The new mission

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O

calor dos raios matinais de Boston já ameaçavam queimar e anunciavam que a inevitável manhã tinha chegado. A francesa que agora se encontrava sentada numas cadeiras numa esplanada dentro do aeroporto bebericando o seu café com uísque a espera de fazer o seu check in estava extremamente nervosa. Não só porque odiara aviões, desde pequena ela possuía este ódio por aviãos inexplicável bem, não era ódio mas Delphine odiava admitir que tinha medo de algo, apenas não era realista, então na cabeça dela era sim, ódio. Mas ela também estava nervosa porque a partir do momento em que ela entrasse naquele avião a sua missão começaria, a sua primeira missão sozinha desde o incidente, era assustador e excitante ao mesmo tempo. Ela nunca pensara que depois de tudo o que se passara em Montreal o chefão ainda fosse confiar nela para fazer uma missão sozinha, tanto que ela ficou completamente espantada quando soube das notícias a noite passada. Deu mais um gole no café relembrando-se do acontecimento com orgulho projectado na sua face.

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Eram 9:00h da manhã e Delphine suava em pico, estava nervosa desde que seu chefe lhe telefonou a dizer que precisava de falar com ela imediatamente. As possibilidades de tudo o que podia acontecer invadiam-lhe a mente quando menos esperava e digamos que não eram possibilidades boas. Ela podia ser despedida, podia ser mandada para o insignificante Texas ou pior, podia ser destituída do seu cargo de sargento. Apenas pensar nessa possibilidade deixava a francesa mais arrepiada do que alguma vez ficara. Ela amava o seu trabalho apesar de tudo o que tinha acontecido. Sim, havia percalços, ainda por mais quando se trabalhava na divisão mais secreta dos Estados Unidos, mas à muito que ela deixava de se culpar por eles, ou pelo menos era o que ela tentava dizer a ela mesma. Feridas do passado raramente cicatrizam mas fazem-nos mais fortes. E para a falar a verdade? Por mais estilhaçada que Delphine Cormier pudesse estar, ela sempre arranjava maneira de se tornar mais forte. Ia buscar forças às suas fraquezas. Era um traço que ela admirava nela mesma. Desde Montreal ela sentiu uma afastamento da parte do chefe, uma falta de confiança, talvez? Não era de julgar. Delphine era sargento e sabia muito bem que os superiores tinham que garantir a recuperação total em casos traumáticos como o que ela havia passado. Ela ainda sentia o peso do que se passou nas suas costas mas aos poucos foi se habituando a carregar aqueles fantasmas, dedicou-se ao trabalho e completou todas as missões com sucesso nos últimos 9 meses. Ao constatar isso uma chama de esperança acendeu no peito dela. Esperança que, oque quer que fosse aquilo que o chefe Xavier estava prestes a dizer fosse uma coisa boa, esperança de que ele reconhecesse o seu trabalho árduo e lhe desse umas missões mais difíceis com traficantes ou terroristas. Era assim tão horrível ela querer entrar em algo grande? Não, não era. Ela sempre vivera para aqueles momentos de perigo e ela ia continuar a viver para eles mesmo depois de Montreal, ela trabalhava e trabalhava e nunca parava para pensar nunca realmente acontecera porque se ela o fizesse...bem, ela sabia que não ia conseguir continuar. Pois digam-me, vocês preferiam acabar sofucados pelos próprios fantasmas ou tentar afugenta-los com trabalho? Pensar na primeira opção nem era realista para a francesa. Então ela realmente só desejava muito que, o quer que fosse acontecer naquele gabinete fosse algum bom. Porque ela precisava daquele trabalho para continuar. Já perto da secretária de Xavier pediu para anunciar a sua chegada, esperou uns cinco minutos na sala de espera, sempre com o dedo indicador a batucar na perna, toda aquela ansiedade estava a consumi-la e ela achava que ia explodir, cinco longos minutos que pareceram décadas até ser autorizada a entrar no gabinete do superior.

- Senhor? - Disse antes de entrar como que para se certificar que ela estava mesmo autorizada.

- Sargento Cormier, muito bom dia. Por favor sente-se.

Delphine deu passos firmes e longos até ao grande cadeirão em frente à mesa do seu chefe e sentou-se cruzando as pernas. Mais uma vez, o batucar dos dedos.

breaking walls. - cophine.Onde histórias criam vida. Descubra agora