Prólogo

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-- Cadê aquela droga de batom? - Eu perguntei retoricamente para o nada, enquanto revirava meu quarto do avesso só para encontrar meu batom preferido. Não podia tê-lo perdido.

-- Você vai se atrasar. - Comentou Camile, parada na porta do meu quarto, já vestida dos pés a cabeça. Inacreditável. Mesmo tendo chegado de uma festa ás três da manhã, conseguia acordar e está arrumada primeiro que eu.

-- Eu não quero saber. Só quero achar aquele bendito batom. - Fui em direção ao meu guarda roupa, talvez estivesse escondido no meio das minhas roupas bagunçadas.

-- Havena! - Ouvi Camile chamar por mim, mas eu estava quase começando a delirar.

-- Não! Meu batom não.

-- Havena! - Eu me virei para ela com fúria nos olhos.

-- Ah, que droga, será que posso ter meu momento de ataque, pelo men... - Parei de falar ao ver um objeto dourado em sua mão, levantado em minha direção. -- Onde...? - Balbuciei umas palavras desconexas, sem ter o que dizer, até porque eu tinha procurado em tudo. Camile estava a me olhar com um sorriso sonso no rosto.

-- Sabe o que é? Eu peguei emprestado para sair ontem, e esqueci de te avisar... - Ela deixou aquela confissão no ar, me jogando um balde de água fria na cara. - Eu tentei te avisar agora, mas você não parava. - Abro a boca para dizer algo, mas nada saiu. Apenas fui em sua direção, peguei o objeto de sua mão e saí do quarto. Eu acordei com o cão virado hoje. Estava mais grilada ainda por causa de Camile.

-- Me desculpa, vai. - Ouvi sua voz atrás de mim, enquanto caminhava para a cozinha em passos largos para tomar café o mais rápido possível. -- Foi sem querer.

-- Camile, você sabe que eu odeio que peguem minhas coisas sem avisar. - Resmunguei tacando um litro de café no meu copo. Iria precisar.

-- Peguei ele em cima da hora. Não queria te acordar. - Eu era muito amiga de Camile desde o ensino médio. Não crescemos juntas ou viemos do mesmo lugar. Viramos amigas de uns meses para outros, pois éramos muito fechadas.

-- Tudo bem. - Era ideia errada ficar chateada com ela de novo. Era sempre assim. Ela pegava algo meu, eu ficava chateada, ela se desculpava e eu dizia que não tinha porque me chatear com ela sem motivo. Eu as vezes pegava as coisas dela e colocava no lugar sem ela souber que eu tinha pegado, então... -- Eu vou chegar atrasada. - Olhei o relógio pendurado na parede. -- Pode me levar até a empresa?

-- Sim, vamos. - Peguei as chaves de casa e tranquei-a após ela ter saído. Pegamos o elevador no maior silêncio. Daqui a pouco estaríamos nos falando normal novamente. 

Amar Outra Vez (Parada)Onde histórias criam vida. Descubra agora