Shadowhunters: Anjos e Demónios

Capítulo 12

[Brooke]

Isabelle estava sentada a minha frente em silencio enquanto mexia no seu chicote, oiço a porta do elevador e poucos segundos depois Alec entra na sala a correr e para entre os sofás e olha para mim. 

- Ale... 

Não consegui terminar a frase pois Alec corre até mim e abraça-me. 

- Estas bem! - ele suspirou - O que aconteceu?

Izzy já tinha colocado o chicote no pulso e estava agora a olhar para mim a espera de uma explicação, olho para o Alec e este olhava para mim. 

- Depois de vocês se irem embora o Magnus fechou o portar e voltou para casa... - comecei - E eu fui treinar, já tinha passado quase duas horas quando recebo uma chamada do Luke a avisar que estava haver um ataque de demónios no Pandemonium então eu decide ir dar uma vista de olhos.  

- Quantos demónios? - Izzy pergunta 

- Não muitos - respondi 

- Não muitos? - Alec repete - Então como é que estas coberta de sangue? 

- Ok... Havia alguns mas o Luke e a alcateia ajudaram. - olho para os dois - Porque que voltaram mais cedo? 

Izzy estala a língua e Alec engole em seco enquanto se levanta e começa a andar de um lado para o outro, como costuma fazer quando esta preocupado com algo. 

- Alec o que é que aconteceu em Idris? - perguntei novamente 

Alec parou de andar de um lado para o outro e olhou para mim, respirou fundo. 

- Sebastian. - respondeu por fim 

- Sebastian? - perguntei um pouco confusa 

- Sim. - Iz respondeu - Ele conseguiu fazer passar alguns demónios pelas barreiras. 

- O que? - levantei-me - A vossa família esta bem? - perguntei 

- Esta óptima. - Izzy respondeu 

- Como é possível? Como é que ele conseguiu? - perguntei 

- Não sei. - Alec respondeu - Mas espero que a Clave faça alguma coisa para proteger Idris. 

Ficamos uns minutos em silencio até que me ocorreu pela cabeça uma pergunta importante.

- Ele estava lá? - perguntei - O Jace? 

Alec e Izzy trocaram olhares e depois finalmente olharam para mim. 

- Não. - Alec respondeu - Nem o Sebastian, foi por isso que voltamos. Pensamos que fosse alguma espécie de distracção para te levar novamente. 

Houve novamente um silencio pelo instituto, olhei em volta enquanto tentava pensar no porque do ataque em Idris. 

- Alec! Izzy! - digo de repente - E se estes ataques não foram aleatórios? E se houve um motivo para estes dois ataques? 

- Como assim? - Iz pergunta 

- E se o Sebastian sabia que vocês os dois iam para Idris e que eu ia ficar em Nova Iorque, então ele mandou demónios para Idris para vocês não voltarem tão cedo e enviou aqueles demónios para o Pandemonium para eu sair do instituto? E se ele queria alguma coisa daqui? 

Os dois olham para mim a perceber o ponto onde eu queria chegar. 

- Tens alguma ideia do que podia ser? - Alec pergunta 

- Nem por isso... - digo - Ele já veio cá buscar livros mas para além disso não sei o que é que podia ser. 

- E se não fosse ele a querer algo? - Izzy pergunta 

- Então quem seria? - Alec pergunta e depois bate com a mão na testa 

- Jace. - sussurro 

Entrar no quarto do Jace tornou-se numa coisa dificil para mim, para o Alec e para a Izzy e fazíamos os possíveis para não termos que entrar, mas agora era importante entrarmos naquele quarto. Alec abriu a porta do quarto do seu Parabatai e respirou fundo umas quantas vezes antes de conseguir entrar, Iz entrou em seguida e depois de alguns segundos entrei atrás da Izzy. 

O quarto estava completamente igual, não havia nada fora do sitio e parecia que o Jace ainda morava ali. 

- Esta tudo... - Iz engoliu em seco antes de continuar - ...igual

Acenei enquanto abria uma gaveta da mesa de cabeceira, segurei no livro que estava lá dentro e abri o mesmo. No meio do livro estava uma foto de nos os quatro na estufa do instituto, comecei a sentir uma dor no peito que tentava por tudo evitar. 

- Esta tudo aqui. 

A voz de Alec trouxe-me de volta a realidade, fechei o livro e guardei-o na gaveta onde estava. 

- Senão foi buscar nada do seu quarto então... - bati com a mão na testa 

- Então? - Iz pergunta 

- A caixa. - respondi 

- Caixa? Qu... - Izzy olhou para mim - Oh. 

- A caixa do pai dele! - Alec finalizou 

Olhamos uns para os outros e corremos até ao meu quarto, quando abri a porta fiquei sem ar. Ao contrario do quarto do Jace, o meu não estava como o deixei. A cama estava desfeita, as gavetas da mesa de cabeceira estavam abertas, as portas do roupeiro estavam abertas e a roupa no chão, os livros tinham sido atirados violentamente ao chão. 

Isabelle passou por mim e entrou lentamente no quarto, começou a procura da caixa enquanto olhava para a Izzy a tentar arrumar o que eles destruíram senti o braço do Alec a volta dos meus ombros para me dar apoio. 

- Onde é que a caixa estava? - Iz perguntou 

- Debaixo da cama. - respondi 

Izzy abaixou-se e olhou para debaixo da cama e levantou-se em seguida.

- Desapareceu. 

Suspirei. 

Depois de termos arrumado o meu quarto e de eu tomar um banho, estávamos agora sentados na mesa da biblioteca a pensar nos motivos do Sebastian e do Jace quererem a caixa. 

- Se calhar o Sebastian acho que a caixa fosse uma arma contra o feitiço que ele fez ao Jace! - Iz olhou para nos - E por isso levou-a.

- É uma ideia. - concordou Alec 

Enquanto eles lançavam ideias eu ficava em silencio sentada na cadeira que o Jace costumava sentar-se a pensar em todas as coisas que a caixa tinha e que se o Sebastian destruía as memorias do verdadeiro pai do Jace, ele iria ficar muito triste e irritado. 

- Porque agora? - perguntei em voz baixa 

- Porque agora o que? - Alec perguntou 

Olhei para ele.

- Porque levar a caixa só agora? - perguntei 

- É uma óptima pergunta. - Alec concordou 

[Sebastian]

O meu olhar estava preso no Jace, este olhava para a caixa que estava em cima da mesa e eu estava pronto para matar o Jace caso ele voltasse a ser quem era. 

- Era esta a caixa? - perguntei 

- Sim. - ele respondeu sem olhar para mim - Foi com esta caixa que sonhei.

Olhei para o que tinha na mão e atirei a foto para a mesa.

- E era esta a rapariga que estava no teu sonho? - perguntei 

Jace segurou na foto e olhou com muita atenção, enquanto ele analisava a foto eu segurei com força o cabo da espada, pronto para a usar caso fosse preciso. 

- Sim. - ele respondeu por fim - Quem é ela? 

Sorri. 

- A tua inimiga. 

- Qual é o seu nome? - ele pergunta 

- Brooke. 

Jace acenou e deixou cair a foto em cima da mesa, olhei para a mesma e vi o sorriso da rapariga que tinha que morrer. 

Brooke tem que morrer.