Chega

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Essa é minha primeira fic aqui no site, espero que alguém leia isso!  😂😂😂

CHEGA.

Bati a porta com força ao sair, descontando nela toda minha raiva e frustração. A única coisa que eu queria era sair daquele lugar para não voltar atrás na minha decisão. Se eu o deixasse falar, eu sei que não resistiria, mais poxa, foram doze anos! Doze anos, enganando, mentindo, fingindo e eu não aguento mais! Eu quero mais do que noites de prazer que acabam com o nascer do sol. Quero poder acordar pela manhã e senti-lo ao meu lado, dividir meus anseios, minhas duvidas, minha vida,  e não ser um caso qualquer. Mas não, o que as pessoas vão dizer Harry? Era sempre a mesma frase. Eu não estou pronto amor? Era outra já conhecida. E eu? Eu me sentia pronto desde o momento que descobri que o amava. Será que só eu amava nessa relação? Será que eu tinha uma relação?
Me deixei levar por meus pensamentos e minhas frustações e me senti um lixo. Amava aquele idiota com todas as minhas forças e ele nunca estaria pronto pra mim, pra me assumir. Então eu dei um ultimato, ou ele me assumia ou era o fim. Ele me olhou como se não acreditasse que eu teria coragem e começou com a mesma conversa de sempre.
- Harry eu não estou pronto!
Foi o suficiente pra mim.
- Ok, seja feliz! Foi minha última frase.

Eu podia ter aparatado, mais, eu precisava pensar, precisava fazer meu coração entender que apesar da dor que agora ele sentia, nós ficaríamos bem.
Caminhei sem rumo por mais de uma hora, e quando finalmente comecei a prestar atenção em onde eu estava vi que parei em um ponto da Londres bruxa onde vários casais namoravam. Por um momento meu coração teve vontade de voltar, pedir desculpas, dizer que eu estava agindo sem pensar e que o amava mais do que tudo, mas minha decisão já tinha sido tomada.
Eu não cheguei a ela por capricho ou infantilidade. Durante esses doze anos eu ponderei e pesei os prós e os contra de tudo o que vivemos e no final eu não pude mais aguentar. Ver aqueles casais de mãos dadas, sem se importar com o que os outros falavam ou pensavam, ver famílias com seus filhos comemorando alguma coisa que no olhar delas era muito importante, ver tudo o que eu nunca tive, me fez ter mais certeza de que eu não podia mais viver assim.

Voltei a caminhar, sentia necessidade de voltar pra casa, de sufocar aquele sentimento que foi a minha salvação e a minha perdição ao mesmo tempo.
Por mais que eu não quisesse pensar nele, tudo que eu via me lembrava aquele loiro maldito, os restaurantes caros, as pessoas bem vestidas e em como ele teria dito que aquilo era uma bagunça. Onde já se viu, os ricos comendo crème brûlée e do outro lado da rua pessoas comendo cachorro quente!? Ri melancolicamente. Meu loiro podia ser tão esnobe e tão simples em questão de minutos. Como na vez que eu pedi uma pizza em casa e ele reclamou que aquilo não era digno dele, mais foi só eu colocar um pedaço em sua boca, obrigado é claro, que seus olhos brilharam como uma criança que toma sorvete pela primeira vez.
Era esse o Draco que eu amava! Esse era o Draco que inúmeras vezes acordou de madrugada para me abraçar por causa de um pesadelo com a guerra, eu amava o Draco que me aconchegava em seus braços quando eu me lembrava de todos que eu perdi pela minha vida, que me amava com todas as forças e gritava meu nome quando gozava.
Mais ele só era meu dentro das paredes da casa que fingíamos não ter. Por que fora dela, na maior parte do tempo, ele era Malfoy e eu Potter. No ministério quando nos encontrávamos, fazíamos questão de brigar, implicar e algumas vezes até nos socar para manter as aparências, mais em casa, ele era meu e eu era dele.

Nem me dei conta e já estava na porta do meu ¨apartamento para amigos¨. Era assim que eu chamava aquela casa que para todos era minha, mais de minha não tinha nada. Eu dormia lá as vezes só para não levantar suspeitas, e recebia meus amigos para que eles achassem que eu realmente morava lá, mais ali não era o meu lugar. Me sentia estranho, vazio, como se faltasse alguma coisa, e por mais que eu não quisesse admitir, era dele que eu sentia falta.
Entrei, tomei banho, e logo tratei de deitar, mais o sono não queria ser meu amigo essa noite, e por mais que eu tentasse não conseguia parar de pensar em tudo o que havíamos vivido.

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