psíquica e (3) esquiva e distanciamento emocional.

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⏰ Última atualização: Jun 05, 2018 ⏰

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