Prólogo

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Charlie Pov's On

Fazem 25 anos desde que esse inferno começou, fazem 2 anos que meu pai morreu por minha culpa, eu sinceramente ainda não sei porque não meti uma bala em minha cabeça.

- Vá! Eu não consigo mais! - Os Zumbis começaram à se aproximar de nós, meu pai estava preso em alguns escombros que haviam desabado do teto.
- Eu não vou te deixar! - Tentava o tirar de lá, mas era inútil.
- Vai logo! Que merda Charlie!
- T-ta bom, eu te amo pai!
- Eu também, agora vá! - Eu saio correndo, procurando uma saída daquele prédio velho, finalmente encontro uma saída e sou cegada pela luz do sol, eu olho em volta e vejo meu pai coberto de sangue.
- Por quê você me deixou lá? - E - eu sinto muito...- Ele pula em mim.

Acordo ofegante, era mais um de meus pesadelos com meu pai, todos os dias era a mesma coisa, eu me culpava pela morte dele. Minha vida era levar coisas pra fora, lutar com caçadores, caçar e me dopar para dormir, não era uma das melhores mas seguia de cabeça erguida.

-Charlie? você tá aí? - Jeff falava pelo walkie-talkie.
- Tô, o que foi?
- Uma entrega, vem rápido!
- Estou indo! - Desligo e vou para o banheiro, lavo meu rosto vestindo minha jaqueta, pego minha faca, revólver, machadinha, crossbow e mochila, saindo em seguida.
- Eai Charlie! Estamos sem comida de novo! - Um homem do qual não me lembro o nome diz. - Os militares não ligam, temos que nos virar!
- É, eu sei. Continuo à caminhar pelos becos, logo chego no meu " escritório ".
- Grande C. - Jeff afirma, me abraçando.
- Oi Jeff, o que tenho que levar? - Essa bolsa! - Ele joga uma mochila para mim.
- O que tem nela?
- Não faço idéia, mas não podemos abrir.
- Ah. - Eu resmungo. - Tudo bem! Pego a mochila pela a alça, eu o encaro.
- O que foi?
- Quero meu rifle! - Ele vai em direção a um armário de ferro, pegando meu rifle e me entregando. - Obrigada.
- Tenha cuidado!
- Certo. Vou para o local onde eu costumo atravessar o muro, um tipo de passagem subterrânea, logo me vejo do lado de fora, respirando aquele ar fresco, vejo um cervo e o mesmo corre, começo à trilhar o meu caminho até entrar em um beco com cerca de 5 ou 6 zumbis, usei minha crossbow e os matei. Não demorou muito para eu chegar nas docas, usei meu rifle para observar o local e parecia quieto. Desci da parte alta onde eu estava e comecei a caminhar pelos conteiners, avistei uma porta que parecia dar em um tipo de escritório e ao me aproximar sou agarrada por trás e logo um segundo homem surge em minha frente. - Caçadores! - Fico me debatendo até chutar o homem em minha frente, ele cai e eu jogo minhas pernas para trás acertando o rosto do outro homem, ele me larga. Sim, eu era bem flexível e lutava Muai Tai, conheci um treinador e o mesmo me ensinou. Puxo minha machadinha e os 2 levantam irritados, começamos à lutar e eu acerto a machadinha na cabeça de um, logo um terceiro homem surge do escritório, era maior e mais forte, o menor segura meu braço com a machadinha e eu puxo minha faca rasgando seu estômago, enquanto isso o outro me agarra e me joga contra um conteiner, cuspo sangue e tento me levantar,mas ele se aproximava, o mesmo coloca o pé sobre minha cabeça e quando ia esmagar, alguém acerta um tiro na cabeça dele, o homem cai no chão, busco quem o acertou e vejo uma garota com meu rifle, ela me ajuda a me levantar, me encosto no conteiner, respirando.
- O-obrigada.
- Não tem de quê. - Recupero meu fôlego.
-Como me achou?
- Passei à noite em um dos conteiners...O que esses caras tinham contra você?
- São caçadores, queriam a bolsa. - me arrasto até a bolsa e a abro, havia algumas pedras. - Mas que porra é essa?!Jeff me traiu! Era uma armadilha! - Levanto bem irritada, junto minhas armas e nem percebo que a garota me olhava assustada. Começo à caminhar para fora do armazém, a moça corre até mim.
- Qual é o seu nome?
- Por quê quer saber? - Continuo caminhando séria.
- Queria pelo menos saber seu nome, eu te salvei!
- Meu nome é Charlie.
- Legal, o meu é Natalie.
- Hum.
- Você tem quantos anos? - 20.
- Tenho 18.
- Você vive aqui fora sozinha? - Eu estava com um grupo. - ela se entristece.
- Sinto muito. - Digo seca, sem olhar em seus olhos.
- Nossa, que sentimental.
- Não tenho tempo para luto.
- E pra onde pretende ir?
- Não faço idéia, mas vou dar um jeito, você deveria procurar algum lugar pra se esconder né.
- Posso te acompanhar? - Vai me atrasar!
- Não, eu prometo que não vou. - Paro e penso por um tempo, até descer meus olhos até seu braço e ver uma mordida no mesmo.
- Puta merda! Você foi mordida! - Aponto minha arma pra ela.
- Calma, calma! Eu não estou infectada!
- Como não está? Estou vendo a mordida!
- Era pra isso que queria te acompanhar, eu sou imune ao vírus, faz 1 ano que fui mordida e nada. O grupo que me levava foi mandado pelo laboratório em Marshtown.
- O que eles querem com você? - Usar meu sangue para criar uma vacina.
- E quer que eu te leve? - Pergunto de braços cruzados já imaginando a resposta.
- Sim. - Ela fala com uma cara cínica.
- E o que eu ganho? - A salvação da humanidade?
- Não vejo problema com os zumbis.
- O laboratório ta oferecendo uma recompensa para quem levar a cura.
- O que é?
- Não faço idéia, mas parece ser boa coisa. - Penso um pouco.
- Marshtown é um pouco longe.
- Sim, eu sei.
- eu nem sei porque ainda estou aqui com você. - Continuo caminhando.
- Por favor! - ela para em minha frente e implora.
- Aiai...Tudo bem! - Reviro os olhos e ela comemora. Eu ia acabar me arrependendo disso depois, mas enquanto isso não acontece vamos apenas seguir viagem.
- Pra onde vamos primeiro?
- Temos que conseguir um carro e seguimos para a estrada.
- Onde poderíamos conseguir um carro que funcione?
- Acho que já sei.- Arrumo a mochila em minhas costas e começo à caminhar novamente. A garota vinha um pouco atrás, não tivemos problemas ao atravessar a cidade, íamos até a concessionária de um velho amigo meu, Joel.
- Puta merda! Marshtown é muito longe!
- Eu sei, por isso precisamos de um carro,de um mapa, alguns mantimentos e munição.
- O que essa garota tem de tão especial?
- Mostra pra ele! - Afirmo e ela mostra a mordida em seu braço. - Ela está infectada! - A garota é imune, foi mordida há 1 ano.
- Como isso é possível?
- Eu também não sei, mas concordei em ajudar.
- Tudo bem Charlie, pegue tudo o que precisar e quando acabar venha para os fundos.
- Certo!
- Obrigada. Natalie agradece. Ele vai para os fundos, eu pego tudo do que preciso, a garota estava observando pela janela com barricadas de madeira.
- Ei garota! Vamos! - Chamo e vou para os fundos, onde encontro Joel colocando galões de gasolina na carroceria da caminhonete.
- Acho que isso dá pro resto da viagem.
- Eu espero que dê.
- Aqui estão as chaves, tenha cuidado!
- Pode deixar. - Eu agradeço e entro no carro.
- Muito obrigada! - Ela o abraça, logo entrando no carro. Seguimos pela estrada, talvez ainda fosse meio-dia o sol estava alto e a estrada calma, estávamos em silêncio dentro do carro.
- Onde você estava quando tudo começou?
- Eu já nasci no meio desse caos.
- Eu também, nasci dentro de uma cela de prisão.
- Quê?
- Meus pais e o grupo em que estavam se abrigaram dentro de uma prisão.
- Hum. - Volto minha atenção para a estrada, ela se encolhe no canto e observa o lado de fora.

Mais tarde...

Encontramos um lugar para passar a noite, acendi a fogueira e me deitei no feno. A garota apenas fitava as chamas em sua frente.
- Eu nasci em um celeiro. - Digo.
- Jura?
- Sim, meus pais fugiam de uma tempestade e encontraram um celeiro velho.
- Eram só eles dois?
- Sim, meu pai fez o parto, minha mãe acabou morrendo.
- E onde está seu pai? - Ela pergunta inocentemente, meu semblante muda e eu me deito de costas para ela, eu ainda sofria com a morte de meu pai, não gostava que as pessoas vissem meu lado frágil. Senti uma mão sobre meu ombro e a encarei, ela abriu um sorriso confortador e eu deitei sobre sua coxa, chorando em seguida, não gostava de que me vissem chorar, mas quando ela me tocou foi a única coisa que consegui fazer.
- Vai ficar tudo bem...- Ela põe a mão em meu rosto e eu apenas seguro a mesma, pegando no sono logo em seguida. Eu não sei o que aquela garota tinha mas me acalmou e sinto que isso é um bom sinal.

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