Encaro a parede cinza com um relógio que marcava 19:45. O céu estava escuro e frio e minha vida não fazia sentido. Sentada na cama com os olhos fixos no nada, meu peito ardia e meus pulsos escorriam sangue. Estava esperando as horas passarem, torcia para que os remédios fizessem efeito e finalmente naquela noite de sexta, eu morreria. Cada segundo parecia uma eternidade. Deito na cama e sinto tudo começar a girar, começo a perder noção do que estava acontecendo e de repente, ouço três batidas na porta.- Lilly, abre a porta Lilly, o que está acontecendo? - era minha irmã
Foi a última coisa que ouvi, depois só me lembro de cair inconsciente.
Sim, eu tinha 17 anos e havia tentado suicídio naquela noite. Os sons começaram a ficar abafados, minha vista começa a se fechar e finalmente sinto uma grande escuridão me engolindo.
Consigo ouvir minha respiração ofegante e uma grande luz começa a ofuscar o escuro que eu tanto almejava. Havia algo se mexendo, abro os olhos, eu estava em um hospital, deitada em uma maca e médicos estavam me levando para algum lugar, tudo vira um borrão."Legal, você não conseguiu morrer, está no hospital, todos descobriram tudo. Fim de jogo". A dor no meu peito era sufocante e apago de novo, torcendo para que dessa vez seja sem volta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos Após a Tempestade
Short StoryQuanto tempo demora para a dor passar? Uma semana? Uma temporada? Ou quem sabe uma vida inteira. Essa é uma jornada de auto-descobrimento e uma tentativa de encontrar paz em meio caos.