Capítulo 1 Recuperação

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Capital de Torentt, distrito sul; 22h30min; Era uma noite escura somente com a iluminação dos cristais de luz nos postes da cidade, aonde a atmosfera era tão gélida que congelava a chuva transformando-a em neve e se misturava com as gotas que ainda não haviam se solidificando, arrepiando a pele daqueles que passavam por ali. Neste cenário de inverno havia uma jovem de aproximadamente 17 anos, com medo e sozinha com suas inseguranças, sentada em um canto vestindo nada mais nada menos do que trapos velhos e sujos que achara no lixo, tremendo tanto pelo frio quanto pelo desespero da solidão que a assolava, sendo acariciada apenas pelas pequenas e gelidas gotas que pingavam sobre seu corpo.

Muitos passavam por ela, julgando ou ridicularizando-a com seus olhares de escárnio, mas nenhuma alma a ajudava dando-a uma luz para iluminar as profundezas do desespero em seu coração, somente fingiam que não viam... Que ela era como lixo imundo e fedorento, que nem os trapos que vestia. A garota sentia que não havia mais para onde seguir, que somente um precipício a esperava. Ela abaixou a cabeça, colocando-a entre as pernas em posição fetal, na tentativa de se desligar do mundo, mas tudo que passava por sua cabeça era o pensamento: "para que viver assim", junto dos sussurros de escárnio das pessoas a sua volta, sentindo somente medo e as gotas pingando em seu pescoço, quando de repente elas pararam, curiosa levantou sua cabeça e em sua frente estava um garoto aparentando ser alguns anos mais velho que ela, com cabelos de um castanho avermelhado que tapavam suas orelhas, junto de um pequeno rabo de cavalo, seus olhos eram da mesma cor se seu cabelo lembrando as folhas no outono, com uma pele clara, mas não tão clara quanto a sua, segurando um guarda-chuva preto .Ele com seu olhar repleto de calma e talvez um pouco de tristeza, mostrou uma expressão serena com um leve sorriso e com uma voz suave falou de maneira acolhedora:

-Gostaria de passar a noite em um hotel comigo?

De repente uma luz veio da escuridão e uma ponte se ergueu sobre o precipício, uma ponte que não se via o final, mas ainda sentia o medo do que viria a sua frente, se esta ponte aguentaria seus pesares ou se iria ruir, contudo mesmo com o esse sentimento a devorando se levantou e segurou na mão dele, para um novo futuro.

-Meu nome é Alexander- falou com um leve sorriso tentando confortar a garota - Qual o seu nome?- perguntou, mas nenhuma resposta veio.

Alex sabia que ela ainda não estava pronta, então continuou andando colocando a maior parte do guarda -chuva sobre ela, mesmo que isso não fizesse qualquer diferença para ela, afinal tudo que percebia era os sussurros dos que passavam falando mal não somente dela, mas alguns dos comentários agora para ele também, ela continuou andando com os braços cruzados, meio encolhida tentando manter algum calor.

-Quando chegarmos, você nunca sentirá mais nenhum frio-falou Alex

Ela ficou um pouco feliz, mas sentia preocupada, se realmente poderia confiar em Alex. A garota sentia como se necessitasse pergunta-lo, mas antes de conseguir dizer qualquer coisa, eles já haviam chegado. Era um prédio belo e bem iluminado de cinco andares, localizado na área central da capital, que era a parte mais rica. Os dois entraram e o garoto foi ao balcão alugar um quarto, a garota não sabia ao certo o que ele havia feito, somente o viu mostrar para a balconista o seu peito e a moça de cabelos rosados deu as chaves e deixou eles subiram pelo elevador, que era movido por cristais mágicos.

Quando chegaram ao quarto ele era gigante, parecendo até que era um andar inteiro, com camas de frente para a porta de entrada, banheiro de frente pra cozinha e a esquerda de quem entra, uma cômoda separando as camas. Enquanto a garota via o tamanho e os detalhes, das paredes e das camas, o garoto estava a olhando, foi quando ele disse:

-Então... você gostaria de tomar um banho?- falou o garoto chamando a atenção da garota, e com um leve sorriso - logo uma das empregadas irá subir com uma maleta com roupas femininas que foram escolhidas por uma velha amiga.

Os Sete Pecadores Capitais: Chama NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora