Prólogo

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Eloise tinha uma jeito de apreciar todas as coisas como se fossem as últimas na terra. Ela abafava minhas idéias ruins, e fazia com que acontecesse todas as coisas boas em mim.

Eloise tinha isso, era oque eu precisava, e claramente, não precisava de mim. Ela falava de tudo, para que eu me  interesse cada vez mais.

Mal ela sabia, não precisava de que falasse nem uma palavra para que eu me interessasse.

Eu morava bem perto, e sempre tinha alguma desculpa para ir vê-la. Era Bretã. E nunca saiu da Bretanha. Morava em Dinan. Com sua avó Amélie.  

Ela não era o'que eu chamo de entediante. Ela era a única que me disse a verdade, não o'que eu queria ouvir. Ela podia ser a mais atenciosa que há, mas podia ser a mais irritante. Ela sabia de tudo que eu podia perguntar. E tudo era pouco para Eloise.

Eu me pegava olhando para sua falta de respeito com os que a tentavam atingir. Eu me sinto mal ao dizer que Eloise nunca foi o'que quis, e sim o'que pôde. Ela sempre demonstrou interesse em mim, e nunca tive problemas com ela. Eu à dizia:

- Como pode ser tão linda?. 

Ela me olhava séria, depois sorria, e dizia:

- Como você pode ser tão lindo?.

É que talvez Eloise fosse um sonho. Eu tinha esquecido de acordar. Eu a acompanhei até sua casa naquela tarde, era Terça-feira. Sua avó sempre me chamava de "garoto".

Ela me via como o melhor amigo de Eloise. Eu não passava disso mesmo.  

- Você sempre sonhou em sair da Bretanha. Por que não realizou ainda esse sonho?. - eu lhe perguntava.

Ela carregava consigo os livros que havia pego na biblioteca.

- Eu não posso deixar minha avó. Ela não pode ficar sozinha por muito tempo, precisa de mim. - ela respondia num tom de preocupação.

- Eu posso cuidar dela!. - disse, alegre.

- Não quero que você fique com essa responsabilidade. Não que eu ache que você não seria capaz. Mas, acho melhor não. - ela dizia.

- Se é assim, está bem.

Ela me olhou pelo resto do caminho como se eu fosse o mais belo de todos os homens, ela fazia isso de vez em nunca. Eu me via ao seu lado quando menos queria. Não sei se conseguirei explicar, Eloise é o'que é, só sabe quem vê, e sente sua falta.

Eu a deixei em casa e andei pela rua, passei por minha casa, não entrei. Eloise nunca foi tão sensata como hoje. Ela queria saber como era o resto do mundo, e vivia me dizendo isto. Era uma ótima professora de Geografia nas horas vagas. Era uma compositora. Era quem eu gostaria que ficasse para sempre ao meu lado. Eu nunca disse isso. Depois do medo se afastar de mim. E eu poder ver Eloise sem sua ironia e grosserias. Ela tinha muito a me contar e eu queria ouvir. Eu tinha muito a saber, e eu queria dividir com ela. Nem sempre tínhamos conversas normais. Ela sempre se dava ao trabalho de me contrariar.

Mas Eloise não era só isso. Ela tinha sonhos. Dos quais eu era obrigado opinar quando ela tentava descrever. De muitas histórias que inventou para me fazer de bobo, a que ela era uma princesa perdida, era a melhor.

Ela não estava a minha altura. Mas eu ainda era seu melhor amigo, e para quem ela contava todas suas aventuras, que um dia viverá.

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⏰ Última atualização: Aug 21, 2017 ⏰

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